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União Brasil anuncia senadora Soraya Thronicke como pré-candidata à Presidência

Decisão ocorre após desistência de Bivar, que desconversa sobre negociações com PT e apoio a Lula em 2º turno

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São Paulo

A União Brasil lançou a senadora Soraya Thronicke como pré-candidata da legenda à Presidência da República.

O anúncio foi feito pelo presidente da agremiação, o deputado federal Luciano Bivar (PE), na tarde desta terça-feira (2), em evento na cidade de São Paulo.

A decisão de propor Soraya como pré-candidata ocorre após a desistência de Bivar de concorrer ao Palácio do Planalto e da tentativa do ex-presidente Lula (PT) de obter um apoio do partido, que detém a maior fatia de fundo eleitoral e o maior tempo de propaganda de rádio e televisão.

Bivar, que tentará um novo mandato na Câmara dos Deputados, não havia pontuado na pesquisa Datafolha da semana passada sobre a disputa presidencial, que mostrou Lula em primeiro lugar nas intenções de voto, 18 pontos à frente de Jair Bolsonaro (PL).

"É um momento sério que exige de nós, pessoas públicas, uma atenção redobrada. Nós, que estamos nos verdadeiros bastidores, sabemos o que o país vem passando. Então não poderíamos ser omissos nesse momento", afirmou a senadora.

A pré-candidata ainda não tem vice definido para a sua chapa. "A ideia primordial é que possamos atrair outros partidos", disse ela, que também não crava se o cargo vai ser ocupado por um homem ou uma mulher. De acordo com a coluna Painel, da Folha, o cargo foi oferecido ao Podemos. ​

A pré-candidata à Presidência pelo União Brasil Soraya Thronicke - Ronny Santos/Folhapress

Bivar disse que a sua decisão "não foi uma desistência" e sim uma "formatação" da chapa e que "não vai fazer nenhuma diferença a cabeça da chapa ser Luciano [Bivar] ou Soraya".

O nome de Soraya, que é senadora por Mato Grosso do Sul, ainda precisa ser oficializado na convenção nacional da União Brasil, marcada para a sexta-feira (5). Eleita na onda bolsonarista de 2018, ela está no meio do mandato no Senado Federal e tem mais quatro anos pela frente.

O evento desta terça ainda contou com a presença de outras figuras do partido, como o presidente da Câmara Municipal de São Paulo, o vereador Milton Leite, o deputado federal Júnior Bozzella e o vice-presidente da agremiação, Antônio Rueda.

A campanha de Lula tentou apoio da legenda, que atualmente tem o ex-juiz Sergio Moro entre os filiados e que foi criada com a fusão de DEM e PSL —partido pelo qual Bolsonaro foi eleito em 2018.

Para aliados do petista, conseguir mais espaço na TV traria um impacto importante para a campanha de Lula e aumentaria as chances de uma definição ainda no primeiro turno. Com a pré-candidatura de Soraya, essa aliança não deve mais se concretizar.

Bivar desconversa sobre um eventual apoio da União Brasil à candidatura de Lula caso a eleição presidencial deste ano avance para um segundo turno com a presença do petista.

"Nós não cogitamos isso [apoio a Lula no segundo turno] porque, com o apoio que nós temos, com o plano de governo que nós temos –com cinco ex-ministros que contribuíram para ele–, não tem por que a gente criar uma hipótese de que não estaremos no segundo turno. A União Brasil certamente estará no segundo turno", disse Bivar na cerimônia em torno de Soraya.

Lula chegou a articular a saída de Bivar da corrida presidencial para angariar o apoio da União Brasil no primeiro turno, sinalizando que poderia apoiar o pernambucano na disputa pela presidência da Câmara dos Deputados em 2023. Questionado nesta terça sobre essa negociação, porém, o deputado negou que essa hipótese tenha sido aventada oficialmente.

"Não tem detalhe porque não existe conversa [sobre essas possibilidades]. A nossa família é muito grande. Temos 56 deputados federais, 10 senadores, 13 candidatos a governador. Isso nada impede que um ou outro faça conversas paralelas. Mas conversa para sentar na mesa, da cúpula do União Brasil, não teve nenhuma conversa nesse sentido a não ser focar na candidatura presidencial em torno da Soraya Thronicke", afirmou Bivar.

Na esfera estadual paulista, a União Brasil e o MDB reivindicam o posto de vice-governador na chapa de Rodrigo Garcia (PSDB), deixando em segundo plano uma possível candidatura ao Senado. Mas dirigentes da legenda dizem que, caso Rodrigo não dê ao partido a possibilidade de indicar o candidato a vice, a legenda poderia apoiar Fernando Haddad (PT) no estado.

O vereador Milton Leite, no entanto, foi enfático ao dizer, nesta terça, que o partido União Brasil "está fechado com Rodrigo Garcia". "Estaremos com ele em qualquer quadro. Já não há mais hoje possibilidade de ir com qualquer outra agremiação", afirmou o presidente da Câmara municipal paulistana.

"Qualquer conversa que tenhamos tido com outros partidos [além do PSDB de Rodrigo], são conversas efetivamente republicanas. É natural. O Rodrigo Garcia é o nosso candidato a governador, contemporizou Bivar.

"Nos sentimos até envaidecidos de todos nos procurarem. Mostra que a União tem credibilidade. Também procuramos outros, mas sempre para aglutinar com os nossos pensamentos democráticos e econômicos.

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