Datafolha: Avaliação de Bolsonaro interrompe trajetória de melhora após o 7/9

Desempenho do presidente à frente do governo tem 42% de reprovação e 31% de aprovação

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São Paulo

Mesmo sob impacto da propaganda governista no 7 de Setembro, a avaliação da gestão Jair Bolsonaro (PL) permanece majoritariamente negativa, de acordo com pesquisa Datafolha —e não melhora.

Levantamento do instituto feito na quinta (8) e nesta sexta-feira (9) aponta que 31% do eleitorado vê seu governo como ótimo ou bom, ante 42% que o consideram ruim ou péssimo. Trata-se do mesmo placar registrado na sondagem realizada na semana passada.

Presidente aparece sozinho; o fundo é azul
O presidente Jair Bolsonaro, durante cerimônia de cumprimento a oficiais no Palácio do Planalto - Pedro Ladeira - 4.ago.22/Folhapress

Já a taxa de avaliação regular estava em 27% e agora foi para 25%. Não soube responder 1%.

A margem de erro da pesquisa, contratada por Folha e TV Globo e registrada na Justiça Eleitoral sob número BR-07422/2022, é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos, com nível de confiança de 95%. O instituto ouviu 2.676 eleitores em 191 municípios de todo o país.

O presidente vinha até então obtendo uma gradual melhoria de sua avaliação nos últimos meses —as respostas positivas eram de 25% em maio. O pico das taxas de "ruim/péssimo" no mandato ocorreu de setembro a dezembro de 2021, com 53%.

A mais recente pesquisa foi feita em meio à repercussão dos atos do Dia da Independência, que acabaram se tornando eventos eleitorais do presidente. Parte das festividades do Bicentenário foi transmitida pela TV Brasil, que é uma emissora estatal. Após o tradicional desfile cívico-militar em Brasília, o presidente discursou para milhares de apoiadores e atacou seu principal adversário, o ex-presidente Lula (PT).

Depois, participou de ato no Rio e fez fala em tom parecido. A oposição diz que houve crime eleitoral.

Na pesquisa de intenção de voto, o candidato à reeleição está em segundo lugar, com 34%, ante 45% de Lula. O grupo político de Bolsonaro aposta em melhora de sua popularidade na esteira da deflação aferida nas últimas semanas em decorrência da queda no preço dos combustíveis.

O presidente também abriu ofensiva no horário eleitoral, que passou a ser exibido há duas semanas e no qual as medidas governistas costumam ser detalhadas. Criticado pelo desempenho da economia durante o mandato, Bolsonaro tem exibido indicadores de sua gestão na propaganda eleitoral. "Desemprego? Caiu. PIB? Subiu. Combustíveis? Caiu. Exportações? Subiu", afirma um dos vídeos.

No Sul do país, que se consolidou como uma das bases políticas do presidente, a avaliação positiva do governo supera numericamente a negativa: 38% a 35%. Entre jovens de 16 a 24 anos, as respostas de "ruim/péssimo" aumentam para 47%. Nos recortes mais restritos da mostra, a margem de erro é maior.

Na comparação com outros presidentes que tentaram a reeleição, Bolsonaro tem índices piores a um mês do pleito. Fernando Henrique Cardoso (PSDB), em 1998, tinha aprovação de 43%, enquanto Lula, em 2006, estava com 46%. Dilma Rousseff (PT), em 2014, estava com 36%.

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