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Lula compara 7 de Setembro bolsonarista a reunião da Ku Klux Klan

Petista participa de comício na Baixada Fluminense e diz que presidente 'roubou do povo brasileiro' o Dia da Independência

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Rio de Janeiro

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) comparou os atos bolsonaristas de 7 de Setembro a uma reunião da Ku Klux Kan, o grupo americano de supremacistas brancos que prega a inferioridade do povo negro.

"O ato do Bolsonaro parecia uma reunião da Ku Klux Klan, só faltou o capuz", afirmou Lula em comício na Baixada Fluminense, nesta quinta (8).

Lula durante ato na baixada Fluminense - Marlene Bergamo/Folhapress

Para o petista, não havia negros, pardos, pobres e trabalhadores nos eventos que reuniram milhares de brasileiros na quarta (7).

"O artista principal era o velho da Havan", afirmou sobre o dono da Havan, Luciano Hang, um dos alvos de operação da PF contra empresários bolsonaristas.

Lula disse que Hang seria como um Louro José, o papagaio que auxiliava a apresentadora Ana Maria Braga, participando ativamente na campanha do presidente e candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL).

O petista afirmou ainda que seu adversário maior nesta eleição "roubou do povo brasileiro" o Dia da Independência, com comemorações que extrapolaram a festa cívica e resvalaram para um palanque eleitoral.

"Ele se apoderou da forma mais vergonhosa de um dia que é de 215 milhões de brasileiros, e não dele."

Em outro momento, o petista se referiu ao rival pelo apelido pejorativo de Bozo. "Sabe quem votou contra os direitos trabalhistas para as empregadas domésticas? O atual Bozo, que é o presidente do país."

A socióloga Rosângela da Silva, a Janja, mulher de Lula, ironizou uma fala em que Bolsonaro chamou de princesa sua mulher, Michelle, e incitou o público do ato do 7 de Setembro a comparar primeiras-damas —pouco antes de se dizer "imbrochável".

"Queria que todo mundo acendesse as luzes dos celulares para ver se tem alguma princesa aqui", provocou Janja, para emendar na sequência: "Não tem, aqui só tem mulher de luta".

Na quarta, Bolsonaro exaltou Michelle e disse em Brasília: "Não há o que discutir, uma mulher de Deus, família e ativa na minha vida, não é ao meu lado não, muitas vezes ela está é na minha frente. E eu tenho falado para os homens solteiros, para os solteiros que estão cansados de serem infelizes, procurem uma mulher, uma princesa, se case com ela para serem mais felizes ainda".

"Vamos lá, mulheres lindas!", afirmou Janja enquanto liderava um coro do jingle "Lula Lá" no comício promovido em Nova Iguaçu para enaltecer a candidatura do marido.

No mesmo evento, a ex-presidente Dilma Rousseff (PT) rebateu o discurso em que Michelle Bolsonaro disse que no passado o Palácio do Planalto era consagrado a demônios e que, sob a guarda de seu marido, é dedicado a Jesus.

"Eu me indignei", disse Dilma. "Jamais na minha época e na do presidente Lula teve demônios no Palácio. Agora tem."

Os novos capetas, segundo a ex-presidente, são encarnados naquele que trouxe doença, não garantiu vacina contra a Covid-19 para o povo e devolveu 33 milhões de brasileiros para a fome. Um recado para o governante da vez, Bolsonaro.

Nome de Lula para o Executivo fluminense, Marcelo Freixo (PSB) povoou sua fala com críticas a Bolsonaro e aliados, sobretudo o governador Cláudio Castro (PL), seu maior empecilho eleitoral.

"A Baixada não é lugar de gado, é lugar de voto consciente", disse o deputado federal. Nova cutucada veio quando disse que quem chega na Presidência "sem autoridade precisa de autoritarismo" para lá continuar.

O comício começou com a tentativa de retomar símbolos nacionais, que a esquerda vê como sequestrados pela direita. Lula cantou o Hino Nacional, tocado em ritmo de samba, enquanto no telão do palco tremulava a bandeira do Brasil.

Gestos que já vinham acontecendo em atos anteriores e que ganham peso extra no pós-7 de Setembro promovido pelo bolsonarismo.

Precedeu o discurso do deputado estadual André Ceciliano um jingle que dizia "Lula só tem um senador". A letra reacende um quiproquó com outro candidato ao Senado de um partido na coligação lulista, o deputado Alessandro Molon (PSB).

Molon queria apoio oficial de Lula, mas o plano malogrou —vingou um acordo entre PT e PSB para lançar Freixo ao governo e Ceciliano para o Congresso.

No Twitter, mais cedo, Molon reclamou do arranjo do dia. "É lamentável que o PT-RJ queira impedir nossa participação, hoje, no comício de Lula em Nova Iguaçu."

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