Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL) dispararam nas redes sociais no último mês de campanha e atingiram seus melhores desempenhos na internet desde o início do ano, segundo o Índice de Popularidade Digital (IPD).
O petista chegou ao seu recorde nesta segunda (26), quando transmitiu uma "superlive" em evento que reuniu famosos como Gilberto Gil, Caetano Veloso, Pablo Vittar e Emicida no auditório Celso Furtado, no Anhembi, em São Paulo.
Lula marcou 85,62 no indicador, que vai de 0 a 100 e é calculado diariamente pela empresa Quaest, impulsionado por postagens de personalidades como o ator americano Mark Ruffalo, com 8 milhões de seguidores no Twitter, e o influenciador Felipe Neto, com 15 milhões.
Já o presidente viu seu número subir ao pico (83,35) na semana do 7 de Setembro, quando usou o bicentenário da Independência do Brasil para promover comícios em Brasília e no Rio de Janeiro, apesar de vetos do TSE (Tribunal Superior Eleitoral).
No último dia 21, o ministro Benedito Gonçalves entendeu que Bolsonaro descumpriu a proibição ao uso dos conteúdos na campanha e determinou que empresas responsáveis pelo Facebook, Instagram, Kwai, Linkedin e Twitter removessem as imagens.
Desde o início do ano, os dois rivais disputam o topo do ranking de popularidade digital dos presidenciáveis à distância dos demais candidatos, se alternando no primeiro lugar de acordo com os acontecimentos da corrida eleitoral.
O indicador mostra que o segundo debate na TV desta eleição nacional, ocorrido no sábado (24), não provocou grandes movimentos no desempenho de ambos. Lula, porém, teve uma leve queda no índice naquele dia ao faltar ao evento, de 80,6 para 79,29.
Ele foi organizado em pool por SBT, CNN Brasil, O Estado de S. Paulo, Terra, Veja e as rádios Eldorado e Nova Brasil. No primeiro debate, ocorrido em 28 de agosto, ambos também derraparam na internet, enquanto os candidatos da terceira via dispararam.
No último mês, Simone Tebet (MDB) colou em Ciro Gomes (PDT) na disputa pelo terceiro lugar —o pedetista ocupava a posição durante a maior parte do tempo desde janeiro. No número mais recente, desta segunda, a senadora o ultrapassou, marcando 29,69 contra 29,35.
O momento de maior pico de popularidade de Ciro aconteceu em 24 de agosto, durante sua entrevista ao Jornal Nacional, da TV Globo. Felipe d’Avila (Novo) agora aparece em quinto, com 20,88, e em seguida vem Soraya Thronicke (União Brasil), com 16,17.
O índice indica uma tendência de queda no desempenho da candidata nos últimos dez dias. Ela teve que paralisar atividades de campanha recentemente por causa de uma crise de recursos em seu partido, que não estaria repassando os valores prometidos.
O IPD é publicado mensalmente pela Folha e ajuda a medir a temperatura da corrida eleitoral. Ele é calculado desde 2018 por meio de um algoritmo de inteligência artificial que coleta e processa 152 variáveis dos sites Twitter, Facebook, Instagram, YouTube, Wikipedia e Google.
São monitoradas seis dimensões: presença digital (perfis ativos), fama (número de seguidores), engajamento (comentários e curtidas por postagem), mobilização (compartilhamentos), valência (proporção de reações positivas e negativas) e interesse (volume de buscas).
Na última quarta (21), o jornal mostrou que a série de incentivos à participação de mulheres nas eleições deste ano ainda não se refletiu em termos de popularidade das candidatas à Câmara dos Deputados nas redes sociais, que estacionaram nos rankings em SP, MG e RJ.
Nesta quarta (28), serão publicados os índices dos concorrentes aos governos de sete estados: São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Bahia, Pernambuco, Rio Grande do Sul e Distrito Federal.
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