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Campanhas de Lula e Bolsonaro fazem blitz de sete dias em Minas

Estado recebe candidatos ao Planalto, vices, Simone Tebet e Michelle Bolsonaro

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Belo Horizonte

A presença dos dois candidatos a vice-presidente em solo mineiro nesta terça-feira (25) simboliza a disputa voto a voto no estado entre as campanhas de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL).

Em um período de sete dias, o estado considerado chave na disputa já recebeu ou receberá as visitas de Lula e Bolsonaro; de Geraldo Alckmin (PSB) e Braga Netto (PL), os dois candidatos a vice; além de duas das principais apoiadoras dos postulantes ao Planalto neste segundo turno: Simone Tebet (MDB) e a primeira-dama Michelle Bolsonaro.

manifestações de apoio a Lula e Bolsonaro
Na montagem, atos a favor de Lula (PT), na Feira da Afonso Pena, e de Bolsonaro, na Pampulha, ambos em Belo Horizonte - Ranier Bragon/Folhapress

A mais recente ofensiva sobre Minas começou na última sexta-feira (21), quando uma caravana de bolsonaristas liderada pela primeira-dama Michelle Bolsonaro iniciou um périplo por seis cidades de diferentes regiões do estado.

O grupo visitou Almenara, Governador Valadares, Ribeirão das Neves, Belo Horizonte, Ubá e Uberaba.

Em todas elas os aliados promoveram comícios marcados pela forte mistura entre religião e política e por ataques a Lula.

O governador Romeu Zema (Novo), que se anunciou bolsonarista neste segundo turno, participou de uma das agendas, no sábado (22) na Pampulha (Belo Horizonte).

Também na sexta, Lula promoveu comícios em Teófilo Otoni e Juiz de Fora, cidades governadas pelo PT. No dia seguinte, comandou evento em regiões de Ribeirão das Neves e Belo Horizonte.

Esses compromissos foram os primeiros que contaram com a participação de Tebet, terceira colocada no primeiro turno, com 4,16% dos votos válidos.

A senadora é um dos principais trunfos do PT na tentativa de formar uma ampla frente de apoio contra Bolsonaro.

Nesta terça (25) foi a vez de Alckmin e Braga Netto desembarcarem em solo mineiro.

O vice de Lula, que foi uma figura histórica do PSDB e também integra o rol de políticos que buscam vencer a resistência ao PT, foi ao bolsonarista sul de Minas encerrar suas viagens de campanha, escolhendo uma cidade simbólica, Lavras, que deu uma apertada vitória ao PT no primeiro turno, 45,6% dos votos válidos contra 44,2% de Jair Bolsonaro (PL).

Na entrada e na saída do clube de Lavras, onde comandou ato político com a presença de cerca de 300 apoiadores de Lula, o ex-tucano assistiu a um protesto de cerca de 40 bolsonaristas que o aguardavam do lado de fora, do outro lado da rua.

Separados dos petistas pela Polícia Militar, os bolsonaristas portavam bandeiras, instrumentos de som e um cartaz que dizia que Alckmin está querendo voltar à cena do crime ao lado de Lula.

A menção é a uma antiga fala do então tucano que vem sendo explorada na TV e no rádio pela campanha de Bolsonaro. Em 2017, ele disse que Lula queria voltar à cena do crime com sua tentativa de se candidatar no ano seguinte.

Nesta quarta (26), Bolsonaro voltará a Minas, onde participará ao lado de Zema de comícios em Teófilo Otoni e em Uberlândia. Os atos devem encerrar a participação pública do governador na campanha à reeleição do presidente.

No dia seguinte, quinta (27), Tebet voltará a Minas para visitas a Belo Horizonte e outras cidades próximas.

No primeiro turno, Lula venceu Bolsonaro em Minas com praticamente o mesmo placar nacional —48,29% dos votos válidos, contra 43,60% do adversário. Nacionalmente, a contagem ficou em 48,43% para Lula contra 43,20% para Bolsonaro.

A batalha por Minas se tornou prioridade das duas campanhas pelo estado reunir o segundo maior eleitorado do país e pelo simbolismo de que desde a redemocratização todos os eleitos também triunfaram nas urnas mineiras.

Bolsonaro conta com Zema como principal cabo eleitoral. Ele tem tentando arregimentar prefeitos para conquistar votos pró-Bolsonaro, o que também tem sido feito por associações empresariais do estado.

Além do PT, Lula conta com o apoio do ex-prefeito de Belo Horizonte Alexandre Kalil (PSD), do senador Alexandre Silveira (PSD) e do prefeito de Belo Horizonte, Fuad Jorge Noman Filho (PSD).

Kalil foi derrotado por Zema ainda em primeiro turno e Silveira não conseguiu se eleger para o Senado.

Aliados do presidente dizem que o apoio de Zema já surtiu efeito, mas petistas afirmam que essas ações não têm potencial para mover votos de forma significativa e que a distância obtida por Lula no primeiro turno, de cinco pontos percentuais, se mantém.

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