Datafolha: 50% dizem não votar em Bolsonaro de forma alguma, ante 46% em Lula

Rejeições dos candidatos se cristalizam em patamares altos, característica desta eleição

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São Paulo

A guerra das rejeições no segundo turno da disputa pelo Palácio do Planalto segue firme, aponta a nova pesquisa do Datafolha sobre a corrida eleitoral. Dizem não votar de forma alguma no presidente Jair Bolsonaro (PL) 50% dos eleitores ouvidos, enquanto 46% afirmam o mesmo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Com a margem de erro de dois pontos para mais ou menos, é um cenário de estabilidade que caracteriza esse segundo turno, quando o aumento de intensidade da campanha negativa tem degradado a imagem do petista, líder da corrida.

O presidente Jair Bolsonaro (PL) e seu rival na disputa deste ano e antecessor no cargo, Lula (PT)
O presidente Jair Bolsonaro (PL) e seu rival na disputa deste ano e antecessor no cargo, Lula (PT) - Adriano Machado - 4.out.2022 e Ueslei Marcelino - 29.jul.2022/Reuters

Na semana passada, diziam rejeitar o presidente 51%, ante 46% que não votariam em Lula.

Ao longo de toda a série histórica do Datafolha para este pleito, iniciada em maio de 2021, Bolsonaro nunca ficou abaixo deste patamar, mas o petista viu sua rejeição subir após ficar na frente no primeiro turno de 2 de outubro.

Antes, o petista oscilava abaixo dos 40%, um nível alto, mas não proibitivo. Bolsonaro acirrou as salvas contra o rival, apontado como um protetor de bandidos que planeja fechar igrejas, além da acusação de corrupto que acompanha o petista desde seus anos no poder (2003-10).

O petista, com a experiência de campanhas destrutivas contra adversários de outras eleições, foi no mesmo nível, associando o presidente a apoio de assassinos, canibalismo de indígenas e, agora, pedofilia no episódio da fala desastrada de Bolsonaro acerca de meninas venezuelanas —que não o fez mais rejeitado entre as mulheres.

Em comum, ambos e chamam de corruptos e sobre acusações de associação com o demônio, restando saber se falamos aqui do chefe deles na tradição cristã, Satanás, ou de algum preposto.

Talvez pela longa ausência em campanha do tipo, talvez pelo caráter inoxidável do apoio ao presidente entre bolsonaristas, Lula até aqui parece ter sofrido mais o impacto. Está tentando reverter da forma que consegue, como com a carta aderindo a preceitos evangélicos divulgada nesta quarta (19).

Da mesma forma, Bolsonaro tem adotado um tom mais propositivo ao lançar medidas populistas, como a antecipação do FGTS para imóveis destinados a famílias de baixa renda. Mesmo no debate Folha/UOL/Band/Cultura com Lula, no domingo (16), evitou a apoplexia que lhe é característica.

Até aqui, não ajudou a reduzir sua rejeição, que também foi aferida numa pesquisa do Datafolha na semana passada de forma indireta: 18% daqueles que dizem votar em Lula nesta eleição o fazem exclusivamente para tirar Bolsonaro da cadeira.

O ex-presidente é mais rejeitado por mais ricos (57%), quem ganha de 2 a 5 mínimos (55%) e por quem tem de 25 a 34 anos (51%). Já o atual é mais rejeitado entre os mais pobres e quem tem ensino fundamental (57% nos dois segmentos).

O instituto ouviu 2.912 pessoas em 181 municípios de segunda (17) a esta quarta, em um levantamento encomendado pela Folha e pela TV Globo que está registrado sob o código BR-07340/2022 no Tribunal Superior Eleitoral. A margem de erro é de dois pontos para mais ou menos.

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