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Lula cita bolsonarismo consolidado e diz que 'vamos ter problema' após ganhar eleição

Ex-presidente afirmou ainda que é importante conscientizar a sociedade para que o bolsonarismo não vire política definitiva no Brasil

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São Paulo

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta segunda-feira (17) que ele irá ganhar as eleições e derrotar o presidente Jair Bolsonaro (PL). Disse, porém, que o "bolsonarismo está criado" —e que isso será um problema.

Segundo Lula, será preciso conscientizar a sociedade para que o bolsonarismo não vire política definitiva no Brasil.

"Nós vamos ter um problema, que nós vamos ganhar as eleições, derrotar o Bolsonaro, mas o bolsonarismo está criado. Depois [das eleições] nós temos que conscientizar a sociedade para que ela não crie no bolsonarismo uma política definitiva no Brasil, que é o que a extrema-direita está tentando fazer aqui e em outros países", disse.

O petista já havia alertado para isso em encontro no último dia 27 com intelectuais que não eram do campo do PT, fundadores do PSDB e ministros do governo Fernando Henrique Cardoso (PSDB).

Ex-presidente Lula (PT) recebe uma cruz de madeira de presente em evento nesta segunda (17)
Ex-presidente Lula (PT) recebe uma cruz de madeira de presente em evento nesta segunda (17) - Marlene Bergamo/Folhapress

Na tarde desta segunda-feira (17), o petista participou de encontro com cerca de 200 padres, freiras e outros religiosos.

Em um momento, Lula ganhou de presente uma cruz de madeira. Ao final do encontro, o petista recebeu uma bênção. O ex-presidente criticou o que disse ser um "clima de ódio" tomado por parte da sociedade brasileira nos dias atuais.

"Tenho lido notícias de padres que são atacados durante a missa porque estão falando da fome, da pobreza, da democracia. São atacados por pessoas que sempre conviveram com a gente e que a gente não sabia que essa pessoa tinha tanto ódio dentro dela", disse.

Lula também criticou a família de Bolsonaro num momento em que ele citava o resultado das eleições na Itália e a situação atual da Hungria.

"Vimos o que aconteceu agora na Itália. A extrema-direita com a cabeça fascista ganhou as eleições lá. A gente sabe o que acontece na Hungria. Aqui no Brasil tem representação. E a família do atual presidente representa esse segmento raivoso da direita internacional."

O ex-presidente criticou ainda o desmatamento no Brasil e disse que não haverá garimpo ilegal em terras indígenas caso ele vença as eleições. "Os verdadeiros produtores rurais, aqueles que são sérios, não derrubam árvore. Quem derruba, derruba não como produtor, mas como transgressor das leis desse país."

No encontro desta tarde, Lula estava acompanhado de seu vice, o ex-governador Geraldo Alckmin (PSB), do candidato do PT ao Governo de São Paulo, Fernando Haddad, da vice de Haddad, Lúcia França, e da socióloga Rosângela da Silva, a Janja, sua esposa.

No primeiro turno, embora rechaçasse incluir religião na campanha, o ex-presidente tratou do tema em discursos, se encontrou com evangélicos e viu sua equipe montar uma ofensiva nesse segmento para impedir crescimento de Bolsonaro entre esses eleitores.

No último dia 4, Dia de São Francisco de Assis, Lula se reuniu com o Frei Davi, coordenador da Educafro, e frades franciscanos. O encontro com os frades era uma resposta à proliferação de vídeos e mensagens que circulam nas redes sociais associando o ex-presidente Lula ao satanismo.

No dia seguinte, o bispo Romualdo Panceiro, que foi integrante da cúpula da Igreja Universal, se reuniu com Lula para declarar apoio ao petista no segundo turno da corrida eleitoral. Ele gravou vídeo no qual declarava seu apoio ao petista.

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