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Lula vota e diz que hoje é o dia mais importante de sua vida

Ex-presidente tenta retornar ao Palácio do Planalto em disputa contra o presidente Jair Bolsonaro

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São Bernardo do Campo

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) votou às 9h25 deste domingo (30) em uma escola em São Bernardo do Campo, berço político do petista na Grande São Paulo, e afirmou que hoje é o dia "mais importante" de sua vida.

"Acho que é um dia muito importante para o povo brasileiro, porque hoje o povo está definindo o modelo de Brasil que ele deseja. O povo está definindo hoje um modelo de vida que ele quer."

"Por isso é o dia mais importante da minha vida, porque eu me coloquei candidato nesse dia e estou convencido que o povo brasileiro vai votar num projeto que a democracia seja vencedora", afirmou o petista à imprensa depois de votar.

"Para mim, é um dia gratificante e eu acho que para muita gente será um dia 30 de outubro muito especial para a história futura do nosso país."

De camisa branca e acompanhado de aliados, Lula disse que o país andou para trás.

"Esse país já tinha quase chegado lá e, lamentavelmente, ele andou para trás. E nós precisamos fazer ele andar para frente outra vez, mas andar para frente não apenas uma parte da sociedade, mas toda a sociedade junto", continuou o petista.

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vota em colégio eleitoral em São Bernardo do Campo, na região metropolitana de São Paulo - Nelson Almeida - 30.out.22/AFP

Lula estava acompanhado de seu vice, Geraldo Alckmin (PSB), de sua esposa, a socióloga Rosângela da Silva, a Janja, da ex-senadora Marina Silva (Rede-SP), do deputado federal André Janones, do deputado eleito Guilherme Boulos (PSOL-SP), do ex-ministro Aloizio Mercadante e do candidato do PT ao Governo de São Paulo, Fernando Haddad.

Ao ser questionado sobre expectativas para uma eventual transição, o ex-presidente citou a realizada pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) e afirmou que espera que o governo de Jair Bolsonaro seja "civilizado" na transição.

"O que eu gostaria é que a transição fosse igual àquela que o Fernando Henrique Cardoso permitiu que nós fizéssemos e que a Dilma não pode fazer porque foi golpeada", disse.

"Espero que o governo seja civilizado a ponto de compreender que é necessário ter uma boa transição. Estou acreditando que se ganhar as eleições, vai ter uma transição", seguiu.

O ex-presidente afirmou que, antes de tomar posse, pretende viajar a países da América do Sul e da União Europeia, além de visitar a China e os Estados Unidos.

O petista disse ainda que até a posse ele irá conversar com todas as forças políticas que o apoiaram, assim como pessoas que não estiveram ao seu lado.

"Na política não existe espaço vazio. Vai ter muita conversa com muita gente, porque um dos sonhos que me fez ser candidato é a possibilidade de recompor a relação de paz entre os brasileiros."

Lula disse ainda que é preciso que as pessoas aprendam a se respeitar e a "viver democraticamente na divergência". "É um compromisso que eu tenho: tentar estabelecer a harmonia na sociedade brasileira sem pedir para que as pessoas abram mão das suas convicções."

Ao final, o ex-presidente pediu a Deus que Ele "ilumine os brasileiros" e que este domingo seja um dia "de paz, seja um dia tranquilo".

"Que as pessoas votem de acordo com a sua consciência. E depois todos nós, ao sabermos o resultado, respeitemos. Quem ganhar vai festejar e quem perder vai lamentar."

Dentro da escola, Lula foi recebido por apoiadores com gritos de "olê, olê, olá, Lula, Lula".

Pesquisa Datafolha mostrou Lula com 52% dos votos válidos ante 48% de Jair Bolsonaro (PL).

No último sábado (29) Lula encerrou sua campanha presidencial na avenida Paulista, com uma caminhada de rua junto a apoiadores e a peças-chave de sua campanha, com organização de desfile de Carnaval.

O ex-presidente estava novamente acompanhado por Haddad e Geraldo Alckmin (PSB), além de Marina Silva e da senadora Eliziane Gama (Cidadania-PE). O ex-presidente do Uruguai Pepe Mujica também estava na caminhonete do candidato.

Lula fez a caminhada em cima de uma caminhonete sem proteção no teto e nas laterais. Além da equipe do petista e de policiais federais que fazem a segurança do petista, militantes do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) fizeram um cordão protegendo o carro.

O cortejo tinha abre-alas, porta-bandeiras e alegorias —sendo dividido em alas, e o trajeto foi embalado por jingles da campanha. Durante o caminho, o ex-presidente cumprimentou e acenou para apoiadores.

Uma motociata em apoio ao ex-presidente, composta em grande parte por entregadores de aplicativo, também atravessou a avenida Paulista no início da tarde deste sábado (29).

Neste domingo (30), contudo, ele enfrenta a eleição mais difícil de sua carreira, contra um adversário que o espelha quando o domínio é o de conexão com o eleitorado. O pleito também se tornou um plebiscito de seu legado e acerca do futuro da esquerda brasileira.

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