Descrição de chapéu Eleições 2022

Observadores eleitorais manifestam 'muita preocupação' com denúncias sobre operações da PRF

Órgãos veem possibilidade de tentativa de supressão de votos e tentam averiguar denúncias de descumprimento da decisão do TSE

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São Paulo

Observadores eleitorais brasileiros e internacionais acompanham com "muita preocupação" as denúncias de possível intimidação de eleitores em operações da Polícia Rodoviária Federal (PRF).

Falando sem se identificar, pois só se pronunciam oficialmente após o fechamento das urnas, observadores contatados pela Folha veem possibilidade de tentativa de supressão de votos nas eleições.

Entre observadores oficiais credenciados pelo TSE e TREs estão o Carter Center, Organização dos Estados Americanos (OEA), Washington Brazil Office, Transparência Eleitoral Brasil.

O presidente Jair Bolsonaro em evento da Polícia Rodoviária Federal
O presidente Jair Bolsonaro em evento da Polícia Rodoviária Federal - Pedro Ladeira/Folhapress

O Centro Carter, embora esteja avaliando mais especificamente o sistema eletrônico de votação, manifestou "muita preocupação" com as denúncias sobre operações da PRF, afirmando que "essas práticas, mudanças em regras e operações no meio do processo de votação, estão totalmente fora dos standards internacionais de transparência eleitoral", disse à Folha representante do Centro Carter.

Ana Cláudia Santano, coordenadora geral da Transparência Eleitoral Brasil, afirmou que a entidade expressa preocupação com os relatos e está analisando a situação com cuidado, tentando averiguar se as denúncias se concentram no Nordeste e se a decisão judicial do TSE, que proibiu a operação neste domingo, está sendo cumprida.

No início da tarde deste domingo, o diretor-geral da corporação, Silvinei Vasques, esteve no prédio do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) e, reunião com o presidente do tribunal, Alexandre de Moraes, se comprometeu a interromper todas as abordagens em ônibus e obedecer a decisão do ministro.

O ex-vice-procurador-geral eleitoral, Renato Brill de Góes, postou neste domingo em suas contas do Facebook e Instagram que as ações da Polícia Rodoviária Federal podem caracterizar abuso de poder e levar à cassação do registro ou diploma do candidato beneficiado.

"O que a PRF esta fazendo hoje, por ordem de sua direção-geral, sem precedentes na nossa história republicana, pode caracterizar abuso de poder de autoridade e ensejar a inelegibilidade dos seus atores e a cassação do registro ou diploma do candidato beneficiado", escreveu Brill na publicação intitulada "Respeitem democracia e o eleitor!".

Brill foi substituído em julho de 2021 no cargo por Paulo Gonet, próximo ao procurador-geral Augusto Aras. Brill que pediu dispensa do cargo dias depois de entrar com representação contra Bolsonaro por propaganda eleitoral antecipada. Ele era um crítico do voto impresso defendido pelo bolsonarismo. Em entrevista à Folha, ele afirmou que a proposta era "teoria da conspiração aliada a negacionismo da tecnologia".

Como mostrou a Folha, a PGE se omitiu e não ajuizou nenhuma ação eleitoral sobre fake news e uso da máquina na eleição presidencial durante a campanha.

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