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Partido de Bolsonaro não enviou inserções, diz rádio citada por assessor demitido pelo TSE

Emissora afirma que, após contato, PL voltou a mandar o material

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Brasília

A direção da Rádio JM FM atrelou, em nota divulgada nesta quarta-feira (26), a não veiculação de inserções de Jair Bolsonaro à falta de envio do material pelo PL, partido do presidente.

Em depoimento à Polícia Federal, o servidor Alexandre Machado disse que recebeu um email da JM em que a emissora teria dito que, de 7 a 10 de outubro, havia deixado de repassar em sua programação 100 inserções da coligação de Bolsonaro.

Fabio Wajngarten, assessor da Presidência, e Fabio Faria, ministro das Comunicações, em coletiva sobre irregularidades em inserções do PL em rádios
Fabio Wajngarten, assessor, e Fabio Faria, ministro das Comunicações, em coletiva sobre irregularidades em inserções do PL em rádios - Evaristo Sá/AFP

Como mostrou a Folha, o depoimento foi prestado após Machado ser exonerado pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral). Na corte, a explicação dada é que o servidor vinha tomando atitudes com falta de isenção e com aparência de atuação política em sua função.

"No início do segundo turno das eleições presidenciais, os mapas e materiais de uma das campanhas [da de Bolsonaro] deixaram de ser enviados. Tal fato foi detectado no dia 10 de outubro, oportunidade em que a emissora questionou a Justiça Eleitoral, por telefone, solicitando orientação sobre as medidas a serem adotadas", afirmou a emissora de Uberaba (MG).

O comunicado disse ainda que, desde o início da propaganda eleitoral do primeiro turno, a rádio "vinha recebendo diretamente dos partidos e coligações os mapas de mídia e respectivos materiais para veiculação na programação diária da emissora".

Conforme mostrou o Painel, Lídia Prata Ciabotti, dona JM, publicou há quatro dias uma foto entregando um exemplar do Jornal da Manhã, que pertence ao mesmo grupo, a Michelle Bolsonaro, durante visita da primeira-dama ao município mineiro. Na publicação, diz ter sido um prazer ter conhecido "uma mulher tão carismática".

À Folha Lídia disse que não está "a serviço de campanha nenhuma, como alguns nos acusam. Só queremos fazer a coisa certa". Se não publicamos no dia certo, como devemos fazer?"

A emissora disse ainda ter acionado diretamente o PL, "expondo a questão e pedindo que os mapas e materiais voltassem a ser encaminhados por e-mail, a exemplo do que ocorreu no primeiro [turno] ".

"Essa providência foi, então, adotada pelo Partido Liberal", afirmou a rádio, na mesma nota.

Segundo a rádio, após procurar o partido e "faltando uma semana para o término das eleições", foi formalizada uma consulta ao TSE.

O objetivo da consulta, alegou a emissora, era obter orientação sobre como proceder em relação à ausência do envio das inserções pelo PL. Não houve, de acordo com a empresa, uma orientação por parte da corte eleitoral até o momento.

"Lamentamos que o assunto tenha motivado um debate político acirrado e absolutamente desproporcional sobre um questionamento que poderia ter sido resolvido com a simples resposta pedida pela emissora", afirmou a rádio.

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