Roberto Jefferson disparou mais de 20 tiros de fuzil e lançou duas granadas contra PF, diz investigação

Dois policiais ficaram feridos na ação; eles foram levados ao hospital e estão bem

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Brasília

O político de extrema direita Roberto Jefferson disparou mais de 20 tiros de fuzil e lançou duas granadas contra policiais federais, na manhã deste domingo (23).

A Polícia Federal foi ao endereço do ex-deputado para cumprir uma ordem de prisão do STF (Supremo Tribunal Federal). O ministro Alexandre de Moraes afirma em sua decisão que Jefferson descumpriu medidas impostas anteriormente pelo tribunal.

Fontes que participam da apuração do caso afirmam que os disparos foram realizados logo no momento da chegada do carro no local.

Viatura da PF usada para ação contra Roberto Jefferson; ex-deputado atirou e jogou granadas contra policiais - Divulgação

A ordem do ministro e a operação ocorrem um dia após Jefferson xingar a ministra Cármen Lúcia, ministra do STF (Supremo Tribunal Federal), e a comparou a "prostitutas", "arrombadas" e "vagabundas" em um vídeo publicado por sua filha Cristiane Brasil (PTB) nas redes sociais.

Após reagir e atacar os policiais, Jefferson divulgou vídeos para afirmar que não se entregaria à polícia e confirma ter atirado contra os policiais.

"Eu não vou me entregar. Eu não vou me entregar porque acho um absurdo. Chega, me cansei de ser vítima de arbítrio, de abuso. Infelizmente, eu vou enfrentá-los", diz Jefferson em vídeo gravado dentro da casa do ex-deputado, em Comendador Levy Gasparian (140 km do Rio).

Sobre os tiros, um dos vídeos mostra o para-brisa do veículo da PF aparece estilhaçado. "Mostrar a vocês que o pau cantou. Eles atiraram em mim, eu atirei neles. Estou dentro de casa, mas eles estão me cercando. Vai piorar, vai piorar muito. Mas eu não me entrego", afirma.

O ex-parlamentar foi denunciado pela Procuradoria-Geral da República em agosto de 2021 por incitação ao crime por estimular a população a invadir o Congresso e a atacar instituições como o STF.

Ele chegou a ser detido em uma penitenciária, mas Moraes concedeu prisão domiciliar com uso de tornozeleira. O ministro também elencou medidas restritivas que ele deveria cumprir.

Entre elas, não dar entrevistas, não receber visitas e não se valer das redes sociais para se comunicar.

Na decisão em que ordena a prisão deste domingo (23), Moraes afirma que Jefferson descumpriu as medidas impostas.

Moraes elenca na decisão ao menos três burlas de Jefferson.

Ele teria recebido visita e repassado orientações a dirigentes do PTB, concedeu entrevista à rádio Jovem Pan e divulgou notícias fraudulentas contra ministros do STF.

"Diante do exposto, em face do reiterado desrespeito às medidas restritivas estabelecidas, restabeleço a prisão de Roberto Jefferson, a ser efetivada pela Polícia Federal, nos termos do art. 282, § 4º, do Código de Processo Penal, devendo ser recolhido, imediatamente, ao estabelecimento prisional", afirma a Moraes.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.