Equipe de Lula faz primeira visita ao CCBB, que será sede da transição de governo

Expectativa é que trabalhos comecem no local na semana que vem; gestão eleita terá 50 nomes no grupo formal, mais colaboradores

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Brasília

A equipe do governo eleito de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) faz nesta sexta-feira (4) a primeira visita ao CCBB (Centro Cultural Banco do Brasil), que será a sede da transição.

A presidente do PT, Gleisi Hoffmann (PR), e o ex-ministro Aloizio Mercandate representaram o vice-presidente eleito Geraldo Alckmin (PSB), que coordenará o processo.

Segundo Gleisi, eles foram recebidos pelo vice-presidente corporativo do Banco do Brasil, Ênio Mathias Ferreira, e visitaram as instalações.

A presidente do PT afirmou que serão indicadas 50 pessoas, que ocuparão cargos públicos, além de colaboradores voluntários, que não serão remunerados, para trabalhar na troca de informações com a gestão de Jair Bolsonaro (PL) e elaborar as propostas de Lula.

Os nomes só devem ser indicados na semana que vem.

Aloizio Mercadante, Gleisi Hoffmann e o ex-deputado Floriano Pesaro durante visita ao CCBB, que será a sede da transição - Gabriela Biló/Folhapress

"A ideia é que, a partir de segunda [7], a gente já comece a ocupar o espaço, não com a equipe toda formada, mas com a equipe de administração, pessoal que vai fazer essa parte de apoio, para que a equipe da transição mesmo, das áreas temáticas, cheguem e esteja tudo pronto", afirmou.

Está prevista na segunda uma reunião da equipe de transição com o presidente eleito para definir os escolhidos. No mesmo dia, há expectativa de que seja fechada uma agenda para que o próprio Lula viaje a Brasília, provavelmente na terça (8).

Na capital, Lula deverá visitar o CCBB e conduzir uma série de conversas com representantes dos Três Poderes. "Não tem nada marcado, tem a pretensão. O presidente falou que quer fazer visitas. Como retorna domingo, só vamos discutir a agenda dele na segunda", disse Gleisi.

Alckmin, porém, já é certo que estará em Brasília na próxima semana para o início dos trabalhos.

Em entrevista durante a visita, Gleisi foi questionada a respeito das críticas feitas pelo senador Renan Calheiros (MDB-AL), aliado próximo de Lula, à chamada PEC de transição que o governo eleito articula no Congresso para garantir o valor de R$ 600 do Auxílio Brasil no ano que vem. O programa deve voltar a se chamar Bolsa Família.

O senador afirmou que a PEC é uma "barbeiragem". Segundo ele, não era necessário "se entregar dessa forma" ao centrão.

"Conversei ontem [quinta, 3] com senador Renan Calheiros, temos de ver todas as possibilidades para viabilizar aquilo que foi contratado nas urnas. Não podemos entrar 2023 sem o auxílio emergencial [Brasil] e sem o aumento real do salário mínimo, coisas que foram contratadas com o povo brasileiro."

Gleisi também comentou o embate que ela teve nas redes sociais com o bispo Edir Macedo, líder da Universal do Reino de Deus.

O fundador da igreja, que disparou vários ataques contra Lula durante a campanha presidencial, afirmou em live que fiéis deveriam perdoar o agora presidente eleito, pois o contrário seria fazer o jogo do diabo.

"Dispensamos o perdão de Edir Macedo. Ele é quem precisa pedir perdão a Deus pelas mentiras que propagou, a indução de milhões de pessoas a acreditarem em barbaridades sobre Lula e sobre o PT, usando a igreja e seus meios de comunicação para isso. A nossa consciência está tranquila", afirmou a deputada reeleita em sua conta no Twitter.

Em entrevista nesta sexta, Gleisi afirmou que não tem nada a complementar, mas que respeita o eleitorado evangélico brasileiro.

"Não tenho nada a complementar ao que disse, respeitamos todas as igrejas, o que disse está dito", afirmou. "Nunca nos afastamos, só não misturamos política com religião."

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