Quem são os ministros e ministras de Lula

Presidente forma primeiro escalão com um total de 38 ministérios

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São Paulo

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem uma equipe de 38 ministros que compõe o primeiro escalão.

Confira os nomes da equipe de Lula:

Lula e ministros posam para foto em cerimônia de posse - Eduardo Anizelli/Folhapress

Saiba quem são os ministros de Lula

André de Paula: Ministério da Pesca

Formado em direito pela UFPE (Universidade Federal de Pernambuco), é servidor público de carreira e ingressou na vida política em 1998, quando elegeu-se deputado federal e foi reeleito nos seis pleitos seguintes. Concorreu ao Senado por Pernambuco pelo PSD, mas ficou em terceiro lugar.

Também assumiu cargos no governo pernambucano, sendo secretário de Produção Rural e Reforma Agrária entre 1999 e 2002, e secretário das Cidades entre 2015 e 2016.

É conhecido por ter perfil conciliador e estratégico, e foi escolhido por Lula para compor a equipe em acordo com o PSD. Apesar disso, de Paula votou a favor do processo de impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT).

André Fufuca: Ministério dos Esportes

Substituiu a ex-atleta do vôlei Ana Moser depois da reforma ministerial feita em setembro pelo governo Lula.

Fufuca foi eleito como deputado federal do PP no Maranhão. É formado em medicina, mas adotou a vida política do pai, Francisco Dantas Ribeiro Filho, atual prefeito de Alto Alegre do Pindaré, cidade a 219 km de São Luís.

Ascendeu na política associado a figuras de oposição ao PT e Lula. Foi aliado de Eduardo Cunha, ex-presidente da Câmara e peça central no impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT).

Também teve aliança com Ciro Nogueira, ex-ministro da Casa Civil no governo de Jair Bolsonaro e presidente do PP.

Na política local, entretanto, criou relações com partidos de esquerda. Foi escolhido para entrar no Ministério para acomodar o centrão no governo Lula.

Alexandre Padilha: Secretaria das Relações Institucionais

Médico formado pela Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), Padilha foi secretário municipal da Saúde de São Paulo quando Fernando Haddad (PT) foi prefeito da capital. Em 2014, ele concorreu ao Governo de São Paulo pelo PT, mas perdeu para Geraldo Alckmin (PSB), que hoje é vice-presidente de Lula.

Padilha volta à pasta que comandou entre 2009 e 2010, no segundo mandato de Lula. Durante o governo Dilma Rousseff (PT), foi ministro da Saúde e criou o programa Mais Médicos. Atuou também como deputado federal.

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O deputado federal eleito Alexandre Padilha (PT-SP) em entrevista à Folha na quadra do Sindicato dos Bancários, na capital paulista - Rubens Cavallari - 7.out.22/Folhapress

Alexandre Silveira: Ministério de Minas e Energia

Silveira foi deputado federal, diretor-geral do DNIT e secretário das pastas de Gestão Metropolitana e Saúde em Minas Gerais. É aliado do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG) e do ex-governador mineiro e ministro do TCU (Tribunal de Contas da União) Antonio Anastasia.

Senador pelo PSD-MG, é secretário-geral do partido.

Como mostrou o Painel, os petistas viram com bons olhos a indicação de Silveira já que, na eleição, ele se empenhou para barrar a virada de Jair Bolsonaro (PL) em Minas Gerais, onde a diferença foi de apenas 49,6 mil votos.

Anielle Franco: Ministério da Igualdade Racial

É irmã da vereadora Marielle Franco (PSOL-RJ), assassinada em 2018, no centro do Rio de Janeiro, em um crime que permanece sem solução. Após o episódio, ela ajudou a fundar o Instituto Marielle Franco.

Formada em jornalismo e inglês pela Universidade de Carolina do Norte e em inglês/literaturas pela Uerj (Universidade do Estado do Rio de Janeiro).

É mestre em jornalismo e inglês pela Universidade de Flórida A&M e mestre em Relações Étnico‑Raciais pelo Cefet/RJ. É professora e doutoranda em Linguística Aplicada na UFRJ (federal do Rio de Janeiro).

Camilo Santana: Ministério da Educação

Ex-governador do Ceará e senador eleito, ele é formado em ciências agrárias pela Universidade Federal do Ceará. Santana atuou no movimento estudantil na juventude e construiu sua trajetória política na cidade de Barbalha. Foi candidato à prefeitura em 2000 pelo PSB e em 2004 pelo PT, mas acabou derrotado nas duas oportunidades.

Em 2007, teve sua primeira experiência no Executivo ao ser nomeado secretário de Desenvolvimento Agrário pelo então governador Cid Gomes. Eleito deputado estadual em 2010, assumiu a Secretaria das Cidades no segundo mandato de Cid.

Em 2014, foi eleito para o governo do Ceará sob as bênçãos do então governador Cid Gomes e do ex-governador Ciro Gomes, ambos do PDT. Camilo não é exatamente um petista raiz. Ele iniciou sua trajetória política no PSB, partido do seu pai, Eudoro Santana, que foi deputado estadual por quatro mandatos.

Nas eleições de 2018, foi reeleito governador do Ceará.

Carlos Fávaro: Ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento

Filho de pequenos produtores, Fávaro é paranaense e começou a atuar politicamente ao ocupar cargos na Aprosoja (Associação dos Produtores de Soja e Milho) do Mato Grosso, em 2006. Conheceu Lula na associação, e negociou um plano de renegociação das dívidas de produtores rurais com o presidente.

Em 2014, filiado ao PP, foi eleito vice-governador mato-grossense na chapa de Pedro Taques (PSDB), e quatro anos depois tentou uma vaga no Senado, ficando em terceiro lugar e assumindo com a cassação de Selma Arruda, do então PSL.

É membro da bancada ruralista e, agora, é filiado ao PSD. Ele fez parte da equipe responsável pela elaboração do programa de governo de Lula. Também coordenou campanha do petista no Mato Grosso.

Fávaro se aliou a Lula no início da campanha e foi um dos principais interlocutores do petista junto ao setor. Mesmo tendo sido apresentado como cota do PSD, de Gilberto Kassab, para a sigla aderir à base do futuro governo, Lula já tinha escolhido o senador pessoalmente.

O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro (PSD-MT) em cerimônia de posse na Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), em Brasília - Gabriela Biló - 2.jan.23/Folhapress

Carlos Lupi: Previdência

Formado em administração na Facen (Faculdade do Centro Educacional de Niterói), Lupi é de ascendência italiana, e filiou-se ao PDT em 1980, quando conheceu o ex-governador do Rio, Leonel Brizola (PDT).

Desde então, dedidou-se à vida política e foi coordenador-geral das Regiões Administrativas Sul da Prefeitura do Rio de Janeiro entre 1983 e 1987, e foi assessor especial do prefeito Marcelo Alencar entre 1988 e 1990, quando elegeu-se deputado federal.

Em 1998, foi eleito primeiro suplente do senador Saturnino Braga, que prometeu dividir o mandato com Lupi, mas não cumpriu. Entre 1999 e 2000, foi secretário de Governo de Anthony Garotinho, e candidatou-se ao Senado em 2002, mas não se elegeu.

Em 2006, pleiteou o cargo de governador do Rio, mas não foi eleito, e em 2007, foi ministro do Trabalho no segundo mandato de Lula, ficando na pasta até dezembro de 2011, já no governo Dilma Rousseff. Em 2012, voltou à presidência nacional do PDT, que assumiu em 2004, após a morte de Brizola.

Candidatou-se novamente ao Senado em 2014, mas foi novamente derrotado.

Celso Sabino: Ministério do Turismo

Celso Sabino de Oliveira, 44, é filiado à União Brasil, graduado em administração e em direito. É paraense, e parte do arco de alianças do governador do estado, Helder Barbalho (MDB). Foi eleito deputado federal em 2018, estando em seu segundo mandato.

Sabino é um dos aliados do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), e o ajudou a gerenciar o repasse das emendas de relator, principal moeda de troca entre o Legislativo e o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), extintas em dezembro passado.

É considerado discreto, e tem perfil conciliador, podendo tanto atuar entre bolsonaristas, quanto estar no governo Lula.

Apesar disso, pairam sobre ele questões como o fato de seu patrimônio ter triplicado em quatro anos, além da desaprovação de suas contas eleitorais no pleito de 2022 e até uma acusação de "perturbação de tranquilidade" da ex-esposa durante o processo de divórcio, em 2014.

Cida Gonçalves: Ministério da Mulher

É ativista e especialista em violência de gênero. Ela, que integrou o segundo escalão dos governos de Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, construiu sua carreira política em órgãos dedicados a combater violência nas esferas estadual e federal.

A nova ministra é natural de Clementina, no interior de São Paulo, mas iniciou sua carreira política em Mato Grosso do Sul e hoje mora na capital do estado, Campo Grande. Militante do PT, ela participou da fundação da Central dos Movimentos Populares, em 1993, e já integrou a direção estadual e nacional do partido.

Gonçalves assumiu um cargo público pela primeira vez em 1999. Ela foi assessora técnica e política na área de políticas públicas para mulheres e, depois, coordenou o atendimento a mulheres na Secretaria de Assistência Social, Cidadania e Trabalho. Trabalhou com a temática da violência contra mulher desde então.

A ministra das Mulheres Cida Gonçalves, na posse de Marina Silva (Rede-SP) como ministra do Meio Ambiente, no Palácio do Planalto, em Brasília - Pedro Ladeira - 4.jan.23/Folhapress

Esther Dweck: Ministério da Gestão

É economista e professora da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), além de pesquisadora do setor público, crescimento e desenvolvimento econômico.

Durante o governo Dilma Rousseff, entre 2011 e 2016, atuou no Ministério do Planejamento como chefe da assessoria econômica até 2014, e nos dois últimos anos, como secretária de Orçamento Federal.

Ela participou ativamente na transição governamental para o novo mandato de Lula, no grupo técnico de Planejamento, Orçamento e Gestão. Foi escolhida não só pela boa relação com o PT, mas pelo conhecimento da máquina pública.

Esther Dweck, ministra da Gestão de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), durante a conferência de imprensa que anunciou sua nomeação em Brasília, no CCBB (Centro Cultural Banco do Brasil) - Evaristo Sá - 22.dez.22/AFP

Fernando Haddad: Fazenda

Formado em direito, com mestrado em economia e doutorado em filosofia pela USP (Universidade de São Paulo), Haddad é o segundo de uma família de três filhos e possui ascendência libanesa.

Trabalhou como analista de investimentos no Unibanco e foi subsecretário de Finanças e Desenvolvimento Econômico na gestão de Marta Suplicy (PT) à frente da cidade de São Paulo, entre 2001 e 2003.

Filiado ao PT desde 1985, também integrou o Ministério do Planejamento entre 2003 e 2004, e elaborou o projeto de lei que instituiu as PPPs (parcerias público-privadas) no Brasil.

Foi nomeado ministro da Educação de Lula em 2005, permanecendo até janeiro de 2012, quando passou a se preparar para a candidatura à Prefeitura de São Paulo, que ocorreria no mesmo ano. Foi eleito, e comandou a capital paulista entre 2013 e 2017, quando tentou a reeleição, mas perdeu para João Doria (ex-PSDB).

Em 2018, foi candidato à Presidência da República após o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) indeferir o nome de Lula, que à época, estava preso, mas perdeu o pleito para Jair Bolsonaro (PL). Quatro anos depois, tentou a vaga para o governo de São Paulo, saindo derrotado para Tarcísio de Freitas (Republicanos).

General Marcos Antonio Amaro: GSI (Gabinete de Segurança Institucional)

O presidente Lula deu posse na em 4 de maio ao general da reserva Marcos Antonio Amaro para comandar o GSI. Ele assumiu o cargo deixado pelo general Gonçalves Dias, que pediu demissão da pasta após a divulgação de imagens do circuito de segurança do Palácio do Planalto registradas durante os ataques golpistas de 8 de janeiro.

Mais conhecido como GDias, ele foi a primeira baixa do governo Lula. Ele foi indicação pessoal do presidente, com quem teve amizade por mais de duas décadas.

Nascido em Motuca (SP), Marcos Antonio Ama é general da reserva do Exército, chegando à mais alta patente da força militar. Foi comandante militar do Sudeste e chefe do Estado-Maior do Exército. Também foi secretário de Segurança Presidencial durante o governo de Dilma Rousseff, quando também foi responsável pela criação e chefiou a Casa Militar —órgão que substituiu temporariamente o GSI— até o afastamento da petista. O militar também foi assessor estratégico da presidência da Caixa Econômica Federal.

General Goncalves Dias, nomeado ministro-chefe do GSI (Gabinete de Segurança Institucional) no governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), terá como principal função proteger o presidente e manter as funções de inteligência do país, além de dialogar com militares - Evaristo Sá - 19.dez.22/AFP

Geraldo Alckmin: Ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio

O vice-presidente, natural de Pindamonhangaba, no interior paulista, é médico e sobrinho do ex-ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) José Geraldo Rodrigues de Alckmin, além de primo do ex-vice-presidente José Maria Alkmin, que ocupou o cargo entre 1964 e 1967, na ditadura militar.

Iniciou sua carreira política nos movimentos estudantis católicos e filiou-se ao MDB aos 19 anos de idade, ainda no primeiro ano de graduação. Em 1972, elegeu-se vereador de Pindamonhangaba, sendo o candidato proporcionalmente mais bem votado da cidade até hoje.

Quatro anos depois, foi eleito prefeito do município, o mais jovem, e venceu o pleito com uma diferença de 67 votos. Em 1982, foi eleito deputado estadual de São Paulo, com cerca de 96 mil votos. Concorreu em 1986 à vaga na Câmara, e foi eleito com cerca de 125 mil votos, participando da Assembleia Constituinte.

Já no PSDB, foi reeleito em 1990 ao Legislativo, e quatro anos depois, tornou-se vice-governador de São Paulo sob a gestão de Mário Covas (PSDB). Em 2001, após a morte de Covas devido a um câncer, assumiu o governo, e foi reeleito no pleito de 2002.

Tentou a presidência em 2006, mas perdeu para Lula, hoje seu aliado. Em 2010, voltou ao Bandeirantes, eleito governador e reeleito em 2014. Em 2018, tentou novamente a vaga no Planalto, mas não chegou ao segundo turno.

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Lula faz primeira reunião com seus 37 ministros - Pedro Ladeira-6.jan.23/Folhapress

Jader Barbalho Filho: Ministério das Cidades

Filho do senador Jader Barbalho (MDB) e irmão do governador Helder Barbalho (MDB-PA), Jader Filho nasceu em Belém, no Pará, e também é primo de José Priante (MDB-PA) e de Igor Normando (MDB-PA), deputado estadual, além de sobrinho e primo, respectivamente, de Lúcio Mauro e de Lúcio Mauro Filho, ambos atores.

Formou-se em Administração pela Unama (Universidade da Amazônia), e fez pós-graduação em Administração Pública pela FGV (Fundação Getúlio Vargas).

É empresário e presidente do diretório paraense do MDB, sendo nomeado ministro das Cidades por Lula na tentativa de trazer sua legenda de volta a contatos com o PT, integrando o governo e sendo base no Legislativo.

Jorge Messias: Advocacia-Geral da União

Foi subchefe para Assuntos Jurídicos da Presidência da República no governo Dilma e secretário de Regulação e Supervisão da Educação Superior do Ministério da Educação e consultor jurídico dos ministérios da Educação e da Ciência, Tecnologia e Inovação.

Messias ficou conhecido nacionalmente como "Bessias" em 2016, no episódio do vazamento de uma escuta telefônica da Lava Jato, autorizada pelo então juiz Sergio Moro.

A Polícia Federal captou uma conversa entre Lula e a ex-presidente Dilma sobre a posse do petista para a Casa Civil. O nome de Messias foi grafado de forma errônea na transcrição da PF.

José Múcio Monteiro: Defesa

Nascido no Recife, em Pernambuco, é engenheiro civil formado pela UPE (Universidade de Pernambuco). Ingressou na carreira política em Rio Formoso, cidade a 88 km da capital pernambucana, e foi vice-prefeito e prefeito, mas deixou o cargo para assumir a Secretaria de Transportes do estado.

Tentou candidatar-se ao Governo do estado em 1986, mas perdeu para Miguel Arraes (PSB). Elegeu-se deputado federal em 1990, mantendo o cargo por cinco eleições consecutivas. Em 2007, aceitou o convite de Lula para ser ministro das Relações Institucionais, e em 2009, foi indicado para compor o TCU (Tribunal de Contas da União).

No Tribunal de Contas, votou pela reprovação das contas de 2014 da então presidente Dilma Rousseff (PT), e no ano seguinte, como relator, recomendou novamente a rejeição das demonstrações financeiras da petista.

Foi escolhido ministro da Defesa por ter perfil conciliador e ser bom negociador, conseguindo conversar com vários setores diferentes, sem prejuízo de sua capacidade de articulação.

O ministro da Defesa José Múcio Monteiro participa da diplomação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) no TSE (Superior Tribunal Eleitoral), em Brasília - Pedro Ladeira - 12.dez.22/Folhapress

Juscelino Filho: Ministério das Comunicações

Natural de São Luís, no Maranhão, é médico especializado em radiologia e diagnóstico por imagem, além de ser empresário. É filho de Juscelino Rezende, que foi prefeito por dois mandatos em Vitorino Freire, cidade a aproximadamente 200 km da capital maranhense, além de deputado estadual e secretário estadual.

Atualmente, está no segundo mandato como deputado federal, e foi reeleito para o terceiro nas eleições de 2022 com cerca de 142 mil votos. Filiado ao União Brasil, trabalhou pela aprovação da PEC da Transição, que tira do teto de gastos os recursos para viabilizar o pagamento do Bolsa Família.

Apesar disso, votou pelo impeachment de Dilma em 2016.

Luiz Marinho: Ministério do Trabalho

Nascido em Cosmorama, a 500 km de São Paulo, formou-se em direito, mas trabalhou como operador de máquinas na Volkswagen, o que o levou para o sindicalismo. Foi tesoureiro e presidente por três vezes do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC e presidente do diretório estadual do partido em São Paulo.

Atuou nas campanhas contra as demissões no setor automotivo em 1988, além de ter coordenado atividades educativas como o Movimento de Alfabetização Regional do ABC, uma iniciativa advinda da parceria entre o sindicato e a prefeitura de Diadema.

Foi candidato a vice-governador de São Paulo em 2002, na chapa de José Genoino, e postulante ao Bandeirantes em 2018. Em ambas, perdeu para Geraldo Alckmin (ex-PSDB, hoje no PSB). Em 2003, foi eleito presidente da CUT (Confederação Única dos Trabalhadores), e foi nomeado presidente do Consea (Conselho Nacional de Segurança Alimentar).

Marinho já ocupou o Ministério do Trabalho entre 2005 e 2007, quando tornou-se ministro da Previdência Social. Em 2008 deixou o posto para concorrer à Prefeitura de São Bernardo do Campo, cidade que comandou por dois mandatos. Foi eleito, neste ano, deputado federal.

Luciana Santos: Ministério da Ciência e Tecnologia

Deputada Federal entre 2010 e 2018, foi vice-governadora de Pernambuco e presidente do PC do B.

Nascida no Recife em 29 de dezembro de 1965, Santos cursou engenharia elétrica na UFPE (Universidade Federal de Pernambuco) e, durante a graduação, entrou para o movimento estudantil.

Ela foi presidente do Diretório Acadêmico de Engenharia e Computação da UFPE, dirigente do Diretório Central dos Estudantes e vice-presidente da regional da UNE (União Nacional dos Estudantes) em Pernambuco.

Em 1992, após concluir a graduação, Santos candidatou-se a vereadora de Olinda e alcançou a primeira suplência. Dois anos depois, também ficou como suplente ao concorrer ao cargo de deputada estadual e, em 1996, assumiu a vaga na Assembleia Legislativa.

Em 1998, reelegeu-se deputada estadual e, em 2000, foi eleita prefeita de Olinda com mais de 107 mil votos. Em 2004, foi reeleita no primeiro turno, com cerca de 122 mil votos.

De 2009 a 2010, Santos foi secretária estadual de Ciência, Tecnologia e Meio Ambiente de Pernambuco, na gestão do governador Eduardo Campos (PSB), e deixou o posto para tentar uma vaga na Câmara dos Deputados.

Teve dois mandatos consecutivos em Brasília, de 2011 a 2014 e de 2015 a 2018, e apresentou diversas proposições, entre elas a criação do vale-cultura.

Luciana Santos, ministra da Ciência e Tecnologia do terceiro mandato de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em conferência de imprensa para anunciar os nomes do primeiro escalão do novo governo - Evaristo Sá - 22.dez.22/AFP

Márcio Macêdo: Secretaria-Geral

Nascido em Esplanada, cidade baiana a cerca de 155 km de Salvador, é biólogo formado pela UFS (Universidade Federal de Sergipe), foi professor da rede estadual e secretário de Participação Popular na Prefeitura de Aracaju, capital sergipana.

Filiou-se ao PT em 1986, e ocupou a presidência do diretório municipal de Aracaju e o estadual. Foi um dos coordenadores da campanha de Lula à reeleição em 2006, e entre 2007 e 2010, foi secretário do Meio Ambiente e Recursos Hídricos sergipano, na gestão do então governador Marcelo Déda (PT).

Lançou sua candidatura a deputado federal em 2010, sendo eleito com cerca de 58 mil votos. Chegou a ser vice-líder do PT na Câmara, além de ter presidido a Comissão de Mudanças Climáticas da casa. Apesar disso, não conseguiu se reeleger em 2014.

Em 2015, tornou-se tesoureiro nacional do PT em substituição a João Vaccari Neto, afastado após ser preso pela Operação Lava Jato. Em 2020, foi escolhido como um dos vice-presidentes da sigla.

Márcio França: Ministério do Empreendedorismo, da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte

Natural de Santos, é advogado, formado em direito pela Unisantos (Universidade Católica de Santos), e trabalhou como oficial de justiça do TJSP (Tribunal de Justiça de São Paulo) entre 1983 e 1992. Desde a graduação, já tinha ligações com a política, presidindo o diretório acadêmico da Universidade.

Em 1989, assumiu o cargo de vereador de São Vicente, cidade da qual foi eleito prefeito em 1996 e reeleito em 2000, com 93% dos votos válidos. Em 2006, elegeu-se deputado federal, reelegendo-se em 2010. Um ano depois, foi nomeado secretário de Esporte na gestão de Geraldo Alckmin (ex-PSDB, agora no PSB).

Em 2014, concorreu a vice-governador na chapa de Alckmin, e após a posse exerceu ainda a função de secretário de Desenvolvimento Econômico. Tornou-se governador após a renúncia do ex-tucano, a fim de concorrer à Presidência da República, e tentou manter-se no cargo nas eleições de 2018, mas perdeu para João Doria (ex-PSDB).

Em 2022, foi um dos principais articuladores da vinda de Alckmin para o PSB e, por consequência, da viabilização da chapa de Lula à Presidência neste ano. Candidatou-se ao Senado, mas perdeu para Marcos Pontes (PL-SP).

Foi inicialmente designado para comandar o Ministério de Portos e Aeroportos. Com a reforma ministerial proposta pelo governo Lula em setembro, foi para o ministério do Empreendedorismo.

Margareth Menezes: Ministério da Cultura

Cantora, compositora e atriz. A artista fez parte da equipe da transição para a nova gestão. Seu nome ganhou tração para o cargo com o apoio de Rosângela Silva, a Janja, logo antes de o presidente eleito começar a divulgar seus futuros ministros.

Margareth, 60, nascida em Salvador, começou a carreira como atriz nos anos 1980. Foi na música, porém, que a baiana despontou. No fim dos anos 1980, a cantora foi a voz da música "Faraó (Divindade do Egito)", um clássico do Carnaval no país. Desde então, ela se tornou uma das grandes intérpretes do samba-reggae, o ritmo surgido nos blocos afro baianos —como Olodum e Ilê Ayê—, que depois veio ser a base da axé music.

Em 2004, Margareth criou a Associação Fábrica de Cultura, organização cultural voltada aos moradores da Ribeira e expandiu o trabalho com quatro sedes na península de Itapagipe, em Salvador. Ela também é a embaixadora brasileira da Unesco, órgão das Nações Unidas que visa preservar e promover a produção cultural no país.

A ministra da Cultura, Margareth Menezes, em coletiva de imprensa no Palácio do Planalto, junto do novo diretor do Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional), Leandro Grassa - Pedro Ladeira - 10.jan.22/Folhapress

Marina Silva: Ministério da Meio Ambiente

Quase 15 anos depois de uma conturbada saída do cargo e de um profundo desgaste com líderes do PT, partido que está na origem de sua militância política, Marina retomará o cargo que exerceu entre 2003 e 2008, durante todo o primeiro mandato e parte do segundo governo de Lula.

Nasceu no Seringal Bagaço, em Rio Branco (AC). Formada em história pela Universidade Federal do Acre, foi líder sindical ao lado do ambientalista e seringueiro Chico Mendes.

Foi senadora de 1995 a 2011 e se candidatou à Presidência da República em três campanhas (2010, 2014 e 2018). No último pleito, foi eleita deputada federal pela Rede-SP, partido que fundou em 2013.

Mauro Vieira: Relações Exteriores

Nascido no Rio de Janeiro, é advogado e diplomata de carreira. Formou-se em direito pela UFF (Universidade Federal Fluminense), e concluiu o curso de diplomacia do IRBr (Instituto Rio Branco). Foi chefe de gabinete da Secretaria-Geral de Relações Exteriores, e admitido à Ordem do Mérito militar por Fernando Henrique Cardoso (PSDB).

Também foi embaixador do Brasil na Argentina de 2004 a 2010, e depois foi nomeado embaixador do país nos Estados Unidos, de 2010 a 2015. Neste ano, foi chamado por Dilma para chefiar o Ministério das Relações Exteriores, permanecendo no cargo até 2016.

Fora do cargo após a suspensão do mandato da ex-presidente, foi nomeado por Michel Temer (MDB) para o cargo de representante do Brasil na ONU, em Nova York, sendo aprovado em agosto pelo Senado.

Volta ao Itamaraty visando restabelecer o protagonismo do Brasil como intermediador das discussões e negociações internacionais, após anos de isolamento na gestão de Jair Bolsonaro.

Nisia Trindade: Ministério da Saúde

É a primeira mulher a ocupar o cargo em quase 70 anos de história da pasta. Nascida no Rio de Janeiro, cresceu no bairro do Flamengo, e passou a se interessar por política na graduação, feita na UERJ (Universidade do Estado do Rio de Janeiro), quando participou do movimento estudantil pró-democracia.

Graduada em ciências sociais, mestre em ciência política, doutora em sociologia, Nísia assumiu a presidência da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) em 2017, cumprindo atualmente o segundo mandato. Ela é servidora da fundação desde 1987.

Eleita com 60% dos votos de trabalhadores, pesquisadores e professores da Fiocruz, foi a primeira mulher a presidir a centenária instituição, referência em ciência, saúde pública e tecnologia em saúde da América Latina.

Ela também foi eleita, em dezembro de 2020, membro titular da ABC (Academia Brasileira de Ciências), na categoria Ciências Sociais, além de ser nomeada, em janeiro de 2022, membro da TWAS, a Academia Mundial de Ciências).

A ministra da Saúde, Nísia Trindade, chega para uma conferência de imprensa no Palácio do Planalto, em Brasília - Evaristo Sá - 10.jan.22/AFP

Paulo Pimenta: Secretaria de Comunicação

É jornalista e técnico agrícola, filiado ao PT desde 1985. Formado pela UFSM (Universidade Federal de Santa Maria), iniciou sua trajetória política nas eleições de 1989, sendo eleito vereador da cidade onde nasceu e se formou, sendo reeleito em 1992.

Em 1998, foi eleito deputado estadual pelo Rio Grande do Sul, e em 2000, tornou-se vice-prefeito de Santa Maria, na chapa de Valdeci Oliveira (PT). Em 2002, foi eleito deputado federal, reeleito em 2006. Em 2008, concorreu à Prefeitura de Santa Maria, mas perdeu.

Em 2014, volta à Câmara dos Deputados como o mais votado da sigla, e o sexto deputado federal mais votado pelo Rio Grande do Sul.

Amigo pessoal de Lula, foi figura frequente em Curitiba na época da prisão do hoje presidente eleito, e estreitou a relação com Gleisi quando foi cotado para disputar o comando do partido. No terceiro mandato de Lula, a Secom —um dos principais focos de crise do governo atual— voltará a ter status de ministério.

Paulo Teixeira: Desenvolvimento Agrário

Nascido em Águas da Prata, cidade a 238 km da capital paulista, é graduado em direito pela USP (Universidade de São Paulo), e irmão de Luiz Fernando Teixeira (PT-SP), deputado estadual.

Começou a trajetória política filiando-se ao PT em 1982, pertencendo à juventude do partido e elegendo-se deputado estadual em 1994, rendo reeleito em 1998. Também exerceu os cargos de secretário de Habitação da cidade de São Paulo, entre 2001 e 2004, e diretor-presidente da Cohab (Companhia Metropolitana de Habitação de São Paulo).

Elegeu-se vereador da capital paulista em 2004, e em 2006 candidatou-se a deputado federal, vencendo e reelegendo-se por mais quatro mandatos.

Deputado federal pelo PT-SP, Paulo Teixeira é amigo de Fernando Haddad (PT), futuro ministro da Fazenda, tem boa articulação no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) e bom trânsito na área jurídica. Na campanha eleitoral, assumiu a assessoria jurídica do PT.

Paulo Teixeira, ministro do Desenvolvimento Agrário, participa da conferência de imprensa para a nomeação final de ministros do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) - Evaristo Sá - 29.dez.22/AFP

Renan Filho: Ministério dos Transportes

O filho mais velho do senador Renan Calheiros (MDB-AL) nasceu em Murici, cidade alagoana a 50 km da capital, mudou-se para Brasília aos 16 anos, onde concluiu o ensino médio e formou-se em economia pela UnB (Universidade de Brasília), passando a trabalhar com o pai, no Senado, em seguida.

Em 2004, concorreu e venceu a disputa para a Prefeitura de sua cidade natal, sendo reeleito em 2008. Deixou o cargo em 2010 para concorrer a uma vaga na Câmara dos Deputados, vencendo. Quatro anos depois, concorreu ao Governo alagoano e venceu, tornando-se o mais jovem governador do estado.

Foi reeleito em 2018, e em 2022 candidatou-se ao Senado, vencendo a disputa. Foi escolhido ministro dos Transportes de Lula na cota do MDB para a participação da base do governo no Legislativo, e tem boa interlocução no partido.

Ricardo Lewandowski: Justiça e Segurança Pública

Formado em ciências políticas e sociais pela FESPSP (Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo) e em ciências jurídicas e sociais pela Faculdade de Direito de São Bernardo do Campo, é mestre e doutor pela Faculdade de Direito da USP (Universidade de São Paulo).

É professor titular de teoria geral do Estado na USP, onde leciona desde 1978, e foi ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) de 2006 a 2023, indicado por Lula, presidindo a corte entre 2014 e 2016. Exerceu a advocacia de 1974 a 1990, quando ingressou no Judiciário paulista.

Foi ainda membro do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) de 2006 a 2012, e presidiu a corte eleitoral nos últimos dois anos. Em 2016, presidiu no Senado o processo de impeachment de Dilma Rousseff (PT). Já em julho de 2023, após aposentar-se do Supremo, foi indicado árbitro do Tribunal Permanente de Revisão do Mercosul.

Rui Costa: Casa Civil

Economista e político, o petista foi governador da Bahia e deputado federal pelo estado.

Nascido na Liberdade, bairro pobre de maioria negra de Salvador, ele chega ao núcleo central do governo federal fortalecido após eleger seu aliado Jerônimo Rodrigues (PT) para o governo baiano e ajudar a garantir 72% dos votos a Lula no quarto maior colégio eleitoral do país.

Com sua nomeação, a expectativa é de uma Casa Civil com perfil mais técnico, com foco no acompanhamento dos projetos prioritários e na interlocução com os demais ministérios.

Rui Costa é conhecido por ter um estilo centralizador e minucioso, acompanhando no detalhe a execução dos projetos sob sua alçada. Defende o planejamento como pilar central do governo e é um crítico feroz das emendas do relator.

O ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa (PT) na primeira reunião ministerial feita pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de seu novo mandato - Adriano Machado - 6.jan.22/Reuters

Silvio Almeida: Ministro dos Direitos Humanos

É mestre em direito político e econômico pela Faculdade de Direito do Mackenzie e bacharel em direito na mesma universidade. Possui graduação em filosofia pela USP (Universidade de São Paulo), além de doutorado pela Faculdade de Direito do Largo São Francisco. É ainda pesquisador do programa de pós-doutorado da Faculdade de Economia da USP.

Também é professor de graduação e docente permanente do programa de pós-graduação stricto sensu em direito político e econômico do Mackenzie e docente da FGV EAESP (Escola de Administração de Empresas de São Paulo da Fundação Getulio Vargas).

Foi professor visitante da Universidade de Columbia, em Nova York, e é diretor do Instituto Luiz Gama. Palestrante e escritor, Silvio Almeida é autor dos livros "Racismo Estrutural", "Marxismo e Questão Racial: Dossiê Margem Esquerda" e "Sartre: Direito e Política", entre outros.

Posse do ministro do desenvolvimento social,  Silvio Almeida, na Esplanada dos Ministéris, Bloco A, em Brasilia
O ministro de direitos humanos, Silvio Almeida, em sua posse na Esplanada dos Ministérios, em Brasília - Gabriela Biló - 3.jan.23/Folhapress

Silvio Costa Filho: Ministério de Portos e Aeroportos

Formado em pedagogia e eleito como deputado federal do Republicanos em Pernambuco, assumiu a pasta com a reforma ministerial realizada pelo governo Lula em setembro. Seu antecessor foi Márcio França, realocado para o novo Ministério do Empreendedorismo, da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte.

A posse de Costa Filho ocorreu no dia 13 de setembro de maneira restrita, ao contrário do que costuma acontecer nesse tipo de cerimônia.

Depois da posse, o ministro disse que vai trabalhar contra a privatização do Porto de Santos, em posicionamento contrário ao defendido por Tarcísio de Freitas (Republicanos) como ministro na gestão Bolsonaro (PL).

Costa Filho é presidente regional em Pernambuco do Republicanos. Em Pernambuco, foi secretário de Turismo do Estado e deputado estadual por três mandatos. Na capital, Recife, foi vereador e candidato a vice-prefeito nas eleições de 2016. A chapa ficou em segundo lugar na disputa.

Foi eleito pela primeira vez como deputado federal em 2018, pelo Republicanos, e reeleito em 2022.

Simone Tebet: Ministério do Planejamento

É advogada, professora e senadora. Já foi deputada estadual em MS, prefeita de Três Lagoas (MS) por duas vezes e vice-governadora. Também foi senadora e concorreu à Presidência da República nas eleições de 2022, mas não alcançou o segundo turno.

No dia 5 de outubro, anunciou apoio ao ex-presidente Lula (PT) no segundo turno contra Jair Bolsonaro (PL).

Tebet foi anunciada ministra do Planejamento na terceira e última leva de anúncios da equipe de Lula, no dia 29 de dezembro de 2022. A definição do seu papel no governo federal foi um dos principais desafios para a formação da Esplanada dos Ministérios.

A emedebista inicialmente sinalizou interesse no Ministério da Educação, que acabou com o ex-governador do Ceará e senador eleito Camilo Santana (PT). A senadora então buscou ser ministra do Desenvolvimento Social, mas o PT resistiu a entregar a pasta, que administra o Bolsa Família, para uma possível rival na disputa de 2026.

O nomeado foi o petista Wellington Dias. Foi oferecido então o Ministério do Meio Ambiente, mas Tebet recusou.

Sônia Guajajara: Ministério dos Povos Indígenas

Deputada federal eleita pelo PSOL-SP, ela nasceu na Terra Indígena Arariboia, no Maranhão, e ainda criança se mudou para Imperatriz. Se tornou uma das principais lideranças do movimento indígena, inclusive tendo discursado em cúpulas das Nações Unidas.

Em 2018, já no PSOL, ela foi candidata a vice-presidente na chapa de Guilherme Boulos.

Ela foi eleita deputada federal pela primeira vez na eleição deste ano, em que disputou por São Paulo, e não pelo Maranhão, onde nasceu. A explicação é que o estado paulista tem direito a mais deputados na Câmara e é uma região onde ela teria um potencial de votos maior que em sua terra natal, em razão do maior colégio eleitoral.

Guajajara assume um ministério inédito, criado por Lula após quatro anos de governo Bolsonaro no qual nenhuma nova terra indígena foi demarcada —pelo contrário, na última gestão o número de invasões aos territórios e de violências contra indígenas registrou recordes.

Vinicius Carvalho: Controladoria-Geral da União

É especialista em políticas públicas e gestão governamental, e professor de direito comercial na USP (Universidade de São Paulo), além de sócio de um escritório de advocacia especializado em concorrência, regulação econômica, compliance e proteção de dados.

Ex-filiado ao PT, atuou no governo federal entre 2006 e 2012, e na Yale Greenberg World Fellow, em 2016. Além disso, é ex-presidente do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica), que comandou entre 2012 e 2016 e já foi secretário de Direito Econômico do Ministério da Justiça no governo de Dilma Rousseff (PT).

Passou por turbulências após sua nomeação ao Cade por não ter informado ao Senado, casa que sabatina os indicados ao órgão econômico, que trabalhou no gabinete do deputado estadual Simão Pedro (PT) de 2003 a 2004, o que gerou críticas.

O ministro-chefe da Controladoria-Geral da União, Vinicius Carvalho, em evento de anúncio dos nomes que comporão o primeiro escalão do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) - Ueslei Marcelino - 22.dez.22/Reuters

Waldez Góes: Integração Nacional

Nascido em Gurupá, no Pará, é técnico agrícola e formado em políticas públicas pela UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro). Filiou-se ao PDT em 1989, e no ano seguinte, foi eleito deputado estadual pelo Amapá, sendo reeleito em 1994.

Em 2002, elegeu-se governador amapaense, estado onde consolidou sua carreira política, e foi reeleito em 2006. Tentou uma vaga no Senado em 2010, mas perdeu para Randolfe Rodrigues (Rede-AP) e Gilvam Borges (MDB-AP). Em 2014, elegeu-se novamente ao governo amapaense e foi reeleito em 2018.

Aliado de Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), foi nomeado pela cota do União Brasil para integração da base governamental, já que sairá do PDT para ingressar na sigla de Luciano Bivar.

Wellington Dias: Ministério do Desenvolvimento Social

Foi vereador, deputado estadual, federal e governador do Piauí por quatro mandatos. Neste ano, foi eleito senador pela segunda vez —ele ocupou cadeira no Senado entre 2011 e 2014.

O presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), escolheu o senador para chefiar o Ministério do Desenvolvimento Social, deixando de fora a senadora Simone Tebet (MDB-MS), que pleiteava a pasta.

Ele assume o ministério responsável pelo Bolsa Família. O programa é uma marca que o partido quer manter para si –e reforçá-la. Dias tem a tarefa de remodelar o programa (hoje chamado de Auxílio Brasil) e também seguir com medidas em estudo pelo PT que devem ampliar a transferência de renda no país.

Durante a transição do governo, ele atuou nas negociações em torno das mudanças na proposta de Orçamento para 2023.

Erramos: o texto foi alterado

Luciana Santos foi vice-governadora de PE, não governadora, como afirmou versão anterior deste texto
 

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