Descrição de chapéu transição de governo

Equipe de Tarcísio sonda Paulo Guedes para integrar Governo de SP

Ideia é que atual ministro da Economia pudesse comandar Fazenda, ser conselheiro ou assessor especial do futuro governador

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

São Paulo

Auxiliares do governador eleito de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), sondaram o ministro da Economia do governo Jair Bolsonaro (PL), Paulo Guedes, sobre exercer o cargo de secretário da Fazenda no estado a partir de 2023.

Segundo integrantes da equipe de transição, não houve um convite formal, já que Guedes ainda não sinalizou se aceitaria.

De qualquer forma, aliados de Tarcísio fizeram chegar até Guedes a informação de que ele seria o nome desejado pelo governador eleito para o cargo. A intenção de Tarcísio foi antecipada pelo jornal O Globo.

Os então ministros Tarcísio de Freitas e Paulo Guedes durante jantar em São Paulo, em 2021 - Mathilde Missioneiro/Folhapress

Outra opção avaliada é a de que Guedes atue como um conselheiro ou assessor especial de Tarcísio, mas sem o compromisso de ser secretário —o que poderia facilitar que ele aceite a missão. Isso porque aliados do governador eleito consideram difícil que Guedes passe ainda mais tempo longe dos seus negócios e da sua carreira na iniciativa privada, além de pesar o fato de que ele teria que se mudar para São Paulo. O ministro é carioca.

Em entrevista à CNN nesta segunda-feira (5), Tarcísio afirmou que "seria um luxo" ter Guedes como secretário da Fazenda, mas que acha "muito difícil ele aceitar".

"Daí o secretário será o Samuel Kinoshita, que era da equipe do Guedes, coordenou o plano econômico e conduz a área de economia da transição", disse Tarcísio.

De qualquer forma, o exemplo de Henrique Meirelles (União Brasil), que foi ministro da Fazenda de Michel Temer (MDB) e depois secretário da Fazenda de João Doria (ex-PSDB), é citado como precedente para Guedes.

Tarcísio busca trazer Guedes, o "posto Ipiranga" de Bolsonaro, para sua gestão apesar de o ministro deixar o governo federal em situação de apagão da máquina pública após quatro anos de gestão. Como mostrou a Folha, mesmo após ter furado o teto de gastos cinco vezes, o governo Bolsonaro chega ao fim sob risco de falta de dinheiro para pagar até aposentadorias.

O futuro governador e Guedes têm uma relação por terem sido colegas na Esplanada no governo Bolsonaro. Mas, mais do que isso, Tarcísio se cercou de assessores de Guedes na campanha e na transição, indicando sua consideração com o ministro da Economia.

O maior exemplo é Guilherme Domingos Afif (PSD), que é o coordenador-geral da transição e comandou o plano de governo de Tarcísio na eleição. Afif foi assessor especial de Guedes no Ministério da Economia.

Além dele, outros dois ex-assessores de Guedes contribuíram no plano de governo e agora integram a transição: Kinoshita, cotado para a Fazenda, e Jorge Lima.

Depois da derrota de Bolsonaro para Lula (PT) e da vitória de Tarcísio em São Paulo, havia a expectativa de que o ex-ministro abrigasse nomes do governo federal em sua futura gestão. Até agora, porém, Tarcísio só fez uma concessão aos bolsonaristas —ele anunciou o deputado federal Capitão Derrite (PL-SP) como futuro secretário de Segurança Pública.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.