Após ordem do STF, acampamentos golpistas são desmobilizados no país

Rodovias também foram liberadas e refinarias, na mira de extremistas, funcionaram normalmente

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Brasília, Ribeirão Preto, São Paulo, Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Salvador, Manaus, Belo Horizonte e Porto Alegre

Após os atos de vandalismo cometidos no Distrito Federal neste domingo (8) e a ordem do STF (Supremo Tribunal Federal) para que acampamentos golpistas fossem desmantelados, bases bolsonaristas no entorno de quartéis foram desmobilizadas nesta segunda-feira (9).

Acampamentos em Brasília, Rio, São Paulo, Manaus, Salvador, Belo Horizonte e Porto Alegre foram aos poucos sendo esvaziados nesta segunda por forças de segurança como a Polícia Militar e o Exército.

Rodovias também foram liberadas e refinarias, que estavam na mira de extremistas, funcionaram normalmente após policiais impedirem bloqueios.

Manifestantes golpistas começam a desmontar acampamento da porta do prédio do Comando Militar do Leste, na Central do Brasil, no Rio de Janeiro
Manifestantes golpistas começam a desmontar acampamento da porta do prédio do Comando Militar do Leste, na Central do Brasil, no Rio de Janeiro - Eduardo Anizelli/Folhapress

Em Brasília, a retirada de todos os golpistas acampados na área do quartel-general do Exército foi feita logo na manhã e cerca de 1.500 bolsonaristas foram detidos.

Os policiais deram cerca de uma hora para que os manifestantes radicais recolhessem seus pertences e deixassem o acampamento e disseram aos presentes que aqueles quem continuassem no local seriam detidos.

O desmonte do acampamento de manifestantes golpistas em frente ao Comando Militar do Sudeste, na zona sul de São Paulo, também foi feito nesta segunda pela Polícia Militar.

A determinação da PM foi para que a via fosse totalmente desobstruída até o fim da manhã. Os extremistas aceitaram, mas muitos reclamavam e gritavam contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e contra os Poderes da República enquanto empacotavam seus pertences.

Segundo a Secretaria da Segurança Pública paulista, os 34 focos de atos golpistas no estado foram desmobilizados nesta segunda.

No Rio, o fim do acampamento em frente ao Comando Militar do Leste, no centro da capital, ocorreu após negociação entre o Exército e integrantes do grupo, segundo o governador Cláudio Castro (PL).

O policiamento foi reforçado em outros prédios públicos onde houve informações de possíveis manifestações, como Tribunal de Justiça, Tribunal Regional Eleitoral e Assembleia Legislativa.

Na Bahia, a Secretaria da Segurança Pública comandou uma ação simultânea para encerrar os acampamentos de manifestantes extremistas em Salvador, Alagoinhas e Feira de Santana no início da tarde.

Em Salvador, os extremistas estavam na praça Duque de Caxias, em frente ao Quartel da Mouraria. A estrutura incluía seis toldos, dois banheiros químicos, além de faixas com pedidos de golpe militar.

Até a chegada da polícia, cerca de 20 pessoas permaneciam no local. Por volta das 12h30, um grupo se virou para o quartel em posição militar, cantou o hino nacional e rezou.

O acampamento golpista instalado na área do CMA (Comando Militar da Amazônia), em Manaus, contou com a leniência e a aceitação dos comandantes da unidade do início ao fim.

Depois de 70 dias de funcionamento ininterrupto, com ocupação de calçadas, muros, entrada principal e via de acesso ao comando, o acampamento foi desmontado por forças de segurança do Governo do Amazonas e da Prefeitura de Manaus.

No acampamento extremista em frente ao quartel do Exército em Belo Horizonte, apenas oito pessoas estavam no local na manhã desta segunda.

Grades foram instaladas no local e a PM agia na identificação dos bolsonaristas que ainda permaneciam no local.

Já no Centro Histórico de Porto Alegre, a praça Padre Thomé, vizinha ao Comando Militar do Sul e sede do acampamento golpista desde o final das eleições, amanheceu vazia e com acesso restrito a militares, controlado por dois soldados.

Ao longo da semana passada, eles foram impedidos de armar barracas e cadeiras, vagando pela região.

Na noite de domingo, animados com as invasões em Brasília, alguns deles voltaram a se reunir na praça, mas foram dispersados até a manhã desta segunda.

ESTRADAS LIBERADAS

A desmobilização não ficou restrita às portas dos quartéis e atingiu também os bloqueios em rodovias federais do país.

Todos eles foram desfeitos e as estradas estavam com o tráfego liberado no decorrer do dia, de acordo com a PRF (Polícia Rodoviária Federal).

Depois de uma madrugada em que foram liberados trechos de rodovias de quatro estados que haviam sido fechados, manifestantes extremistas haviam organizado novos bloqueios e fecharam a BR-163 em pelo menos três pontos na manhã desta segunda.

Foram desfeitas as interdições em dois pontos da rodovia no município de Progresso, no sul do Pará, e em um ponto na cidade de Matupá, norte de Mato Grosso.

Neste domingo, o estado de Mato Grosso era o mais atingido pelos protestos golpistas, com bloqueios em ao menos cinco trechos de rodovias federais.

Manifestantes golpistas queimaram pneus e bloquearam trechos da BR-163 na altura dos municípios de Lucas do Rio Verde, Sorriso, Sinop, Guarantã do Norte e Nova Mutum. As cidades estão entre os principais polos do agronegócio do país.

Um forte esquema de policiamento impediu que manifestantes extremistas bloqueassem o acesso a refinarias em ao menos cinco estados.

A movimentação dos manifestantes rumo às refinarias aconteceu no domingo após a nova escalada dos atos golpistas que resultaram na depredação do Congresso Nacional, Palácio do Planalto e STF.

Balanço da FUP (Federação Única dos Petroleiros) da manhã de segunda indica queda no número de bolsonaristas que tentam bloquear refinarias da Petrobras para prejudicar o abastecimento de combustíveis no país. Segundo a entidade, na manhã desta segunda as unidades continuavam funcionando e não havia impactos para a operação.

A Petrobras disse, por nota, que as refinarias operavam normalmente e que estava tomando todas as medidas preventivas de proteção necessárias.

Após reunião com senadores, que tratou dos atos antidemocráticos na praça dos Três Poderes, o senador Jean Paul Prates (PT-RN), já indicado como futuro presidente da Petrobras, destacou que mantinha a situação das refinarias no radar.

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