Diferenças de ideais jamais autorizam transgressão dos direitos, diz FGV em carta em defesa da democracia

Instituição diz confiar em solidez das instituições, repudiando destruição causada por criminosos

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São Paulo

A FGV (Fundação Getúlio Vargas) divulgou nesta terça-feira (10) uma carta aberta em apoio ao Estado democrático de Direito, em reação aos ataques golpistas realizados na capital federal no domingo (8).

O manifesto repudia a invasão aos prédios dos Três Poderes, afirmando que a diferença de ideais faz parte de uma sociedade plural, o que não autoriza, porém, a transgressão de direitos e deveres estabelecidos pela Constituição Federal.

Vândalos golpistas invadem a praça dos Três Poderes e depredam os prédios federais, como o Palácio do Planalto, que abriga o Executivo, além do Congresso Nacional e o STF - Gabriela Biló - 8.jan.23Folhapress

"As diferenças de ideias e de ideais fazem parte de uma sociedade republicana, livre e democrática, mas não autorizam, jamais, a transgressão dos direitos assegurados e dos deveres estabelecidos pela Constituição da República", diz o documento.

Também afirma que a fundação de ensino superior acompanhou de perto, durante seus 78 anos de existência, os mais importantes momentos do país, e que jamais se afastou da defesa da democracia e do respeito às instituições constituídas.

Por fim, a carta ressalta a importância da independência dos Poderes e presta solidariedade ao STF (Supremo Tribunal Federal), ao Congresso Nacional e ao Poder Executivo, que tiveram suas instalações depredadas, obras de arte danificadas e equipamentos roubados.

"Firme nessa postura, a Fundação Getúlio Vargas vem a público expressar sua absoluta solidariedade ao Supremo Tribunal Federal, ao Congresso Nacional e ao Poder Executivo Federal, que tiveram seus ambientes de trabalho depredados e suas imagens ultrajadas pelas inaceitáveis invasões ocorridas", conclui o texto.

Desde a invasão em Brasília, a sociedade civil tem respondido de forma contundente, demonstrando repúdio aos acontecimentos e reafirmando a convicção em valores democráticos, pedindo inclusive pela responsabilização dos envolvidos.

A Faculdade de Direito da USP (Universidade de São Paulo) realizou evento, com mais de 800 pessoas, em defesa da democracia na segunda-feira (9), dia seguinte aos ataques. Ainda na segunda, houve manifestações em reação ao vandalismo na capital do país, tanto em São Paulo, quanto no Rio de Janeiro.

Centrais sindicais, organizações da sociedade civil, entidades empresariais e da comunicação também veicularam manifestações de repúdio, que pediram responsabilização de financiadores e participantes.

A mobilização contra a tentativa de golpe de Estado e o vandalismo atraiu até entidades representativas do agronegócio, com frequência apontadas como simpáticas a Bolsonaro, e inúmeras organizações empresariais engrossaram a lista de repúdio à destruição das sedes dos três Poderes, com pedidos de responsabilização dos envolvidos.

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