Governo Lula exonera mais cinco militares que atuavam no Planalto

Apenas na semana passada, 84 militares foram dispensados de postos no Planalto

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Brasília

O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) exonerou mais cinco militares que atuam no Palácio do Planalto, sendo quatro que atuavam na Vice-Presidência e outro do gabinete pessoal da Presidência.

As novas exonerações foram publicadas nesta segunda-feira (23) no Diário Oficial da União. Elas ampliam a sequência de dispensas de militares que tiveram início no atual governo, mas foram intensificadas após o ato golpista de 8 de janeiro.

Exonerações foram intensificadas após ato do dia 8 de janeiro, em que o Palácio do Planalto foi vandalizado - Pedro Ladeira/Folhapress

Nesta segunda, foi exonerado um tenente que exercia a função de assessor técnico militar na ajudância de ordens do gabinete pessoal do presidente da República.

Os outros quatro atuavam todos na Vice-Presidência da República. Três deles eram da assessoria militar do gabinete do vice-presidente e outro, do departamento de administração e finanças.

Apenas na semana passada, foram 84 militares dispensados de postos no Planalto, sendo que 38 deles eram do Gabinete de Segurança Institucional —responsável pela segurança do Palácio do Planalto e da Presidência.

Os demais trabalham na parte administrativa ou do departamento de residência oficial, que cuida do Palácio da Alvorada, não ligado ao ministério.

A desconfiança da equipe de Lula com os militares vinha desde os trabalhos do gabinete de transição, quando foi decidido que a segurança pessoal do presidente deixaria de ser responsabilidade do GSI e passaria para a Polícia Federal.

As exonerações foram intensificadas após 8 de janeiro, quando apoiadores de Jair Bolsonaro (PL) promoveram um ataque golpista, avançando sobre as forças de segurança e invadindo o Palácio do Planalto, o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal.

Após os ataques, o presidente externou em diversos momentos a sua desconfiança. Em entrevista à GloboNews, afirmou que a inteligência do governo federal "não existiu" às vésperas do ato.

Além do chefe do GSI, general Gonçalves Dias, aumentou a pressão sobre o ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, por suspeitas que as Forças Armadas não atuaram para impedir a vandalização do palácio, além de serem lenientes com os acampamentos golpistas, em frente ao quartel-general, em Brasília.

No sábado (21), Lula demitiu o comandante do Exército, general Júlio Cesar de Arruda, em meio a uma crise de confiança aberta com as Forças Armadas

O novo chefe da Força é o atual comandante militar do Sudeste (responsável por São Paulo), general Tomás Miguel Miné Ribeiro Paiva.

Nesta semana, ele havia feito um discurso incisivo de defesa da institucionalidade, pedindo o respeito ao resultado das eleições e afirmando o Exército como apolítico e apartidário.

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