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Justiça bloqueia R$ 6,5 mi em bens de suspeitos de patrocinar atos golpistas; veja lista

Segundo AGU, são 52 pessoas e 7 empresas suspeitas de financiarem fretamento de ônibus para os atos de vandalismo

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Brasília

A Justiça Federal bloqueou nesta quinta-feira (12) bens e direitos de 52 pessoas, cinco empresas e duas entidades suspeitas de patrocinar os ataques golpistas do domingo 8 de janeiro.

A decisão atende a um pedido da AGU (Advocacia-Geral da União), órgão responsável pela representação jurídica do governo. A quantia será utilizada para reparar os danos causados pela depredação do patrimônio público, caso haja condenação dessas pessoas.

Para o juiz federal Francisco Alexandre Ribeiro, ainda que "aparentemente, [os réus] não tenham participado diretamente dos mais recentes atos e manifestações antidemocráticas", há " indícios da prática de atos ilícitos" por parte dos acusados a justificar a decretação da medida.

Golpistas invadem a Praça dos Três Poderes, em Brasília - Gabriela Biló - 8.jan.23/Folhapress

"É absolutamente plausível a tese da União de que eles [os réus], por terem financiado o transporte de milhares de manifestantes que participaram dos eventos ilícitos, fretando dezenas de ônibus interestaduais, concorreram para a consecução dos vultosos danos ao patrimônio público, sendo passíveis, portanto, da bastante responsabilização civil", afirmou.

O magistrado destacou que mesmo em reuniões e manifestações populares lícitas há o risco de que os ânimos individuais se exaltem e provoquem o chamado "efeito manada" e que seria previsível que o encontro de milhares de manifestantes com uma pauta "exclusivamente raivosa e hostil" ao resultado das eleições pudesse descambar para "práticas concretas de violência e de depredação."

Ribeiro salientou que os advogados da União juntaram aos autos levantamentos realizados pelo Senado e pela Câmara dos Deputados e que os prejuízos já apurados atingiram a cifra de R$ 6,5 milhões, ainda não se tendo tendo notícia ainda da quantificação oficial dos danos patrimoniais causados às dependências do Palácio do Planalto e do Supremo Tribunal Federal.

Foi determinada a notificação do Banco Central, da Comissão de Valores Mobiliários, das superintendências de Seguros Privados e Nacional de Previdência Complementar, cartórios, capitanias dos Portos, do Departamento Nacional de Trânsito e da Agência Nacional de Aviação, para as providências necessárias ao bloqueio dos bens e direitos dos suspeitos.

A lista de alvos, de acordo com a AGU, foi elaborada com o auxílio da ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres).

"Os réus tiveram papel decisivo no desenrolar fático ocorrido no último dia 8 de janeiro de 2023 e, portanto, devem responder pelos danos causados ao patrimônio público federal e derivados desses atos", afirma a Advocacia-Geral da União no pedido.

"A gravidade dos fatos praticados e nos quais os réus se envolveram, que, mais que lesar o patrimônio público federal, implicaram ameaça real ao regime democrático brasileiro, impõe uma resposta célere e efetiva", acrescenta.

De acordo com a AGU, o valor do bloqueio ainda é preliminar, porque os prejuízos causados pelos atos golpistas ainda não foram integralmente calculados.

A quantia atual considera a estimativa do Senado de danos de R$ 3,5 milhões ao seu prédio e mais R$ 3,03 milhões ao prédio da Câmara. Ainda não foram calculados os prejuízos ao Planalto e ao STF (Supremo Tribunal Federal).

Nesta quinta-feira (12), a PGR (Procuradoria-Geral da República) também pediu a abertura de três inquéritos ao STF (Supremo Tribunal Federal) para apurar os atos golpistas do domingo passado.

Essas investigações buscam apurar quem foram os executores, financiadores, autores intelectuais e autoridades públicas envolvidas nos protestos.

Os pedidos foram encaminhados para a presidente do Supremo, Rosa Weber, pelo coordenador do Grupo de Combate aos Atos Antidemocráticos da PGR, Carlos Frederico Santos.

Segundo a PGR, a divisão em núcleos de investigados "visa a garantia da agilidade nas investigações".

São apuradas suspeitas dos crimes de terrorismo, associação criminosa, abolição violenta do Estado democrático de Direito, golpe de Estado, ameaça e perseguição.

Veja a lista de pessoas e empresas apontadas pela AGU:

  • Adailton Gomes Vidal
  • Ademir Luis Graeff
  • Adoilto Fernandes Coronel
  • Adriane De Casia Schmatz Hagemann
  • Adriano Luis Cansi
  • Alethea Veruska
  • Amir Roberto El Dine
  • Aparecida Solange Zanini
  • Bruno Marcos De Souza Campos
  • Carlos Eduardo Oliveira
  • Cesar Pagatini
  • Claudia Reis De Andrade
  • Daniela Bernardo Bussolotti
  • Dyego Primolan Rocha
  • Fernando Jose Ribeiro Casaca
  • Franciely Sulamita De Faria
  • Genival Jose Da Silva
  • Hilma Schumacher
  • Jasson Ferreira Lima
  • Jean Franco De Souza
  • Joao Carlos Baldan
  • Jorge Rodrigues Cunha
  • Jose De Oliveira
  • Jose Roberto Bacarin
  • Josiany Duque Gomes Simas
  • Leomar Schinemann
  • Marcelo Panho
  • Marcia Regina Rodrigues
  • Marcio Vinicius Carvalho Coelho
  • Marco Antonio De Souza
  • Marcos Oliveira Queiroz
  • Marlon Diego De Oliveira
  • Michely Paiva Alves
  • Monica Regina Antoniazi
  • Nelma Barros Braga Perovani
  • Nelson Eufrosino
  • Pablo Henrique Da Silva Santos
  • Patricia Dos Santos Alberto Lima
  • Pedro Luis Kuruncz
  • Rafael Da Silva
  • Rieny Munhoz Marcula
  • Rosangela De Macedo Souza
  • Ruti Machado Da Silva
  • Sandra Nunes De Aquino
  • Sheila Mantovanni
  • Stefanus Alexssandro Franca Nogueira
  • Sulani Da Luz Antunes Santos
  • Terezinha De Fatima Issa Da Silva
  • Vanderson Alves Nunes
  • William Bonfim Norte
  • Yres Guimaraes
  • Zilda Aparecida Dias
  • Alves Transportes Ltda
  • Associação Direita Cornélio Procopio
  • Gran Brasil Viagens E Turismo Ltda
  • Primavera Tur Transporte Eireli
  • Rv Da Silva Serviços Florestais Ltda
  • Sindicato Rural De Castro
  • Squad Viagens E Turismo Ltda
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