Descrição de chapéu Folhajus ataque à democracia

PM e Exército desocupam acampamento golpista no DF; 1.200 são presos, diz Ministério da Justiça

Bolsonaristas deixam local em ônibus do Governo do DF; Moraes determinou retiradas pelo país

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Brasília

A PM do Distrito Federal e a Polícia do Exército conduziram na manhã desta segunda-feira (9) o esvaziamento da área do quartel-general do Exército em Brasília, cumprindo a determinação do ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), de retirada de todos os golpistas acampados no local.

De acordo com o Ministério da Justiça, cerca de 1.200 bolsonaristas foram levados presos para a superintendência da Polícia Federal, em dezenas de ônibus cedidos pelo Governo do Distrito Federal.

Mais cedo, os policiais haviam dado cerca de uma hora para que os manifestantes radicais recolhessem seus pertences e deixassem o acampamento. Eles também informaram aos presentes que aqueles quem seguissem no local seriam detidos.

Policiais enfileirados diante de calçada com tendas e bandeira do Brasil
Forças de Segurança dispersam acampamento de bolsonaristas diante do Quartel-General do Exército, em Brasília - Ricardo Moraes - 09.jan.2023/Reuters

De acordo com militares que participam da operação, os bolsonaristas conduzidos nos ônibus serão identificados, mas eles não souberam dizer se continuarão presos.

Em relatos nas redes sociais, bolsonaristas disseram que foram informados pelos policiais que passariam por uma triagem, com conferência de documentação e revista, após deixarem o acampamento e seriam liberados. No entanto, a expectativa dos manifestantes radicais é que sejam "fichados como terroristas".

Os ministros José Múcio (Defesa) e Rui Costa (Casa Civil) e o secretário-executivo do Ministério da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Cappelli, designado interventor federal, acompanharam parte da desocupação do acampamento golpista no DF.

Nas redes sociais, Cappelli disse que a área foi retomada e o acampamento, desativado. O interventor afirmou ainda que a volta de "manifestantes" não será permitida.

Uma barreira de agentes de segurança acompanhava a movimentação, enquanto o Exército fazia uma inspeção nas barracas que ficaram no local depois da saída da maioria dos golpistas. Os bolsonaristas deixaram objetos, roupas e comida para trás.

A ideia da cúpula militar era pressionar bolsonaristas a se retirar do local de maneira pacífica, evitando confronto. Alguns golpistas, contudo, mostraram resistência. Um manifestante que xingava as forças de segurança foi detido.

Segundo com militares do Exército presentes no local, a operação foi decidida no domingo (8) em reunião com os ministros Múcio e Flávio Dino (Justiça e Segurança Pública) e o comandante do Exército, Júlio César Arruda.

Na noite de domingo, 200 pessoas já haviam sido presas pelos ataques contra a democracia. O caso foi comparado à invasão do Capitólio, nos EUA, em 6 janeiro de 2021. Naquela ocasião, segundo o jornal USA Today, 14 foram presos na data. Nos dias seguintes, o número chegou a 90 e cresceu para quase mil após as investigações, passados dois anos do episódio.

No começo da manhã, os policiais começaram a entrar no acampamento, que durou mais de 70 dias. Outras tentativas pacíficas de desmobilização fracassaram anteriormente.

A ação conjunta desta segunda ocorreu depois de o Exército ter impedido a entrada da Polícia Militar do Distrito Federal na noite de domingo na área em que extremistas estavam acampados em Brasília.

O ministro Alexandre de Moraes, do STF, determinou o afastamento do cargo do governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB).

A suspensão estabelecida por Moraes vale por 90 dias e ocorreu horas depois que bolsonaristas radicalizados invadiram e depredaram o Palácio do Planalto, o Congresso Nacional e o STF.

O ministro também determinou a desocupação de todos os acampamentos montados nas imediações de quartéis do Exército pelo país.

Ele ordenou a "prisão em flagrante de seus participantes pela prática de crimes" e afirmou que as operações deverão ser realizadas pelas polícias militares, "com apoio da Força Nacional e Polícia Federal se necessário".

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