Descrição de chapéu Governo Lula

Alckmin nega reforma ministerial diante de racha de ministra com União Brasil

Presidente interino afirma que o cargo é de confiança do mandatário; Daniela Carneiro pediu desfiliação de partido

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Brasília

O presidente interino, Gerado Alckmin, disse nesta quarta-feira (12) que não há discussão sobre reforma ministerial e que cargo de ministro é da confiança do chefe do Executivo.

Alckmin não mencionou o nome de Daniela Carneiro (Turismo), que pediu para deixar a União Brasil, mas deu a resposta após ser questionado sobre a manutenção dela no cargo ou sobre a possibilidade de uma reforma ministerial.

"Não tem nenhuma história de reforma ministerial. Cargo de ministro é responsabilidade e, de outro lado, é confiança do presidente da República. Não tem nenhuma discussão de reforma ministerial", disse.

A declaração foi dada a jornalistas após fórum da Abdib (Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base). Alckmin ocupa interinamente a Presidência durante viagem de Lula à China.

Geraldo Alckmin em evento da Abdib (Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base), em Brasília - Gabriela Biló/Folhapress

Daniela pediu desfiliação da União Brasil ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral), após disputas internas. O Palácio do Planalto adotou cautela e quer esperar os desdobramentos da crise no partido para avaliar os próximos movimentos.

Daniela já era alvo de fogo amigo de integrantes da União Brasil que tentam ocupar a pasta.

Agora, a crise interna do partido elevou a pressão sobre ela. Dentro do governo, a avaliação é que a ministra fica fragilizada, mas ainda há disposição em mantê-la no posto, principalmente pela proximidade com Lula.

A fala de Alckmin está alinhada com a do ministro da Secretaria de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, que afirmou à Folha que o governo não age por impulso.

"Vamos analisar com a calma necessária, não ter da nossa parte qualquer medida precipitada", disse. O ministro também destacou o apreço que Lula tem por Daniela.

A União Brasil tem as pastas do Turismo e Comunicações, além da Integração e do Desenvolvimento Regional. Porém não foi suficiente para atrair integralmente a legenda, que se declara independente, para a base do petista.

Esta não é a primeira crise no governo envolvendo a ministra do Turismo. Nos primeiros dias do mandato, a Folha mostrou vínculos políticos dela com milicianos no Rio de Janeiro. Daniela, por exemplo, recebia apoio político do ex-vereador Marcio Pagniez, conhecido como Marcinho Bombeiro, preso preventivamente.

A confiança de Lula no trabalho da ministra e a gratidão pelo empenho dela e de seu marido, Waguinho, durante a campanha do petista são alguns dos motivos pelos quais o governo saiu em sua defesa e decidiu pela sua manutenção.

À época, Lula buscou minimizar o elo e, em entrevista à CNN Brasil, tratou o caso apenas como uma "fotografia", ignorando uma série de vínculos da ministra com a milícia fluminense.

"Ela aparecia num caminhão lá com um cara miliciano. Eu sinceramente se for levar em conta pessoas que estão em fotografia ao lado de outras pessoas, a gente não vai conversar com ninguém, porque eu sou o cara que mais tiro fotografia no mundo", disse o presidente em fevereiro.

"Se for pegar fotografia do Lula com gente que virou meu inimigo, eu estou inteiramente lascado para o resto da vida. Vamos julgar direitinho, não vamos ter pressa", completou.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.