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12/07/2010 - 09h18

Representante de Niemeyer critica reforma do Planalto

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JOHANNA NUBLAT
SIMONE IGLESIAS
DE BRASÍLIA

"O que está sendo feito é de péssima qualidade. Estou perplexo diante de tanto descaso e despreparo." O trabalho em questão é a reforma do Palácio do Planalto, e a crítica foi feita em carta escrita por Carlos Magalhães, representante em Brasília do arquiteto e autor do prédio, Oscar Niemeyer.

Os problemas na restauração se arrastam desde fevereiro, quando a obra do palácio deveria ter sido entregue à Presidência. A conclusão foi adiada três vezes.

Se não houver novo adiamento, o presidente Lula voltará a trabalhar no palácio em agosto.

A carta, a qual a Folha teve acesso, foi enviada em abril ao Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional), um dos responsáveis pela fiscalização.

Antes disso, Niemeyer escreveu à Presidência pedindo para que sua equipe acompanhasse a obra. A solicitação não foi atendida.

AS FALHAS

O principal problema constatado foi a má qualidade da mão de obra, com reflexos variados, chegando até ao questionamento sobre a segurança da estrutura.

Os pontos questionados são falha na colocação do piso externo e dos espelhos internos, furos desnecessários na madeira do piso original para passar fiação e desnivelamento significativo na altura do teto entre as salas.

Mudanças na parte exterior do palácio foram constatadas pela reportagem.

Nas colunas lisas de mármore --referência do prédio e marca do arquiteto-- foram colocados frisos metálicos e antenas. As pedras portuguesas do piso externo foram postas de forma inadequada.

OUTRO LADO

O superintendente do Iphan no DF, Alfredo Gastal, reconhece erros de execução, mas afirma que 80% dos problemas apontados pela equipe de Niemeyer, e também identificados pelo Iphan, foram resolvidos. Gastal disse que a estrutura do prédio não foi danificada.

A Folha pediu várias vezes à Presidência para ter acesso à obra. A solicitação foi reiteradamente negada e, por isso, não foi possível comprovar se os problemas ainda permanecem.

Segundo o Exército, designado como responsável pela obra, a falha nos espelhos foi identificada "no recebimento provisório e a empresa tem um prazo legal de 90 dias para corrigir".

"Foi detectada a necessidade de melhor ajustar ao projeto a paginação do assentamento da pedra portuguesa, o que está sendo feito sem custo adicional", disse.

Não há furos desnecessários nos pisos, continua o Exército, mas "espaços destinados à instalação de caixas de tomadas, executados de acordo com o projeto".

O Exército alegou que a mão de obra "está dentro do padrão nacional" e que não foram registradas "nenhuma deficiência relevante". Se houver correção necessária, diz a instituição, será feita pelas empresas.

 

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