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23/07/2010 - 06h00

Candidato declara patrimônio R$ 220 mi maior que informado à Receita

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ARARIPE CASTILHO
DE RIBEIRÃO PRETO

Candidato a deputado federal pelo DEM, o empresário de São Carlos (SP) Airton Garcia declarou à Justiça Eleitoral um patrimônio R$ 220 milhões maior do que o valor informado à Receita Federal.

A diferença foi revelada por uma confusão entre Garcia e o partido na hora de registrar a candidatura.

O DEM enfrenta uma saia justa com a candidatura de Selmo Santos, da capital, que está preso por estelionato e declarou um patrimônio de R$ 91,6 milhões em bens que não existem, como revelou a Folha anteontem.

Quando concorreu à Prefeitura de São Carlos, em 2008, Garcia declarou ter R$ 224,9 milhões. Ele era, então, o candidato mais rico do país. Neste ano, porém, o patrimônio declarado caiu para R$ 4,6 milhões.

Ele atribuiu a diferença à "displicência" do partido, que teria deixado de lançar valores no sistema de candidatura. Garcia apresentou ao TRE (Tribunal Regional Eleitoral) um pedido de correção das informações.

"Falei para eles [do partido] que essa diferença poderia me trazer problemas. Já protocolei na Justiça o pedido para arrumar os valores, mas não posso entrar lá [no TRE] com uma metralhadora e exigir isso", disse.

No diretório em São Paulo, porém, a informação é outra. O DEM afirmou que registrou todos os dados apresentados por Garcia e que os bens eram os mesmos da declaração do IR (Imposto de Renda).

No documento em que pede a correção dos dados, Garcia acaba confirmando a versão do partido e a milionária diferença entre seu patrimônio e as informações à Receita Federal.

"Os valores totais somados aos valores da Declaração de Imposto de Renda são de R$ 224.846.450,80", escreveu Garcia no pedido protocolado no TRE no último dia 14, às 18h26.

Garcia justificou: "Quando você é candidato tem de informar a realidade e não só o Imposto de Renda."

Com esse patrimônio, ele passa a ser o quarto candidato a deputado federal mais rico do Brasil e o sexto entre todos os concorrentes.

Para o especialista em direito tributário Alfredo Bernadini Neto, a discrepância pode levar o candidato a ser questionado sobre a veracidade das informações que presta ao Leão.

O professor de direito tributário da USP de Ribeirão Preto Guilherme dos Santos Mendes disse que, apesar de envolver valores "gritantes", a diferença pode ocorrer pois o IR só leva em conta "valores originários."

 

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