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01/10/2010 - 16h38

Promessas de debate em São Paulo têm problemas

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DE SÃO PAULO

As promessas que os principais candidatos ao governo de São Paulo fizeram no debate de anteontem à noite na TV Globo são de difícil execução ou enfrentam problemas técnicos, afirmam especialistas ouvidos pela Folha.

Alckmin, que lidera a corrida na eleição estadual, assumiu no debate o "compromisso" de conceder um aumento aos professores em índice acima da inflação. A proposta é viável, mas não condiz com o histórico de decisões do PSDB no comando do governo estadual.

Já Aloizio Mercadante (PT) afirmou que, se eleito, vai organizar concursos para substituir 100 mil professores temporários.

Celso Russomanno (PP), terceiro colocado, voltou a afirmar que vai reduzir o preço dos pedágios, fazendo a revisão de contratos com as empresas que administram rodovias estaduais.

Todas promessas enfrentam problemas, segundo os especialistas. A de Alckmin, por exemplo, embora seja viável, é alvo de críticas.

"Basta ter vontade política para isso, porque há dinheiro no Orçamento. O problema é que, olhando o histórico do PSDB, você sabe que é difícil eles cumprirem esse tipo de promessa", afirmou Romualdo Portela, professor do Departamento de Economia da Educação da USP (Universidade de São Paulo).

O sindicato da categoria reivindica uma recomposição de 34,3% e informou que o último reajuste, de 5%, foi concedido em 2008.

A promessa de Mercadante, por sua vez, tem problemas de ordem prática.

"Parte-se do princípio que esses professores que estão contratados temporariamente já fizeram concurso e não passaram. E quatro anos não seriam suficientes para contratar 100 mil professores", afirmou Portela.

O especialista aponta outra limitação para a proposta do petista: a falta de profissionais no mercado. "O ideal seria unir as duas propostas. Aumentar o salário para tornar a profissão mais atrativa e promover concursos. Mas isso não é política de curto prazo", apontou.

Já a promessa de Celso Russomanno, que também foi feita por Aloizio Mercadante, pode criar uma batalha jurídica entre o Estado e as concessionárias das estradas estaduais.

"Para rever o contrato é preciso provar que houve fato novo e imprevisível", afirmou o secretário-geral da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) nacional, Marcus Vinícius Furtado Coelho.

"Se eles já foram fechados prevendo as taxas praticadas hoje, é claro que as empresas poderão entrar na Justiça e reivindicar que houve quebra de contrato. Tudo isso terá que ser negociado caso a caso", disse.

 

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