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Na TV, Serra busca apoio das mulheres, e Dilma fala em comparar governos
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DE SÃO PAULO
Na disputa com Dilma Rousseff (PT), que usa como trunfo a expectativa de ser a primeira mulher presidente do Brasil, José Serra (PSDB) pautou seu programa noturno de TV de olho no eleitorado feminino.
"Elas [mulheres] são mais solidárias, mais generosas e mais responsáveis", disse nesta quarta-feira.
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Para simbolizar o programa paulista "Mãe Brasileira", que dá apoio a gestantes, a propaganda tucana resgata cena com grávidas vestidas de branco.
Mostrada pela primeira vez na semana passada, as imagens fomentam sensação de déjà-vu: em 2002, o marqueteiro Duda Mendonça criou peça semelhante para a campanha do então candidato à Presidência Luiz Inácio Lula da Silva.
Uma mulher, no entanto, recebe tratamento menos amistoso de Serra: Dilma é acusada por ele de ter duas caras, quando o ideal seria fazer "uma coisa hoje e a mesma coisa amanhã".
No minuto final, o programa mostra uma pessoa batucando pandeiro. Um verso do instrumento diz "antes", o outro, "depois". Como trilha, um jingle tenta colar em Dilma a pecha de "candidata duas caras". Ela oscilaria em questões como MST, aborto e escândalos na Casa Civil.
Um dos trechos diz: "Na Casa Civil, a Erenice [Guerra, ex-ministra] era parceira/ a casa caiu/ ela [Dilma] não sabe mais quem é".
Serra também destaca programas habitacionais em São Paulo. Essa área tem lhe rendido críticas na propaganda eleitoral do PT, que mostra o adversário como alguém incapaz de levantar projetos eficazes de habitação popular, tanto como ministro do Planejamento de FHC quanto à frente do governo de São Paulo.
Para não deixar a peteca religiosa cair, Serra diz que "nosso povo é um povo de fé".
"Não apenas a religiosa", emenda, "mas fé na mudança".
PT
Fiel à tática de subir o tom no segundo turno, a campanha petista segue comparando números e projetos dos governos Lula e FHC.
"Comparar sem fazer ataques ou ofensas pessoais", ressalva Dilma.
No começo do programa, contudo, ela alfineta Serra sem citar seu nome, ao afirmar que sua entrada na corrida presidencial "não é fruto de ambição pessoal".
Segundo Dilma, o Brasil pós-FHC é um país sem miséria, com mais empregos e saúde e educação de qualidade.
E, na narrativa petista, ela seria a única candidata capaz de dar continuidade a esse projeto. "Sei o que fazer, como fazer e vou fazer bem", diz, buscando neutralizar críticas tucanas de que é novata e, portanto, inexperiente na cena política.
A propaganda ressalta que, no Brasil de Lula e Dilma (os dois sempre aparecem colados no ranking de realizações), 95% dos lares brasileiros têm TV. O DVD chega a 72%. Já o celular estaria ao alcance de 84% da população.
Dilma repete fórmula já usada na primeira fase da disputa: "Ninguém que nasce pobre está condenado a ser pobre para sempre". Ao menos, não no Brasil em que ela ajudou "a construir ao lado do presidente Lula".
Antes, com o país sob administração tucana, "subir na vida era bem difícil", afirma o locutor.
Os tucanos são acusados de aumentar pedágios, recorrer ao FMI (Fundo Monetário Internacional), não controlar o desemprego.
Para ilustrar esse cenário caótico, a propaganda usa reportagens antigas. Outra tática é pôr na tela uma "smiley face" --a famosa "carinha feliz" amarela, também usada na campanha de Serra. Na medida em que recebe os "feitos" da gestão tucana, a carinha vai trocando o sorriso por feições de tristeza.
Ao apresentar a biografia de Dilma, o programa optou por omitir trecho que fala de "sólida formação moral e religiosa".
Até ontem, edição do programa petista incluía menções à religião que não apareceram no primeiro turno --quando o tema religioso ainda não havia ganhado força na pauta política.
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