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21/10/2010 - 15h43

Jornalista de Goiás reafirma censura em TV pública e diz que vai sair da emissora

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ESTELITA HASS CARAZZAI
DE SÃO PAULO

Atualizado às 19h34.

Em entrevista à Folha, o jornalista Paulo Beringhs, apresentador de um telejornal na TV Brasil Central --mantida pelo governo de Goiás--, reiterou que foi censurado pelo comando da emissora e afirmou que não pretende mais comandar o programa.

Ontem à noite, Beringhs falou ao vivo, no ar, que estava sendo "censurado" pelo governador Alcides Rodrigues (PP) e que, por isso, não poderia realizar uma entrevista com o candidato ao governo de Goiás Marconi Perillo (PSDB), marcada para hoje.

Jornalista de Goiás denuncia censura em TV pública
Diretor de TV goiana nega censura a jornalista
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Perillo é adversário político de Rodrigues e disputa o segundo turno com Iris Rezende (PMDB), que é apoiado pelo atual governador e não foi à entrevista agendada pelo telejornal.

Veja vídeo

Segundo o jornalista, a ordem para não entrevistar Perillo foi dada ontem de manhã, em uma reunião entre diretores da emissora e o diretor comercial da produtora de Beringhs, que é contratada para produzir o telejornal.

"Ficou claro que eles não queriam que eu entrevistasse o Marconi e, que se eu insistisse na entrevista, o programa não iria ao ar", disse Beringhs.

O jornalista também afirma que, durante a reunião, ficou estabelecido que a emissora enviaria, a partir de ontem, dois funcionários de confiança da direção para acompanhar as gravações do programa, que são feitas na produtora de Beringhs, e orientar editorialmente o telejornal.

Um deles, inclusive, seria o jornalista Cléber Ferreira, que é contratado da TV Brasil Central e que estava ontem na bancada do telejornal.

"Eu não trabalho onde tem censura. Pra mim, foi definitivo", diz o jornalista, que pretende rescindir o contrato que tem com a TV Brasil Central e não produzirá o programa que iria ao ar hoje à noite.

O diretor da Agecom (Agência Goiana de Comunicação), Marcus Vinícius de Faria Felipe, que é responsável pela emissora, negou a existência da reunião e disse que não houve censura.

Segundo ele, Cléber Ferreira foi ao programa "por indicação da direção da emissora" para substituir um jornalista que era comentarista no telejornal e que deixou o programa em julho. "Se fosse isso, ele teria ido há mais tempo", replica Beringhs.

Felipe diz que a emissora tem interesse em manter o programa e o jornalista no ar. "A gente reconhece o Paulo como um bom profissional", afirma. "Não sei das razões do Paulo [para afirmar que houve censura]."

FILIAÇÃO

Beringhs é filiado ao PSDB desde 2003, de acordo com registro no TSE (Tribunal Superior Eleitoral).

O jornalista --que, no primeiro contato com a reportagem, negou que fosse filiado a algum partido político-- disse que se filiou ao PSDB a pedido de um "amigo querido", mas que pediu desfiliação há "uns três anos".

Beringhs, que também dirigiu a TV Brasil Central entre 2000 e 2003, durante o governo de Marconi Perillo, afirmou que nunca militou no PSDB nem participou de atividades partidárias. "A relação que eu tenho com o Marconi é o que eu tenho com todos [os políticos]", disse.

Para a assessoria de Iris Rezende, que nega qualquer participação no episódio, o jornalista tentou criar um "factoide" em favor do PSDB às vésperas da eleição. As pesquisas apontam empate técnico entre os candidatos.

 

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