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Defesa tenta adiar depoimento de Erenice Guerra à PF
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ANDREZA MATAIS
DE BRASÍLIA
A defesa da ex-ministra Erenice Guerra tenta adiar o depoimento dela à Polícia Federal no inquérito que investiga tráfico de influência na Casa Civil marcado para a próxima segunda-feira.
O advogado Mário de Oliveira Filho ingressou com uma petição para que ela deponha apenas quando a PF conseguir provas de seu envolvimento nas denúncias.
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Ele já conseguiu adiar o depoimento que estava marcado para ontem alegando problema de agenda. "Quando estiver formalizada a prova ela vai se apresentar, mesmo não sendo obrigada a prestar depoimento contra seus ascendentes ou dependentes", disse ele.
Dois filhos da ex-ministra são acusados de operar esquema de lobby na Casa Civil quando Erenice era secretária-executiva e Dilma Rousseff a ministra.
O advogado descartou, no entanto, pedir habeas corpus para impedir o depoimento segunda caso o pedido de adiamento seja negado pela PF. "Se o delegado indeferir o pedido ela vai depor, mas é muito mais lógico que o depoimento seja prestado somente quando houver provas contra ela." A Folha apurou que a PF não deve manter a data de segunda para o depoimento.
Oliveira negou que seu objetivo seja postergar o depoimento por causa da eleição presidencial. "A implicação política já ocorreu. O depoimento não mudará em nada." Segundo ele, Erenice está "muito chateada" porque o caso envolve seus filhos. Ela não avalia que o caso a envolve também.
O advogado não soube dizer se a ex-ministra tem conversado com Dilma que a criticou no debate eleitoral da Rede TV.
Conforme o advogado, Erenice teria condições de falar agora somente sobre três fatos: 1) a reportagem da revista "Veja" sobre denúncia do empresário Fábio Baracat de que pagou para a empresa de lobby dos filhos dela ajudarem a empresa MTA Linhas Aéreas e que teria contado com a ajuda dela no ministério; 2) denúncia de que a Casa Civil beneficiou a Unicel, que tem o marido dela como representante e 3) reportagem da Folha que revelou que ela recebeu na Casa Civil empresários de Campinas que depois foram procurados pela empresa de lobby para que o negócio deles tivesse andamento. Foi após essa reportagem da Folha que Erenice deixou a Casa Civil.
O advogado disse que a matéria da "Veja" é uma "peça de ficção", uma vez que o empresário não confirmou no depoimento à PF participação de Erenice.
No caso dos empresários de Campinas a estratégia será desqualificar o consultor Rubnei Quícoli, que confirmou à PF ter-se encontrado com ela, pelo passado pregresso dele. O depoimento de Quícoli é o único até agora que envolve Erenice no escândalo.
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