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Seguranças de governador de Roraima apontam armas para agentes da PF
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ANDREZZA TRAJANO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, EM BOA VISTA (RR)
O governador de Roraima e candidato à reeleição, Anchieta Júnior (PSDB), foi abordado hoje por agentes da Polícia Federal, em Boa Vista. A ação causou tumulto, uma vez que seguranças dele e agentes federais apontaram armas uns para os outros, no centro da cidade, perto do Palácio do Governo.
A Polícia Federal afirma que investigava uma denúncia de transporte ilegal de dinheiro para compra de voto e que não sabia que o governador estava em um dos veículos. O carro em que Anchieta estava e outro veículo onde estavam seus seguranças foram revistados pelos policiais. Nenhuma irregularidade foi constada e nenhuma pessoa foi detida.
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Mesmo assim, a ação policial foi suficiente para acirrar os ânimos. Cerca de 200 pessoas, entre correligionários de Anchieta e do candidato de oposição, Neudo Campos (PP), foram para a frente do prédio da Superintendência da Polícia Federal em Roraima, onde realizaram protestos. Três pessoas foram detidas sob a suspeita de causar tumulto a ordem pública e em seguida foram liberadas.
Tanto o superintendente da PF-RR, Herbert Gasparini, quanto o governador Anchieta Júnior minimizaram o episódio em entrevistas concedidas a imprensa. O fato de os agentes federais e de seguranças empunharem armas foi tido como "normal".
"Foi uma fiscalização, como foi sempre feita pela PF. Nós tínhamos um informe de que um carro com as mesmas características do que foi fiscalizado tinha irregularidades. Ninguém sabia que o governador estava no carro, mesmo porque ele tem o carro dele, que é oficial, e este [alvo da fiscalização] tinha propaganda política", disse Gasparini.
Anchieta disse que a ação foi uma abordagem de rotina e que essa era a quarta vez em que era revistado pela PF. Ao mesmo tempo, acusou o grupo de oposição de criar fatos políticos negativos contra sua campanha.
"A ação foi imparcial. A Polícia Federal é uma instituição séria, que eu respeito e com certeza estava investigando denúncia que considero infundada, pois não tenho dúvida de que nossa oposição quer criar tumulto, para atrapalhar o processo eleitoral", disse.
Apesar disso, o governador afirmou que "não acha natural um governador ser revistado". "É um processo eleitoral atípico. Nunca tínhamos visto como essa dimensão", declarou.
"PARCIAL"
O deputado Márcio Junqueira (DEM), que é aliado ao governador, foi até a sede da PF cobrar explicações. Chamou a ação dos agentes federais de "truculenta" e "parcial" e disse que vai representar contra a instituição junto ao Ministério da Justiça e ao Superior Tribunal de Justiça.
"A Polícia Federal adotou uma postura equivocada, em razão de o governador ser do PSDB", acusou.
Gasparini rebateu a acusação, dizendo que a PF é imparcial e que vai continuar com as investigações referentes a compra de voto no Estado.
Roraima no primeiro turno foi o campeão em apreensões de origem suspeita, com R$ 2.823.349 no total. A PF espera receber esta semana reforços para combater a compra de voto.
Uma das apreensões envolve R$ 100 mil jogados da janela de um carro que acabava de sair de um escritório do líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB), que negou relação com o dinheiro.
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