Dilma diz esperar que 'pelo menos dessa vez' governo de SP investigue fraude

A candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, provocou indiretamente seu adversário José Serra (PSDB) nesta quarta-feira afirmando que espera que "pelo menos dessa vez" o governo de São Paulo investigue a reportagem da Folha de suspeita de fraude em licitação de obras do metrô do Estado.

Dilma insinuou que o governo tucano, que comanda o Estado há 16 anos, tem como prática não investigar e encontrar soluções fáceis.

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"Nós consideramos que é essencial que haja um controle maior dos processos licitatórios. Agora, eu acredito que para se apurar as responsabilidades e para não ser leviano fazendo acusações, acho que seria importante, pelo menos dessa vez, que eles abram sindicância, inquérito e vão apurar", disse.

A petista disse que o que marca a diferença de estilos de governo é a forma como se reage diante de denúncias. "Não é possível achar que as coisas são perfeitas e vender isso para a população. Não são. Um Estado, um governo se mede pela capacidade que ele tem não de não garantir que não haja nada, é em havendo, tomar providência, impedir que ocorra, investigar saber quem é responsável e não tentar soluções fáceis", afirmou.

Ontem, o governador de São Paulo, Alberto Goldman (PSDB), determinou a suspensão do processamento da licitação dos lotes de 3 a 8 da linha 5 (Lilás) do metrô após reportagem da Folha informar que o jornal soube seis meses antes da divulgação do resultado e quais seriam os vencedores.

Dilma disse que a população é a maior prejudicada com um processo de licitação fraudado. "Olha, eu sempre lamento esse fato. Acho que processos licitatórios não podem ser viciados porque com isso você prejudica a população. Um processo viciado, para a gente trocar em miúdo, é muito mais caro para população", afirmou.

METAS SOCIAIS

Dilma comentou a reportagem depois de participar do lançamento de seu programa para a área social. Ao lado de 11 ministros e na presença de militantes petistas, Dilma criticou a gestão dos tucanos para o setor dizendo que trabalham com "descaso ao mais pobres" e tratavam as propostas como "anexo do programa de governo". Segundo Dilma, o governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso só idealiza programas-piloto, sem cobrir toda população.

"Para nós, a questão social não é um adereço nem um anexo do programa de governo. É o cerne da nossa gestão. Essa é a diferença histórica e a nova questão que colocamos na pauta do país", disse.

A petista destacou ainda que o governo do presidente Lula se preocupa não só com o desenvolvimento econômico, mas com a melhoria de vida dos brasileiros.

"Não é no PIB que olhamos se o Brasil melhorou ou não, não é este o indicador principal. O indicador principal é se mudamos as condições de vida das pessoas e nós mudamos. Esta é a grande conquista do presidente Lula".

ANIVERSÁRIO

A candidata não quis comentar as pesquisas de intenção de voto que mostra uma ampla vantagem sobre Serra. Dilma disse que "não desconfia", mas está torcendo para dar de presente ao presidente Lula sua eleição, mas que isso depende do eleitor.

A petista afirmou ainda que não está no clima de já ganhou e recomendou que a militância calce um "salto baixinho".