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PF prende sete acusados de desviar recursos das obras da BR-101 no RN
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DANILO SÁ
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DE NATAL
Atualizado às 18h08.
A Polícia Federal realizou na manhã desta sexta-feira (05) a Operação Via Ápia no Rio Grande do Norte. Sete pessoas foram presas sob a acusação de participar de um esquema que teria desviado R$ 2 milhões das obras de duplicação da BR-101 no Estado.
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Entre os detidos estão o superintendente do Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes), Fernando Rocha, e o diretor-adjunto do órgão, o engenheiro Gledson Maia, sobrinho do deputado federal reeleito João Maia (PR-RN) e do deputado distrital eleito Agaciel Maia (PTC-DF).
Gledson Maia foi o primeiro a ser preso, ainda ontem. O engenheiro almoçava em um restaurante de Natal com um empresário, que também foi preso, quando foi abordado por agentes da PF. A prisão foi em flagrante, no momento em que, segundo a PF, o diretor do Dnit recebia R$ 50 mil de propina. Seu advogado nega.
Divulgação/PF |
PF prende sete por desvios das obras da BR-101 no RN |
Os demais presos são funcionários do Dnit e representantes de um consórcio contratado pelo órgão para a execução de obras no Estado. Segundo a PF, os presos podem responder por peculato, corrupção passiva, corrupção ativa, formação de quadrilha e por violação a lei das licitações. A pena pode chegar a 12 nos de reclusão.
Segundo o superintendente da PF no Rio Grande do Norte, Marcelo Mosele, o esquema atuava voltado para superfaturar e desviar recursos de obras públicas, além de realizar o pagamento indevido em projetos de infraestrutura rodoviária que deveriam ser feitos pelo Dnit.
"Nos unimos para investigar o desvio de verbas de um trecho da obra de duplicação da BR-101. As provas indicam que funcionários públicos do Dnit estavam se corrompendo a favor de determinadas construtoras envolvidas nesta obra", disse Mosele.
O trecho superfaturado, segundo a PF, é o percurso entre o município de Arêz (RN) e o limite com o Estado da Paraíba, o equivalente a 60 quilômetros de rodovia. A obra faz parte do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), do governo federal.
Mosele afirmou ainda que a propina paga a Gledson Maia ontem não tem relação com os crimes investigados pela Operação Via Ápia. Segundo ele, os R$ 50 mil pagos a ele eram referentes a um acordo feito para que uma dispensa de licitação favorecesse determinada empresa na reparação da ponte do rio Açu.
Apesar de a estimativa apontar para um prejuízo aproximado de R$ 2 milhões aos cofres públicos, o desvio de dinheiro causado pelo esquema pode ser ainda maior, o que será calculado após análise das provas recolhidas hoje.
Ao todo foram cumpridos nove mandatos de busca, sendo oito no RN e um em PE.
OUTRO LADO
O advogado Caio Vítor Ribeiro, que está atuando na defesa de Gledson Maia, negou qualquer envolvimento do engenheiro no esquema apontado pela PF.
"Gledson está seguro, convicto de que não tem nenhum envolvimento com o que foi relatado. Se houve algum esquema ou quadrilha, ele não faz parte. Acho que houve uma fatalidade, uma falta de sorte", disse Ribeiro.
O advogado disse que Gledson não recebeu R$ 50 mil de propina, como disse a polícia. O dinheiro seria do empresário que almoçava com o diretor do Dnit no momento da prisão. Segundo Caio Vítor, a quantia seria utilizada para quitar dívidas dessa empresa no RN.
Ainda de acordo com o advogado, Gledson em nenhum momento solicitou ou recebeu os valores divulgados. "Gledson não tem nenhum envolvimento nem tem gerência na contratação de empresas para prestar serviços ao Dnit."
A reportagem não conseguiu falar com a defesa de Fernando Rocha.
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