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Com buraco nas contas de campanha, PT pede doações em nome de Dilma
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RANIER BRAGON
DE BRASÍLIA
CATIA SEABRA
DE SÃO PAULO
Com buraco nas contas de campanha "entre R$ 20 milhões e R$ 30 milhões", os tesoureiros da campanha da presidente eleita, Dilma Rousseff, voltaram a enviar nesta semana cartas a empresas solicitando doações, repetindo estratégia adotada antes da eleição.
Com gastos totais em torno de R$ 170 milhões, a campanha de Dilma tem encaminhado um texto em que o tesoureiro José de Filippi Jr. afirma estar falando em nome da presidente eleita. Ele cita realizações do governo e pede colaboração sob o argumento de que compromissos do segundo turno geraram débitos não quitados.
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À Folha Filippi negou que os ofícios tenham o objetivo de intimidar empresários que decidirem não doar.
"Mandamos cartas durante toda a campanha para umas 8.000 empresas, só umas 400 doaram. Fizemos agora uma nova rodada, em uma quantidade menor. Isso [acusação de achaque] é fofoquinha, não tem nada disso, queremos é que as empresas contribuam de forma ampla. Eu me pergunto: será que o [José] Serra não está com dívida também?"
A campanha tucana terminou com deficit de cerca de R$ 20 milhões, segundo os responsáveis pela arrecadação. O partido também está atrás de novas doações para tentar fechar as contas.
Pela lei, os candidatos podem continuar após as eleições arrecadando doações para quitar dívidas contraídas e não pagas até o dia da votação. Caso não consigam saldar o débito até a entrega da prestação de contas --que deve ocorrer no dia 30 de novembro--, a dívida pode ser assumida pelo partido.
Filippi afirmou que terá o valor exato do débito na semana que vem. Segundo ele, os maiores gastos no segundo turno foram com material gráfico, como adesivos, cartazes e folhetos e bandeiras.
O tesoureiro disse ainda que a equipe de pessoas que trabalhava para a campanha praticamente dobrou do primeiro para o segundo turno --de cerca de 1.500 pessoas para cerca de 3.000.
O PT havia estabelecido teto de gastos de R$ 157 milhões para campanha. Com o segundo turno, o partido refez o cálculo e pediu ao Tribunal Superior Eleitoral elevação para R$ 191 milhões.
Filippi disse que, além das gráficas, falta pagar institutos de pesquisas, produtoras dos programas de TV e rádio, entre outros débitos.
O recolhimento de doações de pessoas físicas, pela internet, ficou bem abaixo da expectativa, que era chegar a um número entre 5.000 e 10.000 doadores. Dilma recebeu doações de cerca de 2.000 pessoas, o que totalizou cerca de R$ 240 mil.
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