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13/01/2011 - 10h29

Battisti virou troféu político na Itália, diz advogado de defesa

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LUCIANA COELHO
EM BOSTON

À frente da defesa de Cesare Battisti desde que o italiano recebeu refúgio do governo brasileiro em 2009, o advogado Luís Roberto Barroso afirma que seu cliente virou um troféu político na Itália.

"Ele se tornou troféu político, símbolo da revanche histórica", disse à Folha, em Cambridge (EUA), onde está como pesquisador-visitante da Universidade Harvard.

O advogado vê esse status ilustrado na reação exaltada do governo italiano à decisão do ex-presidente Lula de recusar, em dezembro, o pedido para extraditá-lo.

"Ele virou um símbolo político para um governo de direita e a vítima do ressentimento de parte da esquerda italiana, que atribui aos movimentos extremistas dos anos 70 a frustração do seu projeto de poder."

Battisti foi condenado, no primeiro julgamento, por atos subversivos. Mas o líder do PAC (Proletários Armados pelo Comunismo), Pietro Mutti, e outros membros mudaram os depoimentos.

Battisti voltou a ser julgado, à revelia, e foi condenado à prisão perpétua por envolvimento em quatro assassinatos. Ele se diz inocente.

Barroso alega que Mutti agiu em troca de uma delação premiada.

O advogado diz ter aceitado o caso por estar na esfera dos direitos humanos. Argumenta que após mais de 30 anos, Battisti reconstruiu sua vida pacificamente e que, no Brasil, onde vigora a anistia para direita e esquerda, os crimes estariam prescritos.

Ele vê no furor italiano algo atípico e prova do valor de seu cliente como "troféu": "A reação depois que Battisti foi preso foi totalmente diferente [de casos semelhantes]".

Barroso cita outros três casos de extradições de militantes italianos negadas pelo Brasil --Achille Lollo, Luciano Pessina e Pietro Mancini.

 

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