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Acordo dá presidência de Furnas ao PMDB
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VALDO CRUZ
DE BRASÍLIA
CIRILO JUNIOR
DO RIO
A presidente Dilma Rousseff acertou com o PMDB que o partido indicará o novo presidente de Furnas, empresa do sistema Eletrobras. O escolhido, no entanto, terá de ser um técnico do setor.
Além disso, Dilma determinou ao PT que pare de disparar acusações contra peemedebistas por conta de supostas irregularidades na estatal, que no governo Lula teve presidentes do PMDB.
A presidente encarregou o ministro Luiz Sérgio (Relações Institucionais) de transmitir sua ordem aos petistas. Segundo os peemedebistas, os ataques estão partindo principalmente de petistas do Rio de Janeiro, Estado de origem do ministro.
O acerto foi definido durante reunião de Antonio Palocci (Casa Civil) com o vice-presidente Michel Temer, anteontem no Planalto.
Segundo um assessor, Dilma não gostou da guerra travada entre petistas e peemedebistas por meio de informações passadas à imprensa e determinou que "roupa suja" seja lavada internamente.
Além de Furnas, caberá ao PMDB indicar o presidente da Eletronorte, seguindo o mesmo critério técnico.
No caso da Eletrobras, o presidente será indicado diretamente por Dilma, que adiantou que escolherá um nome com trânsito no PMDB. O mais cotado é Flávio Decat, hoje no setor privado, mas que já foi diretor da estatal.
A expectativa dos peemedebistas é que os nomes do setor elétrico sejam definidos logo no início de fevereiro. Dilma havia determinado a suspensão das indicações até a eleição dos presidentes da Câmara e do Senado.
SOBREPREÇO
Um relatório feito por supostos engenheiros de Furnas aponta sobrepreço em obras em duas hidrelétricas tocadas pela estatal. O documento foi revelado anteontem pelo jornal "O Globo".
Segundo o relatório, os empreendimentos de Simplício, no Rio, e de Batalha, em Goiás, tiveram os custos dobrados e perderam a rentabilidade considerada quando Furnas ganhou o direito de construir as usinas. Furnas admite que o custo de Simplício aumentou, mas nega que tenha dobrado.
O relatório foi encaminhado ao ministro Luiz Sérgio por seu companheiro de partido, Jorge Bittar, secretário de Habitação do Rio de Janeiro.
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