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Aliado de Sarney é eleito presidente do Conselho de Ética do Senado
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GABRIELA GUERREIRO
DE BRASÍLIA
Aliado de José Sarney (PMDB-AP), o senador João Alberto (PMDB-MA) foi eleito nesta quarta-feira presidente do Conselho de Ética do Senado. Por 14 votos favoráveis e apenas um voto em branco, Alberto vai presidir o colegiado pelos próximos dois anos. A vice-presidência do conselho será ocupada pelo senador Jayme Campos (DEM-MT).
Houve uma troca de última hora para eleger Campos vice-presidente, já que o senador Gim Argello (PTB-DF) era cotado para permanecer na função --que ocupava na antiga formação do conselho.
Argello é investigado no STF (Supremo Tribunal Federal) por ter alugado computadores por um valor superfaturado. Também renunciou à relatoria do Orçamento acusado de direcionar verbas para institutos fantasmas ou de aliados.
Oficialmente, o senador afirma que desistiu do cargo porque não queria continuar na função. Na prática, Argello abriu mão da vice-presidência temendo novos desgastes políticos ao comandar o órgão que tem como função investigar parlamentares acusados de quebrar o decoro.
Além do petebista, o senador Renan Calheiros (PMDB-AL) também compõe o conselho --depois de ter respondido a cinco processos por quebra de decoro parlamentar no órgão em 2007.
Renan acompanhou a eleição do comando do colegiado, mas não quis comentar o fato de ter respondido a denúncias no próprio conselho. "Penalizado, eu não vou poder falar", disse. Diante da insistência dos repórteres, disse apenas que "já integrava" o conselho na legislatura anterior.
Ao lado de Renan e Gim, foram eleitos outros 13 senadores para compor o colegiado como titulares e outros 15 suplentes --grande parte com processos na Justiça.
JUSTIFICATIVAS
Na sessão que elegeu o novo comando do conselho, Campos e o senador Antônio Carlos Valadares (PSB-SE) se explicaram sobre os processos a que respondem na Justiça. O vice-presidente do conselho admitiu que responde a dois inquéritos no STF (Supremo Tribunal Federal), mas negou que as ações arranhem sua imagem parlamentar.
"Se eu não tivesse sido bom prefeito ou governador, não estaria aqui. Sempre procurei ser correto, acima de tudo como homem público", afirmou.
Valadares, por sua vez, disse que o processo em que era acusado de compra de votos já foi arquivado pelo STF. "Eu não respondo a nenhum inquérito no STF e em lugar nenhum nesse país."
O senador Mário Couto (PSDB-PA) foi o único a defender a votação secreta, que acabou sendo realizada para eleger o comando do Conselho de Ética. "Eu acho que as coisas deveriam começar corretamente. Eu quero que esse conselho comece e termine com moral."
Eleito novo presidente do órgão, João Alberto prometeu agir com isenção ao julgar os colegas. "Se a oposição diz que sou engavetador, por que não recorreram ao plenário quando fui presidente do conselho por duas vezes? Eu nunca açodei qualquer processo, existe um equilíbrio na minha gestão."
O conselho estava sem seu quadro completo desde agosto de 2009, quando a oposição se retirou do colegiado em protesto ao arquivamento dos processos contra Sarney. Criado em 1993, o órgão analisou desde então mais de 20 representações contra senadores, das quais 15 foram arquivadas.
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