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Relator de caso Bolsonaro quer ouvir Preta Gil e Marcelo Tas
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MARIA CLARA CABRAL
DE BRASÍLIA
O apresentador do programa "CQC", da TV Band, Marcelo Tas, e a cantora Preta Gil podem prestar esclarecimentos no Conselho de Ética da Câmara sobre as acusações de quebra de decoro contra o deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ). O convite a ambos será feito pelo relator do caso, deputado Sérgio Brito (PSC-BA).
Conselho de Ética instaura processo contra Bolsonaro
"Assim como quero ouvir Bolsonaro, quero também ouvir todos os outros envolvidos, para poder fazer o melhor relatório. Espero que eles me ajudem", disse Brito.
Mastrangelo Reino/Sérgio Lima/Folhapress |
Preta Gil deve ser convidada a depor no Conselho de Ética em processo que investiga quebra de decoro de Jair Bolsonaro (PP-RJ) |
O processo contra Bolsonaro foi instaurado na última quarta-feira no Conselho da Câmara. A representação, de autoria do PSOL, cita dois episódios. A primeira denúncia é pela polêmica entrevista concedida ao CQC, em março passado. Ao ser questionado por Preta Gil sobre qual seria a reação dele se seu filho se apaixonasse por uma negra, o parlamentar respondeu: "Preta, não vou discutir promiscuidade com quem quer que seja. Eu não corro esse risco e meus filhos foram muito bem educados. E não viveram em ambiente como lamentavelmente é o teu".
O outro fato citado na representação é a briga entre Bolsonaro e a senadora Marinor Brito (PSOL-PA), na Comissão de Direitos Humanos do Senado. Ela também será chamada a prestar esclarecimentos. Após a retirada do projeto que criminaliza a homofobia da pauta de votação, enquanto a relatora da proposta, Marta Suplicy (PT-SP), concedia entrevista, Bolsonaro exibiu um panfleto contra a ampliação dos direitos dos homossexuais, o que irritou Marinor. Ela tentou impedir que o deputado exibisse o panfleto e o chamou de homofóbico, provocando uma discussão.
Um relatório preliminar será apresentado no dia 29 no Conselho de Ética por Sérgio Brito. Ele já deu indicativos de que deve acatar a representação. A partir daí, Bolsonaro terá dez dias para apresentar sua defesa. Depois, o relator terá mais 40 dias úteis para preparar seu relatório final e outros dez para apresentá-lo ao conselho. Ou seja, serão cerca de 60 dias úteis até o término do processo.
Integrante da Frente Parlamentar Evangélica, Brito disse que isso não influenciará na sua decisão. "Minha crença não vai decidir o meu voto".
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