19/06/2011 - 14h36

Em cidade do MA, empresas têm boom de 1.300%

YALA SENA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DE TIMON (MA)

Em Timon, município maranhense que é o segundo no país em crescimento da renda per capita, o número de empresas registradas aumentou mais de 1.300% nos últimos sete anos.

Uma visita à cidade de 150 mil habitantes, no entanto, revela que o resultado não levou à solução de problemas como falta de tratamento sanitário, lixo a céu aberto e ruas esburacadas.

Nordeste tem maior avanço de renda e se aproxima de São Paulo

	João Brito - 16.jun.11/Folhapress

	No município de Timon (MA), população ainda sofre com ruas esburacadas e lixo a céu aberto

Entre 2004 e 2011, as empresas registradas em Timon passaram de 641 para 8.875, segundo a Secretaria de Finanças do município.

O aumento foi consequência da aprovação, em 2007, de um código tributário municipal que retirou da informalidade milhares de pequenos comerciantes. Mas, segundo a prefeita Socorro Waquim (PMDB), mais da metade das empresas registradas são novas na cidade.

Ela atribui o crescimento da renda no município não só a esse novo código, mas também a investimentos do governo federal e à instalação de quatro universidades.

"Isso melhorou a mão de obra, e os recursos do PAC deram um boom na construção civil, movimentando a economia", afirma a prefeita, em segundo mandato.

Nos últimos cinco anos, Timon recebeu mais de R$ 262 milhões do governo federal, sendo R$ 25 milhões do PAC para obras de saneamento.

Com a verba, a cidade deve implantar 48% da rede de esgotamento sanitário até julho de 2012. A prefeita responsabiliza a situação atual a administrações anteriores.

	João Brito - 16.jun.11/Folhapress

	Timon, no Maranhão, foi o segundo município com maior crescimento de renda no país

PEQUENO COMÉRCIO

Com a expansão da economia, pequenos comércios se instalaram em locais como a rodovia BR-316, que liga o Maranhão ao Piauí. Lá, um ponto que custava R$ 50 mil agora vale até R$ 200 mil.

O ex-lavrador Sebastião Sá Feitosa, 71, há dez anos dono de uma mercearia na avenida Formosa, perto do centro da cidade, afirma que, no início, tinha como vizinhos apenas cinco ou seis lojas, e hoje "tem mais de 200 e não dar nem para contar".

A vida de João Batista Cunha Oliveira, 33, também mudou nos últimos anos.

Há oito, ele era camelô e vivia em Teresina (a capital do Piauí fica a dez minutos de carro de Timon). Fez uma poupança e abriu uma confecção. "Antes tinha um lucro de R$ 800 por mês. Hoje, consigo R$ 3.000", diz.