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30/06/2011 - 19h23

Empresário de Campinas diz ter sido pressionado a pagar propina

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MARÍLIA ROCHA
DE CAMPINAS

Em depoimento à Câmara Municipal de Campinas (SP), um empresário do setor imobiliário disse ser "impossível" conseguir a aprovação de projetos por parte da prefeitura local sem pagar propina a agentes públicos.

O empresário Ilário Bocalleto depôs nesta quinta-feira (30) diante da comissão processante que analisa o pedido de cassação do mandato do prefeito de Campinas, Hélio de Oliveira Santos, o dr. Hélio (PDT).

Bocalleto é testemunha de acusação indicada pelo vereador opositor Artur Orsi (PSDB), que pediu o impeachment do prefeito por suposta "omissão" e "responsabilidade" na nomeação de servidores denunciados por supostas fraudes.

O empresário disse que sofreu pressão para pagar propina em troca da quitação de IPTU pendente de três terrenos. "Meu projeto [de engenharia para construir no local] não foi aprovado porque não paguei propina", disse.

"Vamos para outras cidades [investir], porque Campinas é um problema, isso é conhecido", disse, ao ser questionado se era algo usual.

Bocalleto disse que, há dois anos, procurou a primeira-dama e ex-chefe de gabinete, Rosely Nassim Santos, para solucionar "incoerências" na cobrança de IPTU.

Segundo ele, a primeira-dama pediu que ele procurasse Ricardo Cândia, que foi diretor de Controle Urbano em 2005 e, desde 2006, está fora da administração.

"Houve reuniões com ele [Cândia] em cafés, supermercados e shopping. Ele dizia que poderia resolver, mas eu tinha que pagar 15% da dívida antes, sendo 5% para ele, 5% para o 'pessoal' e 5% para a 'doutora', sem citar nomes", disse em depoimento.

A primeira-dama e Cândia estão entre os 22 denunciados pelo Ministério Público, no início de junho, sob acusação de integrarem um esquema de fraude em licitações e cobrança de propinas para direcionar contratos.

O ponto de partida foram contratos da Sanasa (empresa mista de saneamento da cidade), mas a investigação expandiu para outros ramos.

Segundo o Ministério Público, a primeira-dama comandava o esquema. Ela e Cândia negam o recebimento de propina e a participação em qualquer tipo de fraude.

 

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