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11/07/2011 - 12h47

Itália libera atletas após ameaça de boicote por caso Battisti

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DA ANSA, EM ROMA

A Itália enviará 160 esportistas para os Jogos Mundiais Militares que ocorrerão no Rio de Janeiro de 16 a 24 de julho, após a ameaça de boicotar a competição em represália à libertação do italiano Cesare Battisti pela Justiça brasileira.

Os atletas pertencem aos grupos esportivos das quatro Forças Armadas do país e da Guarda de Finanças, segundo informou hoje o Estado-Maior da Defesa italiano em nota oficial.

O país disputará 16 modalidades, que são basquete masculino, vôlei feminino, vôlei de praia, judô, taekwondô, boxe, esporte equestre, pentatlo moderno, pentatlo militar, triatlo, paraquedismo, vela, tiro, esgrima, natação e atletismo.

Nos últimos dias, o ministro de Defesa da Itália, Ignazio La Russa, havia expressado sua contrariedade, "como cidadão", em permitir a vinda de atletas italianos, argumentando que a questão envolvendo a libertação do ex-militante de extrema esquerda era "enorme".

Na última sexta-feira, ele observou, porém, que, "como ministro", a orientação seria permitir o envio da delegação italiana. Ele contou que chegou a consultar o presidente da Itália, Giorgio Napolitano, sobre o tema em um encontro breve, mas não deu detalhes.

Anteriormente, La Russa já havia condenado a libertação e classificado-a como "inaceitável" e "inconcebível".

A reação italiana à decisão do STF (Supremo Tribunal Federal), que libertou Battisti após reconhecer como legal a decisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em não extraditá-lo, incluiu declarações de autoridades e políticos do país defendendo boicotes a eventos esportivos no Brasil.

O ministro da Simplificação Normativa da Itália, Roberto Calderoli, chegou a defender a não participação de seu país na Copa do Mundo de 2014, que será sediada em território brasileiro. Membros da juventude do partido governista italiano PDL (Povo da Liberdade) pediram, por sua vez, que o país não jogue com o Brasil o amistoso de futebol marcado para o segundo semestre do ano.

Battisti foi condenado à revelia em seu país natal à prisão perpétua por quatro assassinatos perpetrados na década de 1970, quando ele pertencia ao PAC (Proletários Armados pelo Comunismo).

Ele foi preso no Brasil em 2007 e, em 2009, o então ministro da Justiça, Tarso Genro, concedeu-lhe o status de refugiado político, o que impedia sua extradição para a Itália. Naquele ano, o STF analisou o caso e aprovou seu envio para seu país natal, mas submeteu a autorização final à decisão do presidente.

No último dia de seu mandato, Lula, acatando um parecer da Advocacia-Geral da União, negou a extradição do italiano. A Itália entrou com um recurso na Justiça brasileira para reverter a decisão e manter a sentença do Supremo, mas não obteve sucesso.

Atualmente, Battisti está morando em São Paulo e já obteve visto de permanência concedido pelo Cnig (Conselho Nacional de Imigração).

 

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