Publicidade
Publicidade
Publicidade

Base de dados da Folha é usada em debates eleitorais

Felix Lima/Folhapress
Cataguases (MG), a primeira colocada entre as cidades com mais de 50 mil habitantes
Cataguases (MG), a primeira colocada no REM-F entre as cidades com mais de 50 mil habitantes

Na primeira semana de propaganda eleitoral, o Ranking de Eficiência dos Municípios Folha (REM-F) foi citado em programas e debates. Candidatos usaram os dados para dizer que suas gestões são eficientes e criticar adversários. Na verdade, o estudo considera o que cada cidade já oferece aos cidadãos com os recursos de que dispõe.

O serviço relaciona indicadores de políticas públicas básicas (saúde, educação e saneamento) à receita do município e compara as cidades pelo quanto elas atendem seus moradores. O índice abrange a maior parte das cidades brasileiras.

Nas redes sociais, cidadãos compartilharam a posição de seus municípios, por diversas vezes com críticas. "Como saímos desse atoleiro com as cidades devendo, os Estados devendo, a União devendo?", questionou um leitor de Balneário Arroio do Silva (SC), que está na 1.610ª colocação.

"Vemos claramente que a Folha nunca esteve aqui. Eficiência em um município abandonado pelo poder público!", escreveu um leitor de São Gonçalo (RJ), na posição 623 do ranking.

O jornal "Diário de Marília" (SP) avaliou que o estudo coloca a cidade, 58ª colocada no ranking, "na rota dos investimentos". Já o "Diário Catarinense" (SC) destacou que 45% dos municípios do Estado aparecem como pouco eficientes ou ineficientes.

A Rádio USP ouviu na quinta-feira (1°) dois acadêmicos com opiniões opostas. José Eli da Veiga, professor sênior do Instituto de Energia e Ambiente da universidade, apontou a importância do ranking para o que chamou de "uma pedagogia do desenvolvimento sustentável".

Já a urbanista Raquel Rolnik, professora da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, considerou um problema avaliar municípios pela eficiência do gasto num momento em que o governo debate contingenciamento de recursos da saúde. Segundo ela, é ruim usar o dado de saneamento, pois nem todas as cidades têm acesso ao serviço.

Ela também lembrou de municípios cujas receitas dependem muito de repasses. O REM-F considerou esses dois problemas, dando peso menor ao componente de saneamento e usando o peso das transferências de recursos nas análises publicadas.

Publicidade
Publicidade
Publicidade
Publicidade