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Adversários se unem em debate no Rio para atacar Pedro Paulo e Paes

Mídia Ninja - 15.set.2016/Divulgação
O candidato do PSOL à prefeitura do Rio, Marcelo Freixo
O candidato do PSOL à prefeitura do Rio, Marcelo Freixo

As gestões do PMDB na prefeitura e no governo do Rio foram os principais alvos de ataques em um debate promovido pela ANF (Agência de Notícias da Favela) na tarde deste domingo (18), no morro da Mangueira, na zona norte.

O encontro deixou lotado o auditório do Museu do Samba para receber o líder das intenções de voto, Marcelo Crivella (PRB), e dois dos concorrentes que dividem o segundo lugar nas pesquisas, Marcelo Freixo (PSol) e Jandira Feghali (PC do B).

Com a ausência do candidato peemedebista, Pedro Paulo Carvalho, a gestão do prefeito Eduardo Paes (PMDB) foi criticada nos cinco blocos de perguntas elaboradas por moradores de comunidades.

"Acho que se a prefeitura estiver nas mãos de qualquer um de nós [presentes no debate] estará melhor que nas do Pedro Paulo", afirmou Crivella.

"É importante deixar o PMDB de fora do segundo turno para que tenhamos duas candidaturas discutindo um novo projeto de cidade", afirmou Marcelo Freixo.

Em sua participação, Jandira Feghali procurou mais uma vez nacionalizar o debate eleitoral. Ela voltou a criticar "o PMDB e seus aliados de golpe que tiraram Dilma sem crime e querem acusar Lula sem prova".

Também presente, o candidato da Rede, Alessandro Molon, procurou destacar sua atuação no processo de cassação do ex-deputado federal Eduardo Cunha (PMDB).

"Eu sei que parece difícil vencer o PMDB, tenho consciência disso. Quando comecei a luta para cassar o Cunha, parecia impossível, tinha pouca gente conosco", disse o deputado federal.

"Disseram para eu desistir, mas não desisti e cassamos o Cunha. Agora nossa próxima tarefa é livrar o Rio do PMDB", afirmou Molon.

Fundador e diretor da ANF, André Fernandes criticou os candidatos ausentes. "Quem não veio não tem respeito pela favela", disse.

Todos os 11 concorrentes foram convidados. Os candidatos Cyro Garcia (PSTU) e Carmen Migueles (Novo) também participaram do debate, transmitido ao vivo na internet pela Mídia Ninja.

Além do candidato da situação, Carlos Osório (PSDB), Índio da Costa (PSD), Flávio Bolsonaro (PSC) e Thelma Bastos (PCO) não participaram do encontro.

EDUCAÇÃO

As promessas na área de educação foram de expansão das escolas e creches em tempo integral.

Freixo prometeu creches com "tempo integral de verdade" e afirmou que algumas unidades da prefeitura abrem apenas às 11h, o que prejudica mães e crianças.

Jandira defendeu escolas abertas à população, inclusive nos fins de semana, e a realização de reuniões de conselhos de bairro dentro do espaço escolar, para a comunidade escolher as prioridades locais.

Crivella prometeu negociar o plano de cargos e salários dos professores da rede pública municipal. Na saúde, ele acusou a Prefeitura do Rio de ter tirado R$ 1 bilhão da área para investir em obras da Olimpíada. "Nós vamos devolver esses recursos para a saúde", disse.

Jandira afirmou que a prevenção de doenças na favela passa pela melhoria da infraestrutura de habitação, que é deficitária. Ela também disse que vai integrar as secretarias de governo para trabalhar nas favelas.

Criadas nos governos PMDB, as Clínicas da Família receberam elogios e críticas de Molon, que prometeu melhorias. "Nós vamos manter e aperfeiçoar, mas temos que resolver a falta de especialistas e médicos nas emergências dos hospitais".

SEGURANÇA

Atribuição do governo estadual, a área de segurança pública teve críticas às UPPs (Unidades de Polícia Pacificadora).

Para Jandira, o projeto faliu sem conseguir eficácia. Ela também denunciou as abordagens dos policiais, principalmente em relação às mulheres jovens que, segundo a candidata, são assediadas pelos agentes.

Freixo lembrou que no Brasil ocorrem 60 mil homicídios por ano, "a maioria contra jovens negros, pobres, moradores de favela". "Temos que disputar essa juventude com a milícia e o tráfico. E isso se faz dando oportunidade."

Crivella aproveitou o tema da segurança para lembrar uma declaração dada pelo ex-governador Sérgio Cabral (PMDB) em 2007. Na ocasião, o peemedebista afirmou que as taxas de fertilidade de mães faveladas são uma "fábrica de produzir marginal".

"Só se for a barriga da mãe dele", atacou Crivella, no debate. O candidato do PRB também declarou que não vai fazer remoções de moradores de favelas caso seja eleito.

O debate foi interrompido por três vezes devido às manifestações do público, sobretudo os apoiadores de Crivella, que estavam em maior número. A candidata Jandira Feghali também tinha militantes no público e eles chegaram a puxar gritos de "fora, Temer" em duas oportunidades.

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