PP direciona recursos ao Paraná, Estado do ministro da Saúde
Pedro Ladeira/Folhapress | ||
O ministro da saúde Ricardo Barros durante cerimônia no Palácio do Planalto |
O PP, partido do ministro da Saúde, o paranaense Ricardo Barros, abriu o cofre para candidatos do Paraná.
Postulantes a prefeito e vereador no Estado receberam, até agora, R$ 2,2 milhões em doações do diretório nacional do partido, do qual Barros é tesoureiro licenciado.
O valor corresponde a quase 25% de todas as doações feitas pelo PP até aqui, segundo levantamento da Folha em dados entregues ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral).
É o Estado que mais recebeu verbas da sigla, à frente de importantes colégios eleitorais como São Paulo, Minas Gerais e Bahia –que têm, inclusive, uma bancada maior que a do Paraná.
Entre os principais contemplados estão a filha do ministro, a deputada Maria Victória, que concorre à Prefeitura de Curitiba; Marcelo Belinati, candidato a prefeito em Londrina; e Silvio Barros, irmão do ministro e favorito à Prefeitura de Maringá.
Os três são do PP, mas o dinheiro do partido, oriundo do fundo partidário e de doações ao diretório nacional, foi distribuído a políticos de dez diferentes siglas no Paraná –todos aliados do ministro.
Entre eles, quem mais recebeu foram candidatos a prefeituras no interior pelo PSB, PSDB e PMDB.
Nenhum outro diretório nacional fez tamanho investimento no Paraná. O segundo partido que mais investiu foi o PSDB, do governador Beto Richa: R$ 229 mil –um décimo do que o PP desembolsou até agora.
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PLANOS PARA 2018
Barros tem pavimentado a candidatura de sua mulher, Cida Borghetti (PP), ao governo em 2018. Ela é a atual vice-governadora.
A família também tem Maria Victória como deputada estadual e três ex-prefeitos de Maringá, terra natal dos Barros: o ministro; seu pai, Silvio Barros; e seu irmão Silvio Barros 2º (por dois mandatos), atual candidato ao posto.
O ministro ganhou projeção como deputado federal, cargo para o qual se elegeu cinco vezes. Na Câmara foi líder tanto do governo do tucano Fernando Henrique Cardoso quanto do petista Lula.
Nenhum partido doou tanto quanto o PP - Doações de diretórios nacionais no Paraná, em R$ mil
'QUADRO TEMPORÁRIO'
O ministro nega qualquer ligação com a distribuição das verbas partidárias. A direção nacional do PP refuta direcionamento e diz que esse quadro é "temporário", já que as doações são distribuídas segundo a bancada federal de cada Estado.
Até o fim da eleição, portanto, Minas Gerais e Rio Grande do Sul, que têm seis deputados pepistas, devem ficar com o maior quinhão das verbas partidárias, assegura a executiva do PP.
O Paraná, com apenas três deputados federais do PP (Barros está licenciado), tem quase cinco vezes mais verbas que os gaúchos e 15% a mais que os mineiros.