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Com 10% de intenções de voto, Fernando Haddad dá sinais de abatimento

Eduardo Anizelli - 16.set.2016/Folhapress
SAO PAULO, SP, BRASIL, 16-09-2016, 20h15: O prefeito de Sao Paulo e candidato a reeleicao, Fernando Haddad (PT), durante ato publico de educadores, na Casa de Portugal, no bairro da Liberdade, em Sao Paulo. Educadores organizam ato de apoio a candidatura de Haddad. (Foto: Eduardo Anizelli/Folhapress, PODER)
O prefeito de São Paulo e candidato à reeleição, Fernando Haddad (PT), durante ato público de educadores

A uma semana da eleição em São Paulo, dirigentes da campanha do prefeito Fernando Haddad (PT) já admitem que suas chances de reeleição se tornaram remotas.

Em quarto lugar nas pesquisas, ele depende da queda abrupta de um dos três líderes para sonhar com a ida ao segundo turno. O petista esperava tirar votos de Marta Suplicy (PMDB), mas ela não tem dado sinais de que derreterá na reta final.

Amigos e colaboradores reconhecem que a situação de Haddad é muito difícil. Pelas projeções do PT, ele precisaria ter ao menos 15% das intenções de voto para continuar no páreo. No último Datafolha, apareceu com 10%.

O prefeito tem reclamado de cansaço. Na semana passada, ele cancelou duas atividades na periferia, no Capão Redondo (zona sul) e em Sapopemba (zona leste). Aliados dizem que Haddad dá sinais de abatimento e ficou dispersivo na última sexta-feira (23), durante o debate promovido pela Folha, pelo SBT e pelo UOL.

Dirigentes da campanha recorreram ao ex-presidente Lula para tentar animar o prefeito. Na manhã deste domingo (25), Lula estará ao lado dele em São Mateus (zona leste). Na terça (27), participará do lançamento do programa de governo de Haddad.

O ex-presidente também aparecerá na propaganda de TV, como antecipou o Painel. Em almoço na semana passada, Lula disse a Haddad que sua participação poderia ser prejudicial. Como o prefeito não se recuperou por conta própria, os dois decidiram levar a gravação ao ar.

Segundo aliados, Haddad também ficou abalado com a prisão do ex-ministro Guido Mantega, de quem é amigo. O prefeito entrou no governo Lula como integrante da equipe de Mantega no Ministério do Planejamento, em 2003.

Para o candidato à reeleição, as ações da Lava Jato na reta final da campanha minaram suas chances de recuperação. Em conversas reservadas, ele atribui parte das dificuldades à ofensiva policial contra líderes do PT.

ESQUERDA DIVIDIDA

O prefeito também se queixa da divisão dos votos da esquerda. Em 2012, Marta e Luiza Erundina (PSOL) estavam em seu palanque –a primeira ainda era filiada ao PT; a segunda, à época no PSB, chegou a ser anunciada como vice do petista. Hoje, as duas são adversárias diretas na sua luta pela reeleição.

Publicamente, Haddad tem buscado levantar dúvidas sobre a credibilidade das pesquisas. Ele repete que chegou à última semana da campanha passada em terceiro lugar, mas garantiu com folga a ida ao segundo turno.

No entanto, o cenário de quatro anos atrás era bem diferente. Em 18 de setembro de 2012, o petista tinha 15% das intenções de voto, cinco pontos a mais do que hoje. Na época, seu índice de rejeição era de 23%. Agora, é praticamente o dobro: 45% dos eleitores dizem que não votariam nele de jeito nenhum.

Haddad é o terceiro prefeito de São Paulo a tentar a reeleição. Ele poderá ser o primeiro a ficar fora do segundo turno. Em 2004, Marta, pelo PT, terminou em segundo lugar. Em 2008, Gilberto Kassab se reelegeu pelo DEM.

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