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Caso de bar fechado com dívida milionária acende alerta na campanha de Russomanno

Aloisio Mauricio/Fotoarena/Ag.OGlobo
Celso Russomanno (PRB), durante ato de campanha
Celso Russomanno (PRB), durante ato de campanha

O fechamento de um bar de Celso Russomanno (PRB) virou ameaça à candidatura dele na reta final do primeiro turno das eleições para a Prefeitura de São Paulo.

Nas eleições realizadas há quatro anos, uma proposta de cobrar do bilhete único proporcional à distância percorrida naufragou com a campanha de Russomanno, que ficou fora do segundo turno. O deputado federal fugiu das propostas polêmicas neste ano, na tentativa de evitar um novo 2012.

Agora, a equipe do candidato se vê às voltas com a crise causada pelo caso do Bar do Alemão, fechado há quase dois meses após uma ordem de despejo e dívida milionária. A ideia é impedir que cole nele a imagem de mau administrador que não honra dívidas.

A primeira informação que salta à tela quando se abre o site de campanha de Celso Russomanno é relacionada à polêmica que envolve o bar do Alemão. "Aqui estão as verdades do Bar do Alemão em Brasília –as mentiras da Marta", diz um pop-up.

Marta (PMDB) usou em seu programa de TV e rádio o depoimento de ex-funcionários do local que acusam de dívidas trabalhistas, entre elas reter a gorjeta dos funcionários.

Russomanno rebateu acusando Marta de "cooptar" os funcionários. Ela admitiu ter procurado os empregados, mas negou ter pago a eles.

O Bar do Alemão, do qual Russomanno é um dos sócios, responde a pelo menos 33 processos no Distrito Federal. Quinze deste total são de problemas trabalhistas. Garçons, barman, chefs de cozinha, cozinheiros, copeiros decidiram acionar a Justiça em busca de direitos não atendidos, segundo suas versões.

A maior parte dos testemunhos diz que os donos faziam pagamentos por fora, para não serem tributados, além de deixarem de repassar gorjetas e de depositar o FGTS. Há ainda protesto pelas rescisões, que até agora não foram acertadas, de acordo com os documentos.

Somadas, as reclamações de ex-funcionários, fornecedores e prestadores de serviços, além do locatário do terreno, ultrapassam o valor de R$ 5 milhões, de acordo com levantamento da Folha.

A reportagem teve acesso a 15 ações trabalhistas. Em nenhuma delas aparece algum acordo feito ou solução para a situação. Ao contrário, os advogados do bar contestaram boa parte delas, dizendo não terem débitos a acertarem e pedindo à Justiça para julgar improcedente todos os casos.

A mesma coisa acontece na área comercial. As reivindicações são variadas: dois músicos que se apresentaram por diversas vezes na casa e não receberam o couvert artístico. Também aparecem entre supostos credores uma empresa de tecnologia e uma de de produtos de limpeza, entre outros.

O capital social da empresa, que até 2013 era de R$ 4 milhões, agora é de R$ 7 milhões. Há ainda cobranças tributárias que não estão na conta acima, pois estão em segredo de Justiça.

PAGAMENTOS

Russomanno sustenta que fez todos os pagamentos de direitos trabalhistas. Em seu site, incluiu uma tabela que contabiliza R$ 159 mil em comissão aos funcionários.

A assessoria de imprensa reconhece a existência de 13 processos trabalhistas em acesso à Justiça, relacionados ao período em que o bar estava aberto.

Também foram disponibilizados links para comprovantes de pagamentos e depoimentos de oito ex-funcionários. Nos vídeos postados no YouTube, eles dizem quanto tempo trabalharam no Bar do Alemão e que receberam o valor devido.

Sobre dívidas com aluguel, ele afirma ter depositado a parte dele, que está à disposição da Justiça.

"As adversidades de uma economia abalada na gestão do PT levaram o país a uma crise jamais vista, que resultou em dificuldades financeiras e ao consequente fechamento do Bar do Alemão", diz uma nota da campanha.

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