Publicidade
Publicidade
Publicidade

Levantamento mostra que Doria fez mais comícios e Haddad equilibrou agenda

Ao longo dos 45 dias de campanha, João Doria (PSDB) foi o candidato que mais realizou comícios, caminhadas e panfletagens: 75 (30,8%) de um total de 243 realizados pelos cinco principais candidatos à Prefeitura de São Paulo.

Levantamento feito pela Folha contabilizou os eventos das agendas oficiais de Doria, Celso Russomanno (PRB), Marta Suplicy (PMDB), Fernando Haddad (PT) e Luiza Erundina (PSOL) durante o período de divulgação das candidaturas determinado pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral). Não foram contabilizadas gravações, sabatinas, debates e demais eventos de caráter restrito.

O mapeamento das campanhas ajuda a entender, portanto, quais regiões e qual o perfil do eleitorado os candidatos priorizaram, informação que ajuda a revelar parte da estratégia adotada por cada um dos postulantes.

Líder nas pesquisas e apontado pelos oponentes como elitista, Doria fez um esforço para se descolar da alcunha. Sob o slogan de "João trabalhador", evitou pregar para convertidos, preterindo seu reduto "natural", os bairros de classe média alta da zona oeste, para os quais dedicou apenas 9% do seu tempo nas ruas.

O tucano privilegiou o centro e a zona sul da cidade. Visitou de metalúrgicas a shopping centers e foi o único, entre os candidatos analisados, a cumprir agenda durante as madrugadas.

De acordo com o Datafolha, Doria só não está à frente nas pesquisas de intenção de votos nos bairros dos extremos da cidade.

O segundo lugar no ranking dos candidatos mais rodados durante a campanha ficou com o atual prefeito, Fernando Haddad (PT), com 59 atos. Luiza Erundina (PSOL) realizou 43, seguida por Marta Suplicy (PMDB), com 33, e Celso Russomanno (PRB), com 32.

Haddad foi o candidato que distribuiu geograficamente seus atos de campanha de maneira mais equânime. O petista variou entre 11,8% de presença na zona oeste e 28,8% no centro.

O foco no centro da cidade não o impediu de intensificar sua presença nas periferias na reta final da campanha. Com isso, Haddad tentava compensar a pecha de que negligenciou as áreas mais distantes durante seu mandato, o que ele nega.

Erundina foi a candidata que mais focou a região central –onde concentrou 43,2% dos seus atos de campanha.

Em queda nas pesquisas, a candidata do PSOL apostou na panfletagem de rua e em caminhadas para angariar votos em sua candidatura.

Marta Suplicy (PMDB) esteve majoritariamente nas bordas de São Paulo –seu reduto eleitoral. A zona leste concentrou 36% de seus atos de campanha. A esperança era que a presença de seu vice, o vereador Andrea Matarazzo (PSD), bastaria para atrair o voto das classes média e alta, com as quais tem afinidade.

Apesar disso, foi nos extremos da cidade que Marta sofreu a queda mais abrupta: 9 pontos percentuais, de 32% para 23% entre as pesquisas Datafolha mais recentes.

Quem mais negligenciou uma das regiões da cidade foi Russomanno. O deputado federal e candidato do PRB dedicou à zona oeste somente 6,5% de seus comícios.

A estratégia do deputado foi começar a campanha pelas extremidades da cidade e se aproximar do centro. O objetivo era consolidar na largada eleitores propensos a votar nele e depois conquistar o eleitorado menos próximo.

Na última pesquisa do Ibope, Russomanno oscilou negativamente, mantendo uma tendência de queda –fato que ele atribuiu ao desgaste causado pelos ataques de seus adversários.

A zona oeste foi a menos priorizada de forma geral. Foi a região em que quatro dos cinco principais candidatos estiveram menos presentes –com exceção de Erundina, que esteve menos na zona leste.

A candidata do PSOL foi a única a ter a maior parte de sua intenção de voto vinda da região que mais priorizou.

No centro, de onde provêm 28% de seus potenciais votos, ela passou a maior parte da campanha.

De modo contrário, apenas uma candidata, Marta, teve a menor parte de sua intenção de voto vinda da região que menos priorizou. A peemedebista realizou apenas 12,1% de seus comícios na zona oeste, de onde vêm 9% de seus potenciais votos.

Russomanno foi o único a focar bairros que lhe rendem baixa intenção de votos. Apesar de concentrar 29% de seus comícios no centro, somente 14,1% dos moradores da região pretendem votar nele.

Editoria de Arte/Folhapress
Publicidade
Publicidade
Publicidade
Publicidade