ACM Neto confirma favoritismo e é reeleito com 74% dos votos em Salvador
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O prefeito eleito na cidade Salvador, ACM Neto (DEM), faz campanha nas ruas |
O prefeito ACM Neto (DEM) confirmou o favoritismo e foi reeleito em Salvador no primeiro turno, com 969 mil votos (74% do total de válidos, sem contar brancos e nulos).
Com o resultado, Neto teve a segunda maior vitória entre as capitais brasileiras —só Teresa Surita, em Boa Vista, se elegeu com percentagem maior— e sai fortalecido das urnas para disputar o governo da Bahia, em 2018.
O prefeito venceu a candidata Alice Portugal (PC do B), que disputou as eleições com o apoio do governador Rui Costa e do ex-governador Jaques Wagner (ambos do PT). A deputada federal teve 14,6% dos votos válidos.
Em terceiro lugar ficou o Pastor Sargento Isidório (PDT) com 8,6% dos votos, seguido de Cláudio Silva (PP) com 1,5% e Fábio Nogueira (PSOL) com 1%. Célia Sacramento (PPL) e Da Luz (PRTB) não chegaram a 1%.
Em entrevista à imprensa após a confirmação de sua vitória, ACM Neto afirmou que o governador Rui Costa foi o grande derrotado dessas eleições na Bahia.
"Não posso deixar de revelar que o governador foi o grande derrotado desta eleição. O PT não teve a capacidade de lançar um candidato e, além disso, a candidata que ele abraçou teve o resultado que teve", afirmou.
Segundo Neto, o governador "assumiu um lado" e trabalhou contra a sua candidatura. "Mas o povo de Salvador falou mais alto."
Mesmo com as referências ao governador, o prefeito reeleito da capital baiana evitou fazer comentários sobre a disputa de 2018 e afirmou que manterá uma relação "institucional, construtiva e de respeito" com o petista.
Além do mau desempenho em Salvador, a base de apoio ao governador também sofreu derrotas em importantes cidades da Bahia.
Em Feira de Santana, por exemplo, segundo maior colégio eleitoral do Estado, o prefeito José Ronaldo (DEM) foi reeleito, com 71% dos votos válidos (o candidato petista, Zé Neto, teve 16%). Em Camaçari, cidade que é a base política de Jaques Wagner, Elinaldo (DEM) venceu com 63%. Caetano, do PT, teve 36%.
"O desenho político da Bahia mudou em 2016", disse ACM Neto.
A derrota da base do governador também se refletiu na Câmara Municipal de Salvador. O PT, que tinha eleito sete vereadores em 2012, desta vez elegeu apenas três.
CAMPANHA MORNA
A campanha eleitoral em Salvador foi marcada por um clima morno e pela baixa adesão aos candidatos de oposição. Com o apoio de 31 dos 43 vereadores, o prefeito montou um "exército" de mais de 500 candidatos à Câmara Municipal em sua base.
Além de uma gestão bem avaliada, ACM Neto ainda foi beneficiado pela crise do PT e pelas indefinições da base do governador Rui Costa, que definiu sua candidata faltando pouco menos de um mês para o início do horário eleitoral.
Na campanha, o prefeito adotou uma linha "pé no chão" nas propostas para os próximos quatro anos, evitou fixar metas em programas da prefeitura e deixou de lado o anúncio de grandes obras de infraestrutura.
Alice Portugal, por sua vez, buscou associar ACM Neto à imagem do presidente Michel Temer (PMDB), acusando o prefeito de ter apoiado o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT).
A candidata do PC do B ainda afirmou que o prefeito fez "obras de fachada" nas áreas turísticas da cidade, mas não cuidou da qualidade dos serviços públicos na saúde e na educação.
Aliado de ACM Neto, o ministro Geddel Vieira Lima (PMDB) afirmou que a vitória folgada do prefeito é reflexo de uma "gestão qualificada".
"Ninguém quer mais o discurso do ódio. Esta história do golpe não colou em lugar nenhum do Brasil", disse.