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Haddad promete 'transição tranquila', admite frustração e defende legado

Diante de uma plateia chorosa, o prefeito de São Paulo Fernando Haddad (PT), derrotado nas eleições, fez um discurso na noite deste domingo (2) em que reconheceu a frustração em não poder ter disputar o segundo turno, mas prometeu transição tranquila para seu sucessor.

O prefeito fez o pronunciamento no diretório municipal do PT pouco após telefonar para o adversário eleito, João Doria (PSDB).

"Liguei para ele, cumprimentando pela vitória, colocando toda a equipe da prefeitura, a começar por mim, à inteira disposição para nós efetuarmos a melhor transição possível, pensando nos interesses da cidade", disse.

"Num país onde se vê fragilizadas as instituições republicanas, penso que temos de dar o exemplo de fortalecimento delas", afirmou.

O prefeito chegou sorridente ao diretório após passar a tarde em casa ao lado da família e do candidato a vice, Gabriel Chalita (PDT).

Até as 19h, acreditava que estaria no segundo turno, animado com o resultado das pesquisas de boca de urna que o colocavam em segundo. Pouco depois, ouviu de seu secretário de comunicação, Nunzio Briguglio, que a eleição estava encerrada.

Já na sede do DM, um colaborador sugeriu que ele fizesse um discurso de que sairia fortalecido, mas ele se recusou.

"Não sou o [José] Serra [candidato do PSDB derrotado por ele em 2012], que está morto e diz que está mais vivo do que nunca. Vou dizer que estamos melhor do que entramos. Estávamos desacreditados", afirmou.

Lamentou que deixará feitos para o sucessor entregar. "Ele vai inaugurar nossas obras, nossos hospitais".

Reprodução
Veja o mapa de votos de São Paulo
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Sua mulher, Ana Estela, sugeriu que Haddad agradecesse aos jovens e professores. Segundo ela, fundamentais para seu desempenho.

Haddad fez um paralelo entre sua temporada de seis anos como ministro da Educação e o mandato de prefeito ao dizer que ambas foram gestões exitosas.

"Saio da prefeitura de São Paulo dia 31 de dezembro com a mesma sensação de dever cumprido com que saí do ministério", disse. E continuou: Tenho certeza que estamos deixando um legado pela cidade que vai ser preservado por um conjunto expressivo de cidadãos", disse.

Disse que mesmo numa eventual derrota no segundo turno a cidade teria ganho ao confrontar duas visões "tão diferentes" de cidade.

"Gostaríamos de enfrentar um segundo turno para que esse projeto pudesse ter sido defendido em igualdade de condições. Defender um projeto de transformação em condições tão adversas é bastante para a nossa campanha", afirmou.

Por fim, agradeceu a militância pela "paixão na defesa do legado deixado". "Não vamos, em função do resultado nas urnas, abdicar os valores que professamos".

Eleições em São Paulo - Percentuais obtidos pelos vencedores do 1º turno

Fora da conta - Votos não válidos no 1º turno

LULA

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva comparou o candidato do PSDB à Prefeitura de São Paulo, João Doria, ao ex-presidente Fernando Collor de Mello.

Sem citar nomes, disse que após votar que São Paulo não merece eleger um candidato sobre quem nada se sabe, como aconteceu em 1989.

"Se São Paulo correr o risco de jogar fora a possibilidade de eleger o Haddad para colocar um aventureiro, sobre quem não se sabe nada, uma coisa que surgiu do nada, como o Collor surgiu do nada em 1989, e a imprensa, sobretudo a Globo, pegou de Alagoas, do CRB de Alagoas... São Paulo não merece isso."

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