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PSDB lidera disputa, mas enfrenta dissidência no partido em Porto Alegre

Reprodução/Facebook
Nelson Marchezan
Nelson Marchezan (PSDB), candidato à Prefeitura de Porto Alegre

Líder na disputa pela Prefeitura de Porto Alegre, o tucano Nelson Marchezan Junior é chamado por correligionários de "interventor" e de autor de um "golpe".

Primeiro colocado no primeiro turno, com 29,8% dos votos válidos, ele enfrenta dissidência no PSDB gaúcho por causa de um imbróglio que resultou na suspensão das eleições internas em 2015.

Uma parte dos tucanos da cidade decidiu fazer campanha abertamente pelo rival dele no segundo turno, Sebastião Melo, do PMDB, que teve 25,9% no primeiro turno.

Marchezan foi indicado presidente estadual do PSDB em 2015 por nomeação da direção nacional do partido, comandada pelo senador Aécio Neves (MG). À época, ele se lançou ao cargo em eleição interna, mas enfrentava concorrência de outra corrente.

Uma resolução assinada por Aécio no ano passado suspendeu a eleição devido ao "acirramento" entre os grupos inscritos e à possibilidade de "desagregação partidária" após o processo.

Na ocasião, a direção nacional reclamava que dirigentes do PSDB gaúcho privilegiavam alianças com partidos que já estavam no poder.

A indicação de Marchezan, único deputado federal do partido do Estado, fez tucanos de Porto Alegre fundarem um movimento chamado "PSDB Democrático", que pedia nova eleição interna.

Um dos nomes mais conhecidos é a ex-governadora Yeda Crusius (2007 a 2010). Os dissidentes recorreram à Justiça para reverter a situação, mas não obtiveram resultado.

CAMPANHA ELEITORAL

Na eleição para prefeito deste ano, parte do grupo dissidente participou de atos pró-Melo. Secretário-geral do PSDB no RS até 2015, Jorge Hias diz que o racha interno encolheu o partido ao provocar a dissolução de diretórios não favoráveis ao hoje candidato a prefeito.

"A intervenção redundou em uma candidatura que, a nosso ver, é ilegítima. É uma candidatura dele mesmo", diz Hias, que apoia Melo.

Yeda e outros críticos de Marchezan preferem adiar a discussão sobre a situação interna do PSDB para depois da eleição para não prejudicar o partido em meio à possibilidade de vitória. No Twitter, a ex-governadora disse que o grupo dissidente voltará a discutir dentro do PSDB o que fazer para "restabelecer a ordem democrática".

Yeda, porém, tem um grande motivo para torcer pela vitória de Marchezan: se ele for eleito, ela assumirá como deputada na Câmara –ficou como primeira suplente na eleição de 2014.

Diante do racha, o PSDB elegeu apenas um vereador em Porto Alegre, mesmo tendo o candidato mais votado a prefeito. Dissidentes procuraram outras siglas.

Procurado, Marchezan não respondeu à reportagem.

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