Publicidade
Publicidade
Publicidade

Em BH, João Leite distorce conteúdo de CPI para afastar-se do tema de direitos humanos

Divulgação
João Leite (PSDB) cumprimenta eleitores em BH
O candidato João Leite (PSDB) cumprimenta eleitores em Belo Horizonte

Na tentativa de afastar seu nome do trabalho que teve com direitos humanos, o candidato à Prefeitura de Belo Horizonte João Leite (PSDB) tem distorcido o conteúdo de uma CPI que presidiu.

Deputado estadual, Leite tem afirmado que a comissão investigou a fuga do traficante Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar, de uma delegacia em Belo Horizonte em 1997. No entanto, a CPI não é sobre o caso e o relatório final sequer cita Beira-Mar.

Chamada CPI do Cárcere, a comissão investigou "a situação violenta a que são submetidos os presos, onde questões mínimas de direitos humanos e dignidade são negadas".

Outras duas comissões investigaram a fuga do traficante na Assembleia de Minas: a CPI do Narcotráfico (2001) e a CPI do Sistema Prisional (2002). O tucano não foi membro titular ou suplente de nenhuma delas.

Durante a campanha, em chat com internautas, o tucano foi questionado se era "defensor de bandidos". Ele respondeu: "Cair numa dessas? Isso aí os caras usaram em 2004 numa campanha contra mim."

"Sabe por quê?", continuou. "Eu briguei muito com criminoso. Eu fui presidente da CPI que investigou a fuga de Fernando Beira-Mar pela porta da frente da cadeia."

Leite já repetiu que investigou a fuga em entrevistas e no plenário da Assembleia. O candidato tem engrossado o viés da campanha em prol da segurança pública e de temas como guarda municipal armada.

Em seu discurso transcrito no relatório da CPI do Cárcere, relatado pelo deputado Durval Ângelo (PT), o tucano reclama do fundo penitenciário do Estado. "Esse fundo é lento para liberar os recursos, não está disponível lá na ponta, onde estão os diretores das unidades, que, às vezes, precisam fazer a recuperação de uma cela e não têm recursos para isto", disse.

A CPI pediu o afastamento de policiais envolvidos com torturas e uma investigação do Tribunal de Contas sobre indícios de superfaturamento no fundo penitenciário.

Seu adversário, Alexandre Kalil (PHS) tem aproveitado que o tema traz rejeição ao tucano e lido cartas de presos ao deputado nos debates.

Procurada, a campanha de João Leite diz que a CPI foi instalada "como consequência" da fuga de Beira-Mar e também investigou a instalação onde ele foi preso.

Diz ainda que em discurso em 1997 João Leite afirmou que o delegado da cadeia e seus comandados "submetiam determinados presos a degradantes vexames e constrangimentos" mas "privilegiavam em termos de tratamentos outros elementos ali 'hospedados' como (...) o traficante Luiz Fernando da Costa, vulgo 'Beira-Mar', que até faria uso de celular, sauna e uísque". Foi pedida a exoneração do delegado e de detetives.

Publicidade
Publicidade
Publicidade
Publicidade