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Geraldo Julio é reeleito no Recife

Daniel Carvalho/Folhapress
Prefeito reeleito do Recife, Geraldo Julio (PSB), à direita, chega para pronunciamento pós-resultado //// Daniel Carvalho/Folhapress
Prefeito reeleito do Recife, Geraldo Julio (PSB), à direita, chega para pronunciamento pós-resultado

Com 528.335 votos (61,30%) atual prefeito do Recife, Geraldo Julio (PSB), foi reeleito neste domingo (30) para comandar a cidade por mais quatro anos. A vitória de Geraldo encerra de vez a última expectativa do PT de comandar uma capital no Nordeste, região onde já foi o partido mais forte.

Candidato derrotado, o ex-prefeito João Paulo (PT) teve 333.516 votos (38,70%). Seus aliados esperavam, em reserva, que ele chegasse aos 45% dos votos.

Neste segundo turno, o Recife registrou 3,46% de votos brancos e 7,87% de nulos.

No primeiro turno, Geraldo Julio obteve 430.997 votos, o que corresponde a 49,34% dos votos válidos. João Paulo recebeu 207.529 votos, o equivalente a 23,76%.

Ex-secretário do governo Eduardo Campos (PSB-PE), que morreu em um acidente aéreo em 2014, Geraldo Julio foi escolhido pelo próprio ex-governador para disputar a prefeitura pela primeira vez, há quatro anos.
Ao contrário da campanha de 2012, desta vez, Geraldo não explorou tanto a imagem de seu padrinho político.

Adversários dizem que é por causa do envolvimento do nome de Campos em operações policiais como a Lava Jato. Para aliados, é porque, após quatro anos, o atual prefeito já tem identidade própria.

À Folha, no entanto, Geraldo Julio deu uma resposta de caráter mais prático para justificar a ausência da imagem de Campos. "Em 2012, ele estava vivo e fez a campanha comigo. Agora, em 2016, ele não está mais vivo. Não podia fazer a campanha comigo. Só essa a razão", afirmou antes de ser eleito.

No pronunciamento que fez após o encerramento da votação, defendeu a união para enfrentar a crise. "É preciso se juntar para vencer as dificuldades da situação atual que o mundo, que o Brasil está passando", disse o prefeito reeleito.

Ao longo da campanha, o atual prefeito justificou o não cumprimento de promessas com a crise econômica, procurando sempre atribuí-la ao PT, partido de seu adversário, João Paulo.

Em outra frente, Geraldo Julio teve que lidar com o fato de ter integrado a equipe de João Paulo -foi diretor da Secretaria de Administração do Recife- e ter em seus quadros ex-membros do staff da gestão petista.

"Ele rasga o passado, ele cospe no prato em que comeu, ele ignora que eles participaram da gestão com cargos, com secretários-executivos, com secretarias importantes e que só romperam com o projeto político de Eduardo (Campos) ser presidente da República. Isso é muito feio na política", disse o ex-prefeito.

UNIÃO

Em seu pronunciamento após o resultado, Geraldo Julio agradeceu nominalmente a seus adversários e pediu "união" para enfrentar a crise.

"É preciso se juntar para vencer as dificuldades da situação atual que o mundo, que o Brasil está passando", afirmou.

"O Brasil está passando por um momento de grande dificuldade. Estou aqui para combater desigualdade, para gerar oportunidade para quem não tem, para cuidar de todos os recifenses, da população que tem mais necessidade", disse o prefeito reeleito.

Em 20 minutos de discurso sem direito a perguntas dos jornalistas, Geraldo fez uma série de agradecimentos e citou o ex-governador Eduardo Campos, morto em um acidente aéreo em 2014. Alvo da Lava Jato, Campos teve seu nome poupado durante a campanha.

Para João Paulo, Geraldo Julio "vendeu uma realidade e enganou parcela da população". "A realidade mostrada em seu programa eleitoral é fruto de uma ficção ilusória", afirmou, após concluído o resultado da eleição.

CRISE PETISTA

João Paulo já havia sido prefeito do Recife durante oito anos, entre 2000 e 2008. Desta vez, teve que lidar com o desgaste da imagem de seu partido, o PT, um dos protagonistas do esquema de corrupção investigado pela Lava Jato.

Com as acusações que pesam contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, se viu obrigado a usar a imagem dele com parcimônia. Lula foi ao Recife apenas uma vez, ainda no primeiro turno.

"Tivemos muitas dificuldades pelo ódio colocado contra o partido. Um ódio feroz foi colocado contra o Partido dos Trabalhadores", disse João Paulo, mencionando ainda "perseguição seletiva (ao PT) por parte da mídia nacional".

Outra questão que atrapalhou o petista foi a falta de recursos. Até a última sexta-feira (28), o partido corria o risco de não conseguir fechar os programas eleitorais.

A soma desses fatores ficou perceptível em uma passeata realizada na última quinta-feira (27) na comunidade do Bode, no bairro do Pina, zona sul do Recife.

O ato foi acompanhado basicamente por militantes do MST e da CUT. O discurso do ex-prefeito naquela noite dividiu a atenção com uma partida de futebol que era transmitida na TV de um bar ao lado do carro de som.

"Primeiro, (vamos) fazer uma avaliação equilibrada, nem pessimista nem otimista", disse o senador Humberto Costa (PT-PE), quando questionado sobre o que o PT precisava fazer a partir desta segunda-feira (31).

BALANÇO

Em Pernambuco, o PT conquistou apenas sete das 184 prefeituras, equivalente a 3,8% do total. A principal derrota do PSB no Estado foi em Olinda, na região metropolitana. O irmão de Eduardo Campos, Antônio Campos obteve 42,96%, ficando atrás do Professor Lupércio (SD), que alcançou 57,04% dos votos.

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