Publicidade
Publicidade
Publicidade

Eleito em BH, Kalil diz que conversará com Alckmin, mas não com Aécio

Cristiane Mattos/Futura Press/Folhapress
BELO HORIZONTE,MG,02.08.2016:ELEIÇÕES/ALEXANDRE KALIL - Eleições 2016. O candidato Alexandre Kalil durante votação no Colégio Milton Campos, no bairro de Lourdes, em Belo Horizonte (MG), na manhã deste domingo (30). (Foto: Cristiane Mattos/Futura Press/Folhapress) *** PARCEIRO FOLHAPRESS - FOTO COM CUSTO EXTRA E CRÉDITOS OBRIGATÓRIOS ***
Prefeito eleito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PHS) vota na capital mineira

Eleito com 53% dos votos válidos em Belo Horizonte, o empresário Alexandre Kalil (PHS) impôs uma derrota, em casa, ao grupo comandado pelo presidente do PSDB, senador Aécio Neves, e sinalizou que vai isolá-lo.

Ex-presidente do Atlético-MG, Kalil concorria contra o ex-goleiro do clube e deputado estadual João Leite (PSDB), que teve a candidatura articulada por Aécio.

Vitorioso no primeiro turno, Leite foi ultrapassado nas pesquisas pelo concorrente e passou a fazer duros ataques, com ajuda de aliados de Aécio, como a irmã do senador, a jornalista Andrea Neves.

Em seu primeiro discurso como prefeito eleito, Kalil disse que conversará com outros partidos e políticos —inclusive o governador paulista, Geraldo Alckmin (PSDB), mas não Aécio, que é "adversário".

"Vou conversar com o PSB do prefeito [Marcio Lacerda], com o PT do governador [Fernando Pimentel], com o PSDB, vou tentar conversar com o Geraldo Alckmin", afirmou.

Interrompido por uma repórter que perguntou "e Aécio?", ele respondeu "não". E continuou: "com expoentes de todos os partidos, como o presidente Michel Temer".

Questionado novamente, o prefeito eleito diz que Aécio é adversário e fez propaganda contra ele na TV. "Opositor não é inimigo. Não sou inimigo de ninguém, mas tenho direito de escolher com quem vou sentar", afirmou. Alckmin disputa com Aécio a possibilidade de ser o candidato ao Planalto em 2018.

AGORA É QUIBE

Durante entrevista após a vitória, o prefeito eleito ironizou seus adversários usando termos normalmente associados a tucanos e petistas. "Acabou coxinha. Acabou mortadela. Agora é quibe", brincou Kalil, de origem árabe.

Com os olhos marejados, Kalil disse que "chorou no quarto, sozinho com a mulher" por causa das acusações que fizeram contra ele.

Na sede do PSDB em BH, Aécio assumiu o papel de oposição na capital mineira, algo que não acontecia havia oito anos. "A nós caberá o papel de fiscalizá-lo [Kalil]", afirmou. "Diferente do futebol, onde a gente empata, na política a gente ganha ou perde."

Ao seu lado, Leite minimizou sua derrota e disse que o partido saiu vitorioso em nível nacional. "O PSDB sai vitorioso das urnas no Brasil sob a liderança do nosso grande líder, o senador Aécio Neves."

Leite disse ainda estar "preocupado" com as abstenções, brancos e nulos. "A negação da política proporciona um ambiente para o autoritarismo. Espero que isso não aconteça em nossa cidade." O slogan de campanha de Kalil era "chega de político".

Durante toda a campanha, o prefeito eleito foi questionado por adversários —e frequentemente por Leite no segundo turno— a respeito das dívidas de duas empresas dele, que devem R$ 18 milhões à Fazenda Nacional. Na semana passada, também tinham cerca de 2.000 títulos protestados em cartórios.

Criminalmente, Alexandre Kalil foi condenado na primeira instância da Justiça Federal por apropriação indébita previdenciária. Teria deixado de repassar ao INSS contribuições de funcionários. Kalil nega e recorre da sentença.

Kalil tem 57 anos e comandou o Atlético de 2008 a 2014. Em sua campanha, pediu votos de eleitores descrentes com a "má política". O ex-cartola tem dito que não fará novas construções na cidade, mas que irá "botar para funcionar o que está aí".

Apesar de estar no PHS e de ter estreado em campanhas políticas este ano, Kalil já foi filiado ao PSDB e ao PSB. Ele tinha cerca de 20 segundos de propaganda eleitoral na TV, contra quase três minutos de Leite. No 2º turno, cada um ficou com cinco minutos.

Com o resultado, tanto o governo de Minas quanto a Prefeitura de BH deixam de ser comandados por candidatos articulados por Aécio —em 2014, Pimenta da Veiga perdeu para Pimentel.

Publicidade
Publicidade
Publicidade
Publicidade