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Análise

Esquerda tem pouco tempo para buscar união

Até aqui hegemônico, o PT fez despencar o desempenho da esquerda no Brasil.

Com o sonoro não do eleitorado, restará às siglas que dominam esse campo político apenas o ano de 2017 para reorganizar alguma tropa capaz de disputar 2018.

O PT respira por aparelhos. O PSOL deixou as urnas como força residual. A Rede Sustentabilidade, de Marina Silva, recolheu-se ainda insignificante. E o PC do B, que até comemorou uma ou outra vitória, segue minúsculo e como satélite do PT.

A única legenda com algum sucesso eleitoral foi o PDT –destaque para Ciro Gomes, que elegeu seu aliado em Fortaleza e desponta como candidato natural à Presidência da República.

Resta saber se ele conseguirá liderar a esquerda, e se o PT, apesar de todo o linchamento da Lava Jato, será capaz de descer do salto para apoiar um vizinho –ao menos no discurso, a cúpula do PT age como se não tivesse cometido erro algum.

A esquerda está mais desunida do que nunca. Parece uma casa habitada por parentes que pouco se falam.

Além da percepção clara de fim de ciclo, ainda falta um projeto que rivalize com o grupo político hoje vitorioso: PSDB e PMDB.

O mapa astral de 2017

Mas é dureza. Até os movimentos sociais racharam.

Com o ex-presidente Lula sendo dúvida na cédula de 2018, não há nome capaz de reunir esse grupo todo.

As duas principais organizações que floresceram com a crise política iniciada em 2014, a Frente Povo Sem Medo e a Frente Brasil Popular, dialogam entre si, mas têm ambições distintas.

A primeira surge por fora do campo petista. É integrada por MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto), movimentos negros e alguns movimentos de juventude.

Já a Brasil Popular, composta por PT, PC do B, CUT, MST, entre outros, tem a candidatura de Lula e o resgate do projeto petista como centro de sua estrutura.

De tão dividida, fica difícil imaginar a criação de um campo que reúna partidos e movimentos sociais –petistas desiludidos falam em "frente ampla"– capazes de concorrer em uma chapa conjunta daqui a dois anos.

Claro que eleição não é cálculo matemático. Ser derrotado aqui não necessariamente significa perder lá também. Mas o tempo de reconstrução é curtíssimo e o desafio, enorme.

Na falta de um projeto nacional, o PT e seus aliados tradicionais apostam no descontentamento da população com a economia e com as reformas do governo Michel Temer, como a da Previdência, para tentar reconquistar a base social perdida.

Vai ser jogo duro para quem desatou seus laços com as ruas e para quem perdeu o monopólio do eleitorado mais pobre, hoje disputado por igrejas e por partidos de viés mais conservador.

Para quem o PT perdeu suas prefeituras de 2012

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